A RESISTÊNCIA AO ESTILO DE RESIDÊNCIAS VERTICAIS NOS CONJUNTOS HABITACIONAIS EM TRÊS LAGOAS-MS
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v27i52.6930Resumo
Para o desenvolvimento deste trabalho partimos de uma inquietação diante do processo de saída de moradores das residências verticais de dois Conjuntos Habitacionais na cidade de Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul. Abordamos como a oferta de moradia popular através de conjuntos habitacionais verticais, sem considerar as experiências socioespaciais pregressas dos moradores, influência no êxito ou não, deste estilo de moradia em cidades não metropolitanas. Do ponto de vista metodológico, realizamos entrevistas semiestruturas com moradores e ex-moradores dos conjuntos habitacionais, sujeitos sociais que modificam, transformam e produzem o espaço de moradia que lhes é oferecido. Consideramos que o abandono das moradias e suas implicações, é uma forma como a classe pobre resiste e modifica o que é oferecido dentro das práticas cotidianas, uma resposta à imposição de lógicas advindas de escalas mais amplas, ligadas à reprodução capitalista na cidade, em que o valor de troca se sobrepôs ao valor de uso. O que delineia características específicas de moradia para cada sujeito social que, por conseguinte implica na aceitação (ou não) de moradias populares de baixa renda oferecidas pelo Poder Público, nos moldes impostos. A nós compete investigar esse processo de resistência protagonizado pelos sujeitos sociais e suas implicações na cidade e no urbano.
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