Escala, trabalho e saber: uma introdução ao debate escalar na Geografia/Scale, labor and know: an introduction to the scalar debate in geography

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35416/geoatos.v3i10.6405

Resumo

Neste início do século, amplia-se a ofensiva do capital sobre o trabalho em monta jamais vista, o que nos instiga a qualificar os desafios e saídas para uma ruptura com o metabolismo societário do capital, levando em consideração que as alternativas propostas que não se pautam na irrupção deste modelo destrutivo, acabam por legitimar as graves contradições que marcam o mesmo. Dessa forma, tencionamos entender o papel da escala geográfica em ler e apreender tal fenômeno, bem como as respostas que a análise escalar pode oferecer dada a necessária ruptura com o atual estado de coisas vigente. Nesse sentido, quais são os desafios que se colocam para empreendermos uma leitura geográfica do trabalho a partir da escala? De que forma a análise escalar pode aclarar os desafios que se interpõem ao questionarmos o modelo societário vigente, ao mesmo tempo em que é preciso que nos perguntemos, o que é escala? De qual (is) escala(s) estamos tratando? Qual o papel que a mesma tem desempenhado na ciência geográfica? Essas e outras questões nos estimulam a tratar tal questão pelo fato de que o mesma tem gerado certa controvérsia no que tange ao efetivo papel da escala na construção do saber geográfico, sendo portanto primordial que possamos nos debruçar sobre a temática, sem deixarmos de considerar os desafios que se interpõem ao optarmos por uma ou mais escalas na construção da objetivação de um determinado processo ou fenômeno a ser analisado. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALENTEJANO, Paulo R.; ROCHA-LEÃO. Trabalho de campo: uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado?Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n.84, p.51-67, 2006.

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho: ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 6. ed. São Paulo: Cortez:UNICAMP, 2000, 155p.

BAHIANA, Luis Cavalcanti da Cunha. Contribuição ao estudo da questão da escala na Geografia: escalas em Geografia Urbana. 200f. 1986. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. p.01-93.

BATLLORI, Roser. La escala de análisis: un tema central en didáctica de la geografía. Revista Iber, n.32, 2002, versión electrónica.

BENTO, Fredi dos Santos. Migração de trabalhadores para o corte da cana-de-açúcar no Pontal do Paranapanema (SP), no início do século XXI. 2015.

BRAY, Silvio Carlos; FERREIRA, Enéas Rente; RUAS, Davi Guilherme Gaspar. As políticas da agroindústria canavieira e o PROÁLCOOL no Brasil.1. ed. Marília: Editora da UNESP, 2000, 104p.

BRANDÃO, Carlos. O Processo de Subdesenvolvimento, as desigualdades espaciais e o jogo das escalas. In: Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais. (Org.). Desigualdades Regionais. Salvador: SEI, p. 9-37, 2004.

BRENNER, Neil. Reestruturação, reescalonamento e a questão urbana. GEOUSP, São Paulo, n.33, 2013, p.198-220.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. Da “Geografia Abstrata” a “ Geografia Concreta”. In: MENDONÇA, Francisco; LOWER-SAHR, Cicilian Luiza; SILVA, Márcia da. Espaço e tempo: complexidade e desafios do pensar e do fazer geográfico. Curitiba: ADEMADAN, 2009, p.73-90.

CATELAN, Marcio José. Heterarquia urbana: interações espaciais e interescalares e cidades médias. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual Paulista. 2012.

CLAUDINO, Guilherme dos Santos. O ensino e o saber geográfico no âmbito da pós-graduação brasileira. Revista Geografia em Atos, v. 1, n. 6, 2018. In: revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/6081/pdf_1

COSTA, Jodival Mauricio da. Produção de escala geográfica e meio ambiente: análise a partir de processos espaciais na Amazônia Oriental. Sociedad Hoy, n.23, p.67-81, segundo semestre, 2012.

DOS SANTOS BENTO, Fredi. Migração de trabalhadores jornaleros agrícolas para o capital nos Estados de Oaxaca, Chiapas e Guerrero (México). Geografia em Atos (Online), v. 2, n. 7, p. 94-113, 2018.

DOS SANTOS BENTO, Fredi; JUNIOR, Antonio Thomaz. A DINÂMICA GEOGRÁFICA DO TRABALHO ENCIMADA NAS MIGRAÇÕES SAZONAIS PARA OS CANAVIAIS DO PONTAL DO PARANAPANEMA (SP), NO INÍCIO DO SÉCULO XXI. PEGADA-A Revista da Geografia do Trabalho, v. 16, n. 1, 2015.

GAMA, Antonio. Escalas, representações e ação social. Cadernos de Geografia,n.17, p.17-21, 1998.

GUIMARÃES, Raul Borges. Regiões de saúde e escalas geográficas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n.21, vol.4, p.1017-1025, jul-ago, 2005.

HAESBAERT, Rogério. Região, diversidade territorial e globalização. Revista Geographia, Rio de Janeiro, ano 1, n.1, 1999.

______. Territórios alternativos. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2006,186p.

HEIDRICH, Alvaro Luiz. Região e regionalismo: observações acerca dos vínculos entre a sociedade e o território em escala regional. Boletim Gaúcho de Geografia, jun, 1999, n.25, Porto Alegre, p.63-75

KOSIK, Karel. A dialética do concreto. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976, 230p.

LACOSTE, Yves. A Geografia isso serve em primeiro lugar, para fazer a guerra. 1.ed. Campinas: Papirus, 1985, 263p.

LÉFÈBVRE, Henri. Lógica formal, lógica dialética. 3.ed. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1983, 301p.

LUKÁCS, Gyorgy. Por uma ontologia do ser social I. 1.e.d. São Paulo: Boitempo, 2012, 434p.

MACÊDO, Marta Paiva de. Escala de análise e cartográfica: estudo da representação gráfica dos fenômenos complexos, no âmbito da ciência geográfica.224f. 2009. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade de São Paulo.

MELAZZO, Everaldo Santos.; CASTRO, Clóvis Alexandre. A escala geográfica: noção, conceito ou teoria? Revista Terra Livre, ano 23, vol.2, n.29, ago-dez de 2007, p.133-144.

MÉSZÁROS, István.A montanha que devemos conquistar.1.ed.São Paulo: Boitempo, 2014, 184p.

MOREIRA, Ruy. As categorias espaciais na construção geográfica das sociedades. Revista Geographia, vol.3 n.5, 2001.

______.Os quatro modelos de espaço-tempo e a reestruturação. Revista Geographia, vol.4, n.7, 2002.

OLIVEIRA, Israel Montesuma et. al. Escala e seus agentes em dissolução: uma perspectiva transescalar. Revisa Geográfica de América Central, Costa Rica, número especial EGAL, p.1-10, 2011.

PRADO JÚNIOR, Caio. Dialética do conhecimento Tomo II. 5.ed. São Paulo: Brasiliense, 1969, 706p

RACINE, J. B.; RAFFESTIN, C.; RUFFY. Escala e ação: contribuição para a interpretação do mecanismo de escala na prática da Geografia. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, ano 45, n.1, jan-mar de 1983, p.133-145.

RANIERI, Jesus. Trabalho e dialética. 1.ed. São Paulo: Boitempo, 2011, 171p.

SANT‟ANNA NETO, João Lima. Escalas geográficas do clima: mudança, variabilidade e ritmo. In: Margarete C. de Costa Trindade Amorim; João Lima Sant‟Anna Neto; Ana Monteiro (orgs.) Climatologia urbana e regional: questões teóricas e estudos de caso. 1. Edição. São Paulo: Outras Expressões, 2013.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo; razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 2002, 384p.

SERPA, Angelo. O trabalho de campo em Geografia: uma abordagem téoricometodológica. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n.84, p.07-24, 2006.

SHEPPARD, Eric. The spaces and times of globalization: place, scale, networks, and positionality. Economic Geography, vol.78, n.3, p.307-330, Clark University, JSTOR, 2002.

SILVEIRA, Maria Laura. Escala geográfica: da ação ao império. Terra Livre, Goiânia, ano 20, vol.2, n.23, p.87-96, jul-dez, 2004.

SMITH, Neil; WARD, Dennis. The restructuring of geographical scale: coalescence and fragmentation of the Northern Core Region. Economy Geography, vol.63 n.2, p.160-182, abr. de 1987. Clark University JSTOR, 1987.

SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual, natureza, capital e produção do espaço. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1988.

______. Contours of a spatialized politcs:Homeless Vehicles and the production of geographical scale. Social Text, n.33, p.54-81, Duke University Press, JSTOR,1992.

______. Geografía, diferencia y las políticas de escala. Terra Livre, São Paulo, ano 18, n.19, p.127-146, jul-dez 2002.

SOUSA, Marcelo Lopes de. Escala Geográfica. “ Construção social da escala e políticas de escala”. In: Os conceitos fundamentais da pesquisa socioespacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

SPOSITO, Maria da Encarnação Beltrão. O desafio metodológico da abordagem interescalar no estudo de cidades médias no mundo contemporâneo. Cidades, Presidente Prudente, vol.3, n.5, p.143-157, 2006.

THOMAZ JUNIOR, Antonio. A Geografia do mundo do trabalho na viragem do século XXI. Revista Pegada, vol.4, n.2, p.05-22, nov. de 2003.

______. Dinâmica geográfica do trabalho no século XXI. (Limites explicativos, autocrítica e limites teóricos). 2009. 997f. Tese (Livre Docência)- Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente.

______. Intemperismo do trabalho e as disputas territoriais contemporâneas. Revista da

ANPEGE, vol.7, n.1, número especial, p.307-329, outubro de 2011.

Downloads

Publicado

2019-04-01

Como Citar

BENTO, F. dos S.; CLAUDINO, G. dos S. Escala, trabalho e saber: uma introdução ao debate escalar na Geografia/Scale, labor and know: an introduction to the scalar debate in geography. Geografia em Atos (Online), Presidente Prudente, v. 3, n. 10, p. 90–112, 2019. DOI: 10.35416/geoatos.v3i10.6405. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/6405. Acesso em: 16 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

> >>