Relações de Trabalho nos Territórios da Reforma Agrária no Sul do Paraná: se Camponês, se Proletário! | Labour Relations in the New Territories of Agrarian Reform in Southern Paraná: Being a Peasant is To Be Proletariat!
DOI:
https://doi.org/10.33026/peg.v0i0.2900Abstract
Introdução: Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma reflexão acerca das contradições e perspectivas que permeiam os trabalhadores envolvidos na luta pela terra numa região específica. Com base nas elaborações teóricas e percorrendo algumas discussões clássicas e contemporâneas sobre os sujeitos trabalhadores, no campo, estamos centrando nossas atenções para levantar questões para nos posicionarmos diante do assunto, com base nos Assentamento Contestado, situado no município da Lapa, região Metropolitana de Curitiba. Sabendo que os trabalhadores envolvidos na luta pela terra ocupam espaço de destaque na atualidade e que são protagonistas da luta de classes, pretende-se levantar elementos da realidade e relacioná-los com as elaborações teóricas em torno do trabalho camponês e do trabalho assalariado, realizando aproximações às tensões teóricas existentes e refletindo sobre o fortalecimento da classe trabalhadora, contexto político atual. Metodologia/Desenvolvimento: Este trabalho está organizado em duas partes principais, a primeira é um estudo bibliográfico de alguns autores que estudam a questão agrária, principalmente os camponeses e os assalariados rurais e as relações de trabalho no campo; a segunda parte do trabalho está voltada para a elaboração de reflexões teóricas sobre a resistência, a existência e a permanência do campesinato na formação econômico-social capitalista. Esses dois passos contribuem para a elaboração de hipóteses e reflexões que podem trazer questões novas ou mesmo repensar as cisões históricas quanto à resistência dos trabalhadores. Considerações finais: O campo brasileiro está passando por muitas transformações nesses últimos 15 anos, sendo que os ataques do capital às relações de trabalho no campo e às comunidades camponesas, principalmente nos territórios de reforma agrária. Essas relações atingem os camponeses assentados, duplamente, ou seja, enquanto trabalhadores da terra e também como assalariados, tendo em vista que em grande número se assalariam para complementar renda e se manterem no lote. No assentamento Contestado, das 108 famílias, 61 famílias estão envolvidas de forma direta com o trabalho assalariado, ou seja já corresponde a 60%. A questão é se esses camponeses assalariados vão permanecer camponeses ou vão se tornar proletários? Qual o futuro que se resevar no âmbito do processo de conscientização fundamentado na luta pela terra e luta de classes?
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