Reflexões sobre a vulnerabilidade socioespacial e a crise pandêmica no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.35416/2023.8860Palavras-chave:
Vulnerabilidade, Crise sanitária, Covid-19Resumo
O primeiro caso de contágio da SARS-CoV-2 ocorreu na cidade de Wuhan, na China, em 12 de novembro de 2019. Desde então, a sua disseminação pelo mundo ocorreu rapidamente, agravada, inclusive, pelos fluxos de mercadorias e pessoas existentes na contemporaneidade. Além disso, a transitoriedade da pandemia de Covid-19, que vem atingindo os diversos países do mundo, é agravada, nitidamente, pelas desigualdades socioespaciais, que impactam e condessam as vulnerabilidades sociais. O objetivo do presente artigo é discutir a vulnerabilidade socioespacial brasileira na crise pandêmica. Metodologicamente, optou-se por uma revisão bibliográfica, classificada como Revisão Integrativa da Literatura (RIL), possibilitando a identificação, a síntese e a realização analítica da literatura de maneira ampla, sobre o tema. Concluiu-se, a partir dessa revisão, que as desigualdades socioespaciais presentes no Brasil acabam esticando o precipício da pobreza e da vulnerabilidade social, experimentada por parcela significativa da população. As condições precárias dos lares, a falta de estrutura sanitária, atrelada ao baixo acesso à renda, refletem uma maior incidência e letalidade da Covid-19 no país.
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