URBANIZAÇÃO EXTENSIVA E CIDADES PEQUENAS EM CONTEXTOS DE PRODUÇÃO ENERGÉTICA NA RAIA DO RIO URUGUAI
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v25i45.5360Resumo
Com o intuito de construir um debate sobre as cidades pequenas e a noção de urbanização extensiva, parte-se neste texto da análise da sociedade urbano-industrial contemporânea, a qual exige a produção de territórios que permitam a sustentação do modo de acumulação vigente, parte que forma a totalidade do sistema capitalista. Estas especificidades estão diretamente ligadas ao espaço urbano, do qual emerge a vida quotidiana que está vinculada a um ciclo (re)produtivo, dependente de diversos fatores, entre eles o consumo constante de energia elétrica. Embora muitas vezes deixadas de lado, as cidades pequenas cumprem um papel de relevância na rede urbana, onde se constituem como espaços de atendimento de necessidades externas, como fornecimento de mão-de-obra, matéria-prima e, neste caso, a produção energética. Neste contexto, os municípios limítrofes de Itá (SC)/Aratiba (RS) e Anita Garibaldi (SC)/Pinhal da Serra (RS) inserem-se como ambientes ligados ao complexo sistema energético nacional, servindo de base para os grandes centros industriais localizados a grandes distâncias. Estas cidades são analisadas através de um aporte teórico que permita compreender, preliminarmente, as suas (re)fucionalizações frente ao avanço de investimentos oriundos de diversos agentes, expressos sobretudo na implantação de usinas hidrelétricas localizadas em seus territórios, as quais a partir disso, provocam mudanças na paisagem e nas relações sociais em áreas rurais e urbanas.Downloads
Referências
AURAS, Marli. Guerra do Contestado: a organização da irmandade cabocla. 2. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1995.
CORRÊA, Roberto Lobato. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand, 2015.
CATALÃO, Igor. Desafios para a construção do direito à cidade. Conferência de abertura. In: Ciclo de debates sobre o meio ambiente, 8., 30 maio a 2 jun. 2017, Facip/UFU, Ituiutaba. Mimeo.
ENDLICH, Ângela. Território e morfologia urbana em pequenas cidades: o que revelam? Revista Geográfica de América Central, Costa Rica, n. especial, p. 1-14, jul./dez., 2011.
ENDLICH, Ângela. Pensando os papéis e significados das pequenas cidades. São Paulo: Ed. UNESP, 2009.
ESPÍNDOLA, Carlos José. As agroindústrias no Brasil: o caso Sadia. Chapecó: Grifos, 1999.
ESPÍNDOLA, Marcos Aurélio. As transterritorialidades na bacia do rio Uruguai e o alagamento sistemático de coletividades. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2009.
GOULART FILHO, Alcides. Formação econômica de Santa Catarina: uma tentativa de síntese. In: MATTEI, Lauro; LINS, Hoyêdo Nunes. A socioeconomia catarinense: cenários e perspectivas no início do século XXI. Chapecó: Argos, 2010.
HEINSFELD, Adelar. Fronteira e ocupação do espaço: a questão de Palmas com a
Argentina e a colonização do vale do rio do Peixe-SC. São Paulo: Perse, 2014.
KLEIN, Roberto Miguel. Mapa fitogeográfico do estado de Santa Catarina. In: REITZ, Raulino (ed.). Flora ilustrada catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1978.
LEFEBVRE, Henri. A cidade do capital. Rio de Janeiro: DP&A, 2001a.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001b.
LEFEBVRE, Henri. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
MONTE-MÓR, Roberto Luís. O que é o Urbano, no Mundo Contemporâneo. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n. 111, p.09-18, jul./dez. 2006.
MONTE-MÓR, Roberto Luís. Urbanização extensiva e lógicas de povoamento: um olhar ambiental. In: SANTOS, Milton et al. Território, globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994.
PERTILE, Noeli. Formação do espaço agroindustrial em Santa Catarina: o processo de produção de carnes do Oeste Catarinense. 2008. 322 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-graduação em Geografia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
RADIN, José Carlos. Representações da colonização. Chapecó: Argos, 2009.
RENK, Arlene. A luta da erva: um ofício étnico no Oeste Catarinense. Chapecó: Grifos, 1997.
SANTOS, Milton. Técnica, espaço e tempo: globalização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Edusp, 2013.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2012.
SANTOS, Milton. Sociedade e espaço: a formação social como teoria e como método. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 54, p.81-99, jun. 1977.
SOJA, Edward. Postmetrópolis: estudios críticos sobre las ciudades y las regiones. Madrid: Traficantes de sueños, 2008
SOUZA, Reginaldo José de; CATALÃO, Igor. Da “Cidade-Cyborg” à “Atmosfera-Cyborg”: contribuições à análise do espaço e do clima urbanos. Sociedade & Natureza, Uberlândia, v. 2, n. 28, p. 199-213, mai./ago., 2016.
SOUZA, Reginaldo José de. Fronteiras ou Raias (?). In: PASSOS, Messias Modesto dos (Org.). A raia divisória: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul (cenas e cenários). São Paulo: Outras Expressões, 2011.
SPOSITO, Eliseu Savério; JURADO DA SILVA, Paulo Fernando. Cidades Pequenas: perspectivas teóricas e transformações socioespaciais. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.
SPOSITO, Eliseu Savério; SANTOS, Leandro Bruno. O capitalismo industrial e as multinacionais brasileiras. São Paulo: Outras Expressões, 2012.
VALENTINI, Delmir. Memórias da Lumber e da Guerra do Contestado. Porto Alegre: Letra e Vida, 2016.
WERLANG, Alceu. Disputas e ocupação do espaço no oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2006.
ZARTH, Paulo Afonso. Agricultura e impactos ambientais no Planalto do Rio Grande do Sul. In: NODARI, Eunice Sueli; KLUG, João. História Ambiental e Migrações. São Leopoldo: Oikos, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos submetidos a revista Formação Online estão licenciados conforme CC BY. Para mais informações sobre essa forma de Licenciamento, consulte: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0. Todos os direitos reservados. A reprodução integral e/ou parcial da revista é permitida somente se citada a fonte. A divulgação dos trabalhos em meio digital e impresso é permitida, desde que a comissão de publicação autorize formalmente, sendo vedada a comercialização dos dados e informações a terceiros. O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos seus autores, sendo que a revista se isenta de qualquer responsabilidade relacionada aos mesmos. Esta é uma revista de caráter científico e está sujeita a regras e ao domínio da Universidade Estadual Paulista.