Mapeamento dos crimes de ódio contra LGBT: uma leitura socioespacial da violência entre os anos de 2017 e 2018

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35416/geoatos.v1i16.7283

Resumo

O presente artigo tem por objetivo realizar uma leitura socioespacial dos dados existentes referentes a violência lúgubre e fatídica praticada e direcionada a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais) brasileira, que cresce a cada ano, atingindo as mais variadas camadas da sociedade, classificadas e intituladas pelos Movimentos Sociais, sobretudo, o Movimento LGBT, como “crimes de ódio”. Interpelaremos as formas/conteúdos da (s) violência/violências que perpassam a violação dos direitos básicos a qualquer cidadão, como acesso à saúde, educação, trabalho, mas, principalmente, o direito à vida. Dentro da classificação adotada pelos militantes do Movimento LGBT brasileiro categorizadas como “crimes de ódio”, buscamos realizar um diálogo entre espaço-corpo, heteronormatividade e corporeidades assumidas por sujeitos LGBTs. Portanto, não falaremos somente da violência explicita nas armas de fogo, nos socos, chutes e facadas, mas também da violência escondida, silenciosa e velada, que nega a essas pessoas o direito ao espaço.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wilians Ventura Ferreira Souza, Graduando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP campus de Presidente Prudente Estagiário do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária – NERA


Graduando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP campus de Presidente Prudente
Estagiário do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária – NERA

Carlos Alberto Feliciano, Universidade Estadual Paulista - UNESP.

Pesquisador III da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente, Universidade Estadual Paulista - UNESP. Coordenador do Nucleo de Estudos sobre Agroecologia do Pontal do Paranapanema- NEAPO. Pesquisador Associado de Projeto Temático da FAPESP.

Referências

BARBOSA, A. C. S. As trans-formações dos corpos travestis e o espaço escolar: uma leitura que não cabe no masculino e feminino. In: SILVA, J. M; ORNAT, M. J; JUNIOR, A. B. C. (Org.). Diálogos ibero-latino-americanos sobre geografias feministas e das sexualidades. Ponta Grossa: Toda palavra, 2017. p. 67-83

CAMAROTTI, Renata. A trajetória do Movimento LGBT: a luta por reconhecimento e cidadania no contexto brasileiro e baiano. 2009, 154 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação do departamento de ciências sociais da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.

COLETTO, Luiz Henrique. O movimento LGBT e a mídia: tensões, interações e estratégias no Brasil e nos Estados Unidos. Rio de Janeiro, 2013. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013, 278p.

COSTA, B. P. da. As microterritorialidades nas cidades: reflexões sobre as convivências homoafetivas e/ou homoeróticas. Terr@ Plural, Ponta Grossa, v.6, n.2, p. 257-271, jul/dez. 2012

COSTA, B. P. da. Por uma geografia do cotidiano: território, cultura e homoerotismo na cidade. 2007. 362 f. Tese (Doutorado em geografia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

EFREM F. R. Corpos brutalizados: conflitos e materializações nas mortes de LGBT. Cad. Pagu [online]. 2016, n.46, pp.311-340.

FERNANDES, B. M. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: Contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais. En: OSAL: Observatorio Social de América Latina. Año 6 no. 16 (jun. 2005- ). Buenos Aires: CLACSO, 2005.

FERNANDES, B. M. Movimentos Socioterritoriais e Movimentos socioespaciais: Contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais. Ed. Especial. São Paulo: Revista NERA, 2012. p. 07-17.

FACCHINI, R. “Sopa de Letrinhas”? – movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90: um estudo a partir da cidade de São Paulo. Campinas, 2002.

FILHO, J. S; SILVA, H. M. da; ORIGUÉLA, C. F. Ocupações de terra no Brasil, São Paulo e Pontal do Paranapanema (1988-2011). Dataluta: questão agrária e coletivo de pensamento. São Paulo: Outras expressões, 2014. 69-100.

GOHN, M. da G.. Teorias dos Movimentos Sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 2007.

GRUPO GAY DA BAHIA. Relatório 2017: Assassinatos de LGBT no Brasil em 2017. Disponível em: . Acesso em: 31 abr. 2019.

________________________. Relatório 2018: Assassinatos de LGBT no Brasil em 2018. Disponível em: . Acesso em: 31 abr. 2019.

LOURO, G. L. Pedagogias da Sexualidade. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horinzonte: Ed. Autentica, 2000, p. 7-34

MACRAE, E. Os respeitáveis militantes e as bichas loucas. In: EULÁLIO, A. et al. Caminhos Cruzados. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1982

MOLINA, L. P. P. A homossexualidade e a historiografia e trajetória do movimento homossexual. Revista Antíteses, v. 4, n. 8, p. 949-962, jul/dez, 2011.

NOGUEIRA, L; HILÁRIO, E; PAZ, T. T; MARRO, K. (orgs.) Hasteemos a bandeira colorida: diversidade sexual e de gênero no Brasil. 1.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018. 320p

ORNAT, M. J. Território da prostituição e instituição do ser travesti em Ponta Grossa – Paraná. Dissertação (Mestrado em Gestão do Território) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2007. 160 f.

PEDON, N. R. Geografia e movimentos sociais: dos primeiros estudos à abordagem socioterritorial. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

PEDON, N. R; DALPÉRIO, L. C. A contribuição da abordagem socioterritorial à pesquisa geográfica sobre os movimentos sociais. Dataluta: questão agrária e coletivo de pensamento. São Paulo: Outras expressões, 2014. 39-68.

PEDROSO, M. F; GUIMARÃES, R. B. Marcas do HIV/AIDS em Corpos Jovens: Rupturas e Ressignificações no Espaço Urbano. Revista Latino Americana de Geografia e Gênero, v. 8, n. 2, p. 2350, 2017.

PÉREZ - CHABANEAU –LUCÍA, Corpos políticos e identidades performativas. Uma análise do conceito de corpo a partir dos protestos de rua do movimento feminista e do movimento da diversidade sexual no Uruguai. Brasil, 2013. 137 f. Dissertação (Mestrado em Sociología) Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Río de Janeiro, 2013.

RIBEIRO, M. A. Geografias malditas, malditas geografias? a discussão de gênero e sexualidade no mundo, segundo diferentes pontos de vista. In: SILVA, J. M; ORNAT, M. J; JUNIOR, A. B. C. (Org.). Geografias feministas e das sexualidades: encontros e diferenças. Ponta Grossa: Toda palavra, 2016. p. 9-13

RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

RODRIGUES, M. T. Vivencias de sujetos em processos transexualizadores y sus relaciones com el espacio urbano de Santiago de Chile. Dissertação (Mestrado em geografia), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho – campus de Presidente Prudente, Presidente Prudente, 2012. 354 f.

SILVEIRA, Drielly Teixeira Lopes. SOB O SIGNO DA SEREIA: a feminilidade na experiência de mulheres trans deficientes. 2018. 199 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Sexual) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara), Araraquara, 2018.

SILVA, J. M; ORNAT, M. J; JUNIOR, A. B. C. Sobre as desobediências epistemológicas e o testamento intelectual de Milton Santos. In: SILVA, J. M; ORNAT, M. J; JUNIOR, A. B. C. (Org.) Geografias feministas e das sexualidades: encontros e diferenças. Ponta Grossa: Toda palavra, 2016. p. 13-31

SILVA, M. J; FERREIRA, E. Abordagens corporizadas: gênero, sexualidades e tecnologias. In: SILVA, J. M; ORNAT, M. J; JUNIOR, A. B. C. (Org.). Diálogos ibero-latino-americanos sobre geografias feministas e das sexualidades. Ponta Grossa: Toda palavra, 2017. p. 31-45.

SOUZA, W. V. F.; FELICIANO, C. A. Que movimento é esse: uma leitura histórica e socioespacial do movimento LGBT de Presidente Prudente/SP. In: Revista Geografia em Atos (GeoAtos online) - 60 anos do curso de Geografia da FCT/UNESP: memórias e desafios - v. 08, n. 15, p. 136-165, dez/2019. DOI: 10.35416/geoatos.v8i15.6990

SPOSITO. E. S. Geografia e Filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

SANTOS, M. (Org.) Novos rumos da geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1996.

ZAMBONI, Jésio. Educação Bicha: uma a(na[l])rqueologia da diversidade sexual. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Espiríto Santo, Centro de Educação, Vitória, 2016.

Downloads

Publicado

2020-02-28

Como Citar

FERREIRA SOUZA, W. V.; FELICIANO, C. A. Mapeamento dos crimes de ódio contra LGBT: uma leitura socioespacial da violência entre os anos de 2017 e 2018. Geografia em Atos (Online), Presidente Prudente, v. 1, n. 16, p. 121–140, 2020. DOI: 10.35416/geoatos.v1i16.7283. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/7283. Acesso em: 16 nov. 2024.