(Re)ensinando literatura brasileira: uma perspectiva afrodescendente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32930/nuances.v32i00.8554

Palavras-chave:

Raça, Canon, Literatura brasileira

Resumo

Com o atual avivamento das discussões em torno de questões raciais e da necessidade tanto de rever o cânon para torná-lo mais inclusivo quanto também de se relê-lo a partir de uma perspectiva que leve em consideração o papel de afrodescendentes na literatura e na cultura brasileira em seu papel de autores e autoras e personagens literárias, a sala de aula cobra importância imediatamente como espaço de inauguração de possibilidades de discussões. Neste trabalho, portanto, apresento um roteiro de algumas estratégias pedagógicas para abordar tal questão. Passando pela elaboração do programa de curso até a prática de discussão em sala de aula, ofereço aqui sugestões de bibliografia, materiais relacionados a um curso universitário piloto de panorama da literatura e da cultura brasileira em que textos não canônicos são introduzidos e textos canônicos são abordados por meio de discussões relativas a questões raciais.

(Re)ensinando literatura brasileira: uma perspectiva afrodescendente

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Dutra, The University of New Mexico (UNM), Albuquerque – NM – Estados Unidos

Professor do Departamento de Espanhol e Português. Doutorado em Literatura Latino-americana (Purdue Univeristy).

Referências

AIDOO, L. Slavery Unseen: Sex, Power, and Violence in Brazilian History (Latin America Otherwise). Duke University Press, 2018.

A VERDADEIRA MARMOTA. São Luiz, MA, 13 maio 1861.

BALDWIN, J. A Baldwin speech from when he visited Harlem. thepostarchive. [S. l.], 29 dez. 2015. 1 vídeo (59min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bAeYKwlIU08&t=280s). Acesso em: 23 jul. 2020.

BALDWIN, J. James Baldwin: one of his greatest speech in Berkeley, 1979. Narrative Africa TV. Berkeley, California, US, 02 out. 2019. 1 vídeo (17min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cnh0pxOTvh8. Acesso em: 23 jul. 2020.

BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1975.

BRADLEY, A. Book of Rhymes: The Poetics of Hip-Hop. Basic Civitas, 2009.

CASTRO, S. R. L. Elizandra Souza: escrita periférica em diálogo transatlântico. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 49, p. 51-77, set./dez. 2016.

COURTEAU, J. The Problematic Heroines in the Novels of Rachel de Queiroz. Luso-Brazilian Review, v. 22, n. 2, p. 123-144, 1985.

COUTINHO, A. A literatura no Brasil: o Modernismo. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana S. A., 1970. v. 5.

DALCASTAGNÈ, R. A personagem do romance brasileiro contemporâneo (1990-2004). Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 26, p. 13-71, jul./dez. 2005.

DUARTE, E. A. Machado de Assis afro-descendente: escritos de caramujo. Belo Horizonte: Crisálida, 2007.

DUTRA, P. A violenta palavra cantada dos Racionais MC’s. In: VÁZQUEZ H. G.; SIRI, L. (org.). Representaciones discursivas de la violencia, la otredad y el conflicto social en Latinoamérica. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: 2015. p. 291-303.

DUTRA, P. Racionais MC’s and N.W.A.: Bridging the gap, embracing race, and reclaiming brazilian rap’s blackness. TRANSMODERNITY: Journal of Peripheral Cultural Production of the Luso-Hispanic World, v. 9, n. 1, p. 1-21, 2019.

DUTRA, P. Racionais MC’s, Marighella e o branqueamento do Brasil. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 59, p. 1-11, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/2316-40185916

DUTRA, P. “Noite de Almirante”: Interracial Love in Machado de Assis’s Nineteenth Century. Aletria, Belo Horizonte, v. 28, n. 4, p. 119-136, 2018.

DUTRA, P. O Recitatif de Machado de Assis: Para uma leitura negra de “Missa do galo” e “Teoria do medalhão”. Latin American Research Review, v. 55, p. 122-134, 2020.

ELLISON, F. Brazil’s new novel. Berkeley: University California Press, 1975.

FLYNN, A. et al. Whiter Shades of Pale: “Coloring in” Machado de Assis and race in contemporary Brazil. Latin American Research Review, v. 48, n. 3, p. 3–24, 2013.

GATES JUNIOR, H. L. The signifying monkey: a theory of african-american literary criticism. New York: Oxford University Press, 1988.

GHIL, J. Apresentação. In: NASCIMENTO, J. Visagens. Vitória: Cousa, 2018.

HULET, C. Brazilian literature. Washington, DC: Georgetown University Press, 1975.

LARA, S. H. Campos da violência: escravos e senhores na Capitania do Rio de Janeiro, 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

MONTENEGRO, O. O romance brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.

MORRISON, T. Playing in the Dark: Whiteness and the Literary Imagination. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1992.

MORRISON, T. Recitatif. In: BARAKA, A.; BARAKA A. (org.). Confirmation. Nova York: William Morrow and Co., 1983. p. 323–362.

MUNANGA, K. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

NASCIMENTO, J. C. O negro e a mulher em Úrsula de Maria Firmina dos Reis. 1. ed. Rio de Janeiro: Caetés, 2009.

NASCIMENTO, J. Visagens. Vitória: Cousa, 2018.

QUEIROZ, R. O Quinze. São Paulo: Siciliano, 1993.

RACIONAIS MC’S. Fórmula mágica da paz. Sobrevivendo no inferno. Cosa Nostra, 1997. 1 disco sonoro. Faixa 11.

RACIONAIS MC’S. Qual mentira vou acreditar. Sobrevivendo no inferno. Cosa Nostra, 1997. 1 disco sonoro. Faixa 9.

RAMOS, G. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963.

RÊGO, J. L. Menino de engenho. 19 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

REIS, M. F. Úrsula. 1 ed. São Paulo: Penguins Classics Companhia das Letras, 2018.

ROCHA, F. S. “Father versus Mother”: Slavery and Its Apparatuses. In: AIDOO, L. et al. (org.). Emerging dialogues on Machado de Assis. Nova York: Palgrave Macmillan, 2016. p. 91-103.

ROCHA, J. C. C. Menino de Engenho e o abismo social que faz até cachorro sofrer. [S. l.] Página 5: Colunista Uol: 07 ago. 2020. Podcast. Disponível em: https://entretenimento.uol.com.br/colunas/pagina-cinco/2020/08/07/podcast-p5-menino-de-engenho-e-o-abismo-social-que-faz-ate-cachorro-sofrer.htm. Acesso em: 23 set. 2020.

ROSE, T. Black Noise: Rap Music and Black Culture in Contemporary America. U P of New England. 1994.

ROTH-GORDON, J. Conversational Sampling, Race Traficking, and the Invocation of the Gueto in Brazilian Hip Hop. In: SALIM H. S. et al. Global Linguistics Flows: Hip Hop Cultures, Youth Identities, and the Politics of Language. Routledge, 2009. p. 63-77.

SCHMIDT, R. T. Centro e margens: notas sobre a historiografia literária. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 32, p. 127-141, jul./dez. 2008.

SCHMIDT, R. T. The nation and its other. Conexão Letras, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 86-110, 2005.

SILVA, C. #Parem de nos matar!. São Paulo: Pólen, 2019.

SMITH, C. A. A Escrita ‘Uterina Preta’ de Mjiba: Elizandra Souza and the New Black Female Poets of Brazil. Journal of Latin American Cultural Studies, v. 24, n. 3, p. 405-415, 2015.

SOUZA, E. B. Águas da cabaça. São Paulo: Edição do autor, 2012.

VITAL, S. Quase brancos, quase pretos: representação étnico-racial no conto machadiano. São Paulo: Intermeios, 2012.

Publicado

21-12-2021

Como Citar

DUTRA, P. (Re)ensinando literatura brasileira: uma perspectiva afrodescendente. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 32, n. 00, p. e021025, 2021. DOI: 10.32930/nuances.v32i00.8554. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/8554. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Publicação Contínua