Beleza plástica: a fetichização do corpo feminino como mercadoria no espaço heteronormativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35416/geoatos.v1i16.7287

Resumo

Busco tentar compreender como o corpo feminino se associa ao processo de produção de mercadorias com base nas transformações por cirurgias plásticas estéticas, em que transforma esse corpo em um fetiche socialmente construído pelo espaço heteronormativo. Os processos que ocorrem em um corpo são processos seletivos. Exigindo-se que certos corpos, certas pessoas, certos sexos e gêneros recebam tratamentos sociais diferenciados. Sendo as mulheres que mais sofrem com esses processos, relacionando-se ao consumo de cirurgias plásticas, o número cresce a cada ano. Apenas em 2016 mais de 8 milhões de procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos de acordo com a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Visto esses processos, percebe-se também mudanças nas questões relacionadas a saúde-doença dessas pessoas. Trago aqui diversos questionamentos com o intuito de provocar o pensamento crítico e reflexões acerca do tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA FILHO, N. O que é saúde? Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2011.

ALVES, Natália Cristina. A cidade inscrita no meu corpo: gênero e saúde em Presidente Prudente- SP. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente: [s.n.], 2010.

ALVES, Natália Cristina; PEDROSO, Mateus Fachin; GUIMARÃES, Raul Borges. Corpos que falam: interpretações geográficas entre saúde, gênero e espaço. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n. 41, v. 3, Dossiê “Geografias interseccionais: gênero, raça, corpos e sexualidades” p. 09-24, jul-dez, 2019.

AZEVEDO, A. F. de; PIMENTA, J. R.; SARMENTO, J. As geografias culturais do corpo. In: AZEVEDO, A. F. de; PIMENTA, J. R; SARMENTO, J. (Orgs.) Geografias do Corpo: ensaios de Geografia Cultural. Porto: Figueirinhas. 2009. p. 11-30

BORSOI, B. F. G. A distribuição espacial de cirurgias plásticas no Brasil e a mercantilização do corpo. In: VXIII ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, 2016, São Luis- MA. Cidade/Urbano, 2016.

BORSOI, B. F. G. O espaço heteronormativo e transformação do corpo pela cirurgia plástica em meninas do ensino médio de Presidente Prudente- SP. In: XIX ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFXS, 2018, João Pessoa. Cidade/Urbano, 2018.

BORSOI, B. F. G.; GUIMARÃES, R. B. Impactos sociais das cirurgias plásticas e a saúde de meninas jovens no Brasil. In: IX SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA DA SAÚDE- 2019. Blumenau- Santa Catarina, 2019.

BRU, J. El cuerpo como mercancia. In: NOGUÉ, J; ROMERO, J. Las otras Geografías. 1ed. Valencia: Tirant Humanidades. 2006

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 16ªed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

EDMONDS, A. No universo da beleza: Notas de campo sobre cirurgia plástica no Rio de Janeiro. In: . Goldenberg (org.). Nu & vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. 2ed. Rio de Janeiro: Record, 2007

FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução: coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017. 464p.

FEDERICI, S. Mulheres e a caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais. Tradução Heci Regina Candiani. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

FONSECA, R. M. G. S. da. Espaço e gênero na compreensão do processo saúde-doença da mulher brasileira. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 1, p. 5-13, janeiro 1997.

GARCIA, C. C. Breve história do feminismo. São Paulo: Claridade, 3ª edição. 120p. 2015.

GOLDENBERG, M. Gênero e corpo na cultura brasileira. Psicol Clin. Rio de Janeiro. v. 17, n. 2, p. 65-80, 2005.

GOLDENBERG, M.; RAMOS, M. S. A civilização das formas: O corpo como valor. In: . Goldenberg (org.). Nu & vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. 2ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

GUIMARÃES, Raul Borges. Saúde Coletiva e o fazer Geográfico. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n. 41, v. 1, Dossiê “60 Anos do Departamento de Geografia da UNESP/FCT, p. 119-132, jan-jun, 2019.

LEAL, V. C. L. V.; CATRIB, A. M. F.; AMORIM, R. F.de; MONTAGNER, M. A. O corpo, a cirurgia estética e a Saúde Coletiva: um estudo de caso. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2010, vol.15, n.1, pp.77-86. ISSN 1413-8123. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000100013>

MARX. K. O capital: crítica da economia política: livro I: o processo de produção capital. 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2017.

MISKOLC, RICHARD. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias. Porto Alegre, ano 11, nº 21, jan./jun. 2009, p. 150-182.

SAFIOTTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classes. 3ªed. São Paula: Expressão Popular, 2013. 528p.

SILVA, J. M. Corpo, corporeidade e espaço na análise geográfica. In: HEIDRICH, Álvaro Luiz; COSTA, Benhur Pinós da; PIRES, Claudia Luisa Zeferino (Orgs.). Maneiras de ler: geografia e cultura. Porto Alegre: Imprensa Livre/Compasso Lugar Cultura, 2013. p. 28-36.

WOLF, N. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. 3ªed. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.

Downloads

Publicado

2020-02-28

Como Citar

BORSOI, B. F. G. Beleza plástica: a fetichização do corpo feminino como mercadoria no espaço heteronormativo. Geografia em Atos (Online), Presidente Prudente, v. 1, n. 16, p. 61–75, 2020. DOI: 10.35416/geoatos.v1i16.7287. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/7287. Acesso em: 27 abr. 2024.