A escala geográfica e a produção de alimentos:da dependência à construção ativa da emancipação
DOI:
https://doi.org/10.35416/geoatos.v3i8.5840Resumo
Este artigo tem como substrato os conceitos de escala geográfica, campesinato e soberania alimentar, com os quais busco demonstrar a importância do controle da escala na conquista da autonomia e do fortalecimento da família camponesa. Emancipado de uma perspectiva puramente matemática, o conceito de escala permite aprofundar as reflexões para além da abordagem cartográfica de relações de medidas e proporções para considerar diferentes dimensões intrínsecas aos fenômenos socioespaciais. Nesse sentido, o debate da escala pressupõe considerá-la a partir das relações sociais responsáveis pela sua materialização, ou seja, a escala como um constructo fundamentalmente social. Dessa maneira, quero demonstrar como o campesinato, por meio da produção ativa da escala, pode acionar variadas estratégias de produção e transporte para ampliar as escalas de comercialização da produção, superar a dependência em relação aos atravessadores e, assim, estabelecer relações de proximidade com base nos princípios da soberania alimentar, sobretudo em relação à produção e distribuição nas escalas local e regional.