EXPANSÃO TERRITORIAL DAS FOODTECHS NO BRASIL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Resumen

A pandemia de COVID-19 tem representado um ponto de inflexão na forma de organização da sociedade. O uso de medidas sanitárias de contenção do número de infecções e mortes geralmente implica a adoção de normas restritivas de circulação com impacto direto no funcionamento da economia. Um dos setores mais atingidos foi o da alimentação fora de casa, com o fechamento de milhares de bares e restaurantes. Como resultado, cresceu o número de empresas de foodtech no Brasil, dedicadas à realização do serviço de comercialização de alimentos a partir da intermediação entre clientes, restaurantes e entregadores por meio de plataformas digitais. O objetivo do presente artigo é analisar o uso do território pelas foodtechs no Brasil diante do contexto de evolução da pandemia de COVID-19. Como resultado da pesquisa, verificou-se uma maior capilaridade territorial das foodtechs durante o período da pandemia, momento no qual houve uma expansão para mais de mil cidades. É notável a concentração do setor em três grandes empresas, com destaque para a liderança exercida pela brasileira iFood, seguida da americana Uber Eats e da colombiana Rappi. O estudo contribuiu para demonstrar a consolidação das foodtechs na intermediação de serviços alimentares no Brasil e os riscos inerentes à oligopolização do setor a exemplo dos contratos de exclusividade junto aos restaurantes e a não regularização dos vínculos trabalhistas dos entregadores