Masculinidades em “Mundo Estranho” - Disney e a representação positivada para homens negros não heterossexuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9893

Palavras-chave:

Masculinidade, Negritude, Sexualidade, Estudos Culturais, Disney

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as vivências e interações entre masculinidades tendo como referencial um adolescente negro não heterossexual, o personagem Ethan Clade da animação Disney “Mundo Estranho”. Dado os marcadores sociais que carrega, encontramos a oportunidade de dialogar quanto à pluralidade de masculinidades presentes no corpo social, embasando-nos em discussões sobre gênero, bem como uma discussão quanto aos impactos das mídias na constituição de homens negros e não heterossexuais, utilizando dos campos dos Estudos Culturais e dos Estudos da Cultura Visual. Como caminho metodológico, utilizamos o conjunto de procedimentos analíticos que orientam investigações visuais PROVOQUE. Para a organização do texto, inicialmente dialogamos sobre construção identitária, seguido da apresentação do objeto de análise e um aprofundamento nas questões de gênero, masculinidades, raça e sexualidade, para posteriormente, analisar dois recortes de cenas do filme. Finalizando a escrita contemplando a potencialidade da representação positivada de um corpo tido como dissidente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andrey Gabriel Souza da Cruz, Universidade Estadual de Maringá

Mestrando Bolsista Capes no Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (2022 --) na linha de Ensino, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano.

Teresa Kazuko Teruya, Universidade Estadual de Maringá

Aposentada pela Universidade Estadual de Maringá e professora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Estadual de Maringá-PR. Líder do Grupo de Pesquisa em Educação, Mídia e Estudos Culturais - GPEMEC. Orienta teses e dissertações na área de Educação, especialmente nos seguintes temas: educação, formação docente, estudos culturais.

Eliane Rose Maio, Universidade Estadual de Maringá

Professora do Mestrado e Doutorado em Educação - PPE, UEM. É Coordenadora do GT23: Gênero, Sexualidade e Educação, da ANPEd (2024-2025). É líder do grupo de pesquisa CNPq, intitulado Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual - NUDISEX.

Referências

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019.

ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

ANDRADE, Giane Rodrigues de Souza. O corpo gordo na novela Carrossel e a Pedagogia Cultural. In: ACCORSI, F. A.; TAKARA, S.; BALISCEI, J. P. (orgs.). Como pode uma pedagogia viver fora da escola? Estudos sobre pedagogias culturais. Londrina: Syntagma, 2021.

BALISCEI, J. P. PROVOQUE: Cultura Visual, Masculinidades e ensino de Artes Visuais. Rio de Janeiro: Metanoia, 2020.

BALISCEI, J. P. Não se nasce azul ou rosa, torna-se: cultura visual, gênero e infâncias. 1ed. Salvador: Devires, 2021.

BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, 2011. DOI: 10.1590/S0104-026X2011000200016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/DMNhmpzNbKWgH8zbgQhLQks/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 jul. 2023.

BENTO, C. O pacto da branquitude. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

BOLA, J. J. Seja homem: a masculinidade desmascarada. Porto Alegre: Dublinense, 2020.

CERQUEIRA, D. Atlas da Violência 2021. São Paulo: FBSP, 2021.

CONNELL, R. W. Políticas da masculinidade. Revista Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 185-206, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71725/40671. Acesso em: 15 jul. 2023.

CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, Florianópolis, p. 171-189, 2002. DOI: 10.1590/S0104-026X2002000100011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/mbTpP4SFXPnJZ397j8fSBQQ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 jul. 2023.

CRUZ, V. S. Me gritaron negra! 1960. In: Me gritaron negra! A poeta Victoria Santa Cruz. Portal Geledés, 2013. Disponível em: https://www.geledes.org.br/me-gritaron-negra-a-poeta-victoria-santa-cruz/. Acesso em: 15 jul. 2023.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

GARCIA, W. O corpo contemporâneo: a imagem do metrossexual no Brasil. Mneme - Revista de Humanidades, [S. l.], v. 5, n. 11, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/230. Acesso em: 15 jul. 2023.

GALEANO, E. A caminho de uma sociedade da incomunicação? In: MORAES, D. (orgs.). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

GIROUX, H. Memória e Pedagogia no Maravilhoso Mundo da Disney. In: SILVA, T. T. (orgs.). Alienígenas na Sala de Aula - Uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 2013.

HALL, S. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Apicuri, 2016.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2020.

HOOKS, B. Olhares negros: raça e representação. Trad. Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2019.

JESUS, J. G. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Brasília: EDA/FBN, 2012.

KELLNER, D. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno, Bauru: EDUSC, 2001.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogá, 2019

LARAIA, R. B. Cultura- Um conceito antropológico. 14.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

LOPONTE, L. G. Gênero, visualidade e arte: temas contemporâneos para educação. In: ICLE, G. (orgs.). Pedagogia da arte: entre-lugares da criação. Porto Alegre: UFRGS, 2010.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.

MARTÍN-BARBERO, J. Desafios culturais da comunicação à educação. Comunicação & Educação, v. 18, p. 51-61, 2000. DOI: 10.11606/issn.2316-9125.v0i18p51-61. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36920. Acesso em: 15 jul. 2023.

MARTINS, R.; TOURINHO, I. Circunstâncias e ingerências da cultura visual. In: MARTINS, R.; TOURINHO, I (orgs.). Educação da cultura visual: conceitos e contextos. Santa Maria: UFSM, 2011.

MOREIRA, A. Racismo Recreativo. São Paulo: Pólen, 2019.

MUNDO ESTRANHO. Direção de Don Hall, Qui Nguyen. Produção: Walt Disney Animation Studios. Streaming Disney Plus, 2022, Streaming (1h e 42min.).

NUNES, L. B. As Imagens que Invadem as Salas de Aula: Reflexões sobre Cultura Visual. São Paulo: Ideias & Letras, 2010.

OLIVEIRA, M. R. O diabo em forma de gente: (r)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. 2017. Tese (Doutorado em Educação na Linha de Cultura) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

OLIVEIRA, M. R. O diabo em forma de gente: (r)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. 1ª ed. Salvador: Devires, 2020.

SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

SOUZA DA CRUZ, A. G., BALISCEI, J. P. “Não é uma fantasia, este sou eu”: Discussões sobre a representação e performance da masculinidade negra na série Sex Education (2019). Revista Crítica Histórica, [S. l.], v. 11, n. 22, p. 100–130, 2022. DOI: 10.28998/rchv11n22.2020.0006. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/criticahistorica/article/view/11233. Acesso em: 15 jul. 2023.

SOUZA DA CRUZ, A. G.; BALISCEI, J. P. Enegrecendo - a potencialidade de imagens negras positivadas na série Sex Education. Diversidade E Educação, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 402–420, 2021. DOI: 10.14295/de.v9i2.13555. Disponível em: https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/13555. Acesso em: 15 jul. 2023.

RIBEIRO, D. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

TERUYA, T. K. CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Anais do 3º SBECE – Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação – Pedagogias sem fronteiras. PPGEDU/ULBRA, Canoas, 2008.

VEIGA, L. M. Descolonizando a psicologia: notas para uma psicologia preta. Fractal: Revista de Psicologia, v. 31, n. esp., p. 244-248, 2019. DOI: 10.22409/1984-0292/v31i_esp/29000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fractal/a/NTf4hsLfg85J6s5kYw93GkF/. Acesso em: 15 jul. 2023.

Publicado

30-12-2023

Como Citar

CRUZ, A. G. S. da; TERUYA, T. K.; MAIO, E. R. Masculinidades em “Mundo Estranho” - Disney e a representação positivada para homens negros não heterossexuais. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, p. e023022, 2023. DOI: 10.32930/nuances.v34i00.9893. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/9893. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Publicação Contínua

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)