A FIGURA DO CIDADÃO REPUBLICANO NA ESCOLA SECUNDÁRIO: MITO OU UTOPIA NO TRABALHO DE QUALIFICAÇÃO ESCOLAR?
DOI:
https://doi.org/10.14572/nuances.v17i18.766Keywords:
políticas públicas, ambiente e experiência escolar, socialização política, trabalho docente, disputasAbstract
O propósito deste artigo é reflectir sobre as políticas públicas educacionais em Portugal com base em pesquisas realizadas entre 2005 e 2010 em diferentes escolas do Ensino Secundário. A entrada escolhida para discutir sociologicamente as relações complexas entre as políticas públicas, as escolas e a resolução ou redução dos problemas educativos mais prementes no País, é feita através do olhar dos professores sobre a construção da figura do cidadão realizada pelo processo de socialização política. O reconhecimento das dificuldades sentidas nesta construção não é diferente das dificuldades que o poder governamental sente quando implementa as suas políticas públicas neste domínio. Nesse sentido, parece haver hoje uma relação recíproca entre os ambientes escolares nos estabelecimentos de ensino e o desenvolvimento das políticas públicas educacionais. As tensões existentes nas escolas entre as figuras do aluno, cidadão e jovem acentuam as referidas dificuldades na implementação consistente das políticas educativas. A entrada da cultura juvenil na escola colide com a cultura escolar, e esta colisão reflecte-se no processo de redução das desigualdades escolares e na questão das resistências dos alunos em relação à aquisição dos saberes. A entrada na escola da noção de habitabilidade torna cada vez mais difícil a conciliação entre o trabalho escolar e o carácter convivencial trazido para o estabelecimento de ensino pela cultura juvenil. Todos estes confrontos tornam o trabalho docente mais complexo, pois está cada vez mais assente por experiências escolares adversas, de um lado, e, desafiantes, do outro lado.
Downloads
Downloads
How to Cite
Issue
Section
License
Atribuição-NãoComercial
CC BY-NC
Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.