A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL: UMA FACE DA BARBÁRIE CAPITALISTA

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Palavras-chave:

Conjuntura agrária, Questão agrária, Grilagem de terra, Estrutura fundiária, Reforma agrária

Resumo

Nesse ensaio, propomo-nos interpretar a conjuntura agrária atual do Brasil, através de uma análise que busca ir além da realidade imediata. Pretendemos situar os nefastos retrocessos, com relação à questão agrária nos últimos anos, na esteira das contradições que marcaram essa formação territorial capitalista, notadamente, ao longo do que ocorreu nas duas primeiras décadas dos anos 2000. Partimos do pressuposto de que a questão agrária, apesar das novas expressões surgidas na transição do século XX para o XXI, segue inalterada no tocante ao seu cimento estrutural, a profunda concentração fundiária. O monopólio da terra, principalmente através da grilagem e da violência, constituintes centrais da propriedade privada capitalista da terra no país, é o ponto inicial de onde a classe burguesa latifundista à brasileira se levanta para controlar e explorar, de forma destrutiva, a força de trabalho e os demais bens comuns naturais do território nacional. Nesse bojo, a classe camponesa, os indígenas e os quilombolas têm lutado e resistido a um conjunto de violências contra eles, que se leva a cabo por aquela burguesia que comanda o agronegócio. Assim, defenderemos que a questão agrária é uma face da barbárie capitalista nessa sociedade. Portanto, somente com a construção de um projeto anticapitalista no qual a reforma agrária seja um de seus pilares, haverá mudança estrutural nas relações de poder e na relação sociedade-natureza no Brasil.

Palavras-chave:Conjuntura agrária. Questão agrária. Grilagem de terra. Estrutura fundiária. Reforma agrária. 

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Biografia do Autor

Claudemir Martins Cosme, Instituto Federal de Alagoas, IFAL, Alagoas, Brasil.

Professor de Geografia do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas - Campus Piranhas, onde é Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI). Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (2019). Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba, com mestrado sanduíche na Universidade Federal de Sergipe. Graduado em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará e Graduado em Tecnólogo em Recursos Hídricos/Irrigação pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico CENTEC. Pesquisador membro do Núcleo de Agroecologia do PPGEO/UFPE. Experiência com atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural, tendo atuado na prestação de serviços de ATER aos assentamentos rurais da Microrregião do Baixo Jaguaribe-Ceará, de 2003 a 2012. Atualmente concentra os estudos no campo da Geografia Humana, com interesse nas seguintes temáticas: historia e epistemologia da ciência geográfica, questão agrária, campesinato, conflitos no campo, movimentos sociais do campo, assentamentos rurais, reforma agrária, agroecologia, governo e Estado.

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Publicado

2020-12-17

Como Citar

Cosme, C. M. (2020). A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL: UMA FACE DA BARBÁRIE CAPITALISTA. Caderno Prudentino De Geografia, 4(42), 306–332. Recuperado de https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/7833