TRAVESSIAS : PERMANÊNCIAS TRANSITÓRIAS E TRÂNSITOS PERMANENTES NO NORTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (BRASIL)
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v28i53.8193Abstract
O objetivo central do texto consiste em apresentar as dinâmicas populacionais de grupos familiares residentes no Norte do Estado de Minas Gerais, que se caracteriza como uma região emblemática no cenário nacional por ter se estabelecido como uma espécie de “viveiro de migrantes”. Esta denominação se refere ao deslocamento de parte de seus habitantes (sobretudo os rurais) para as mais diversas regiões do Brasil (migração rural-urbana, rural-rural), apontando para um processo de desruralização no meio rural norte mineiro. Baseado em entrevistas com famílias rurais o texto apresentará uma mobilidade espacial marcada por tempos de presença e ausência no espaço social compondo um circulo contínuo de movimentos (permanências transitórias e trânsitos permanentes) e conformada por sentidos e significados diversificados. Dentre esses significados, a ausência no espaço social de origem do migrante tem como um dos seus sentidos centrais a possibilidade de retorno ao próprio lugar de origem, mas em condições diferenciadas. O “ir” e “vir” é um elemento constitutivo de uma cultura local que transforma os meios, modos e condições de vida dessas famílias rurais. Considerando o meio rural como um “mundo” onde residem famílias consideravelmente heterogêneas, a mobilidade espaço e a permanência (ainda que temporária e transitória) é multideterminada, ou seja, baseada em diversos elementos e possui sentidos e significados variados que são definidos a partir do contexto social, cultural e econômico presente no interior dos mais diversos grupos familiares de origem dos agentes do processo migratório. Nesse sentido, a saída do lugar de origem teria múltiplos significados conformado a partir da realidade social e econômica dessas famílias. Dentre esses significados, essa saída remete a possibilidade de retorno para o próprio lugar de origem, mas em condições diferenciadas. Além disso, a saída é vista como um elemento fundamental para a reprodução social e para a própria permanência desses grupos sociais em suas localidades de origem.
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