A TERRITORIALIZAÇÃO DA CULTURA GAÚCHA NO NORTE DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v1i25.4918Resumo
O movimento migratório dos gaúchos, entendidos aqui como os sujeitos nascidos no Rio Grande do Sul, se espraia por todo o país e em diversas partes do mundo e, com ele, observamos a fundação dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) que tem a finalidade de preservar a cultura gaúcha em outros territórios. Nesse aspecto, a desterritorialização desses migrantes não implica em uma perda identitária, já que essas entidades surgem como uma forma de reviver os valores tradicionalistas. Essa particularidade contribui para que o tradicionalismo gaúcho perdure e ganhe novos contornos ao se territorializar fora do seu estado de origem. A partir desse entendimento, investigamos como a cultura gaúcha se manifesta no Norte do Paraná e, sobretudo, é apropriada pelos paranaenses de Londrina e Maringá. Com a realização de entrevistas com paranaenses que frequentam os CTGs, verificamos que muitos se consideram gaúchos – paranaúchos - mesmo sem ter visitado o Rio Grande do Sul. Além dos CTGs, esses sujeitos se relacionam com gaúchos em outros microterritórios, o que contribui para que estejam constantemente em contato com essa cultura. Embora existam gaúchos que participam ativamente dos CTGs, são os paranaúchos que se mostraram elementos fundamentais na difusão da cultura gaúcha no norte-paranaense através de práticas performativas, como a dança.
Palavras-chave: Migração gaúcha; Paranaúchos; Centros de Tradições Gaúchas; Norte do Paraná; tradicionalismo gaúcho.
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