AS VOZES DAS MULHERES DO BOLSA FAMÍLIA EM CAARAPÓ: análise da Reserva Indígena Tey'i kue
Resumo
O presente artigo visa debater o Programa Bolsa Família (PBF), como uma política de Governo, que visa a transferência de renda para superação da pobreza e fome no Brasil, analisando seus objetivos, condicionalidades e impactos diretos e/ou indiretos na população beneficiária. O Programa foi criado em 2003 no Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, nos debruçamos sobre referenciais bibliográficos que nos conduziram pela compreensão do papel do Estado capitalista, mais precisamente no neoliberalismo, no aprofundamento da riqueza e pobreza e como se constituem historicamente as políticas públicas e sociais, neste modelo econômico e, especificamente o PBF. Abordamos precisamente as responsáveis familiares, que no PBF são preferencialmente as mulheres, normalmente as mães, que passam a ser as responsáveis pelas informações, no momento do cadastramento no Cadastro Único, assumindo também o cartão do benefício. Como estudo de caso, analisamos o município de Caarapó-MS e buscamos compreender o funcionamento do PBF no município, onde a maioria de benefícios pagos destinam-se a população indígena, em maioria absoluta vivendo na Reserva Tei’yí Kue. Assim, foram realizadas entrevistas com mulheres beneficiárias no município de Caarapo-MS, buscando obter a visão das beneficiárias acerca do PBF. Nesse processo, ouvimos suas histórias e conhecemos suas lutas para criar a prole e percebemos, pelos seus dizeres, o papel do PBF, para as diferentes gerações de mulheres pobres com quem dialogamos, em maioria de baixa escolaridade e qualificação, sem oportunidades de trabalhar, que passaram a viver experiências de autonomia e dignidade, pela renda obtida por meio do Programa.
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