TERRITÓRIOS RURAIS E REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL NO RIO GRANDE DO NORTE
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v1i23.3639Resumen
O processo de reestruturação produtiva agrícola que vem ocorrendo no campo brasileiro e potiguar, nas últimas décadas, é marcado por um conjunto de processos globais de acumulação, perda da capacidade de decisão local e aumento das assimetrias territoriais, com o aumento da densidade técnica em alguns pontos do território. O presente trabalho tem como objetivo central analisar o processo contraditório de reestruturação da agropecuária do estado do rio Grande do Norte a partir dos anos 1980, marcada por dois vetores claramente definidos e contrapostos, o agronegócio, marcado pela produção moderna da fruticultura irrigada, e a agricultura familiar, marcada por fragilidades e dificuldades em todos os circuitos espaciais de produção nos quais estão envolvidos. No caso do Rio Grande do Norte, verificamos que a fruticultura irrigada e a agricultura de alimentos básicos constituem e podem explicar parte da contradição que permeia esse processo dialético de reestruturação econômica e territorial a partir dos anos 1980. O primeiro envolve agentes e relações, fixos e fluxos, padrões de produção e acumulação, bem como de consumo, bastante verticalizados, mundializados e hegemônico. E o segundo, em contraposição a essa lógica, está pautado no modelo da agricultura familiar, a qual padece historicamente da escassez de recursos, baixa densidade técnica, parco incentivo público, além de dificuldade de inserção comercial.
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