Desafios para a Agroecologia: as dificuldades da mudança do modelo produtivo | Challenges for Agroecology: the difficulties of changing the production model

Autores/as

  • Diógenes Rabello FCT/UNESP

DOI:

https://doi.org/10.33026/peg.v0i0.2887

Resumen

Introdução: Esse trabalho surge das ações de pesquisa e reflexões suscitadas no âmbito atividades do Projeto "Práticas Agroecológicas no Pontal do Paranapanema (SP)", financiado pelo CNPq/MDA, e coordenado pelo professor Antonio Thomaz Junior. Os modelos produtivos desenvolvidos e/ou em desenvolvimento no campo, atualmente, são reflexos do pacote tecnológico conhecido como “Revolução Verde”. Historicamente verificamos que cresceu o interesse por parte das grandes empresas agroindustriais em alavancar a modernização das formas produtivas, amparadas, pois, na prerrogativa da necessidade de atender a demanda externa. Assim, novas técnicas e procedimentos de controle do trabalho são implementados nas atividades agroindustriais, daí a intensificação do uso de maquinários agrícolas e utilização de insumos químicos, que cada vez mais substituem as formas convencionais/tradicionais de produção. Metodologia/Desenvolvimento.  A agroecologia tem se apresentado como uma alternativa para os camponeses resistir às investiduras do capital agroindustrial, criando condições de trabalho e vida para manter-se no campo e sob o controle dos mecanismos de sua reprodução social e familiar. Pensa em mudanças no modelo produtivo imposto no campo nos dias de hoje é considerar que os agentes dificultadores se apresentam com diversas faces, de diversas maneiras. As atividades monocultoras têm expandido cada vez mais seus imites, e em alguns casos, como o do Assentamento Guarani, no município de Sandovalina, e o Assentamento Paulo Freire no município de Mirante do Paranapanema, ambos no estado de São Paulo, as lavouras de cana-de-açúcar têm estão "engolindo" os assentamentos, de tal forma e intensidade que seu limite se faz com a porteira de entrada da propriedade. Diante destas condições, o produção familiar fica a mercê dos impactos causados pelas atividades desenvolvidas nas lavouras de cana-de-açúcar como, por exemplo, a pulverização aérea de insumos químicos, altamente tóxicos, recurso esse utilizado cada vez mais pelas unidades agroindustriais canavieiras. Outro aspecto que se apresenta como impedimento para uma produção agroecológica são as possibilidades de comercialização da produção, que embora alguns programas criados pelo governo vem contribuindo para isso, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), há ainda uma grande dificuldade com comercializar o que é produzido nas pequenas propriedades, principalmente quando olhamos para o escoamento desta produção e os preços oferecidos por elas. Considerações finais: Movido por critérios econômicos, o modelo de produção hoje praticado vislumbra a exportação, desconsiderando assim as reais necessidades e demandas alimentares da população, a agroecologia traz consigo a Soberania Alimentar, e pretende assim, oferecer condições que possibilitem ao pequeno agricultor desenvolver sua produção com possibilidade de comercialização local, produção de alimentos livres de agrotóxicos e respeito ao meio ambiente. Acreditamos ser a agroecologia uma importante alternativa para o enfrentamento das urdiduras do capital, e de reprodução familiar para o campesinato.

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Publicado

2014-05-15

Cómo citar

Rabello, D. (2014). Desafios para a Agroecologia: as dificuldades da mudança do modelo produtivo | Challenges for Agroecology: the difficulties of changing the production model. PEGADA - A Revista Da Geografia Do Trabalho. https://doi.org/10.33026/peg.v0i0.2887

Número

Sección

RESUMOS APRESENTADOS NO "I SEMINÁRIO QUESTÕES DO TRABALHO, AMBIENTAIS E SAÚDE DO TRABALHADOR"