Pilhagem Territorial e Degradação do Trabalho nos Novos Espaços da Produção de Celulose no Brasil | The Spoiling of Land and the Degradation of Work in the New Pulp Production Areas of Brazil
DOI:
https://doi.org/10.33026/peg.v0i0.2888Resumo
Introdução: O projeto parte de três constatações essenciais. A primeira é a de que, atualmente está em curso um intenso movimento de transferência das etapas iniciais da cadeia produtiva da celulose e do papel em âmbito internacional, partindo dos países tradicionalmente produtores do Hemisfério Norte para o Sul global, desencadeado pela busca da redução dos custos de produção e por contornar restrições impostas pelas legislações trabalhista e ambiental nos países centrais. Em segundo lugar, verifica-se que, internamente ao Brasil, também tem ocorrido um movimento de relocalização produtiva, na medida em que as novas plantas fabris do segmento da celulose e papel estão se instalando e se transferindo, preferencialmente, para novos espaços, mais distantes do centro dinâmico da economia nacional (Sudeste), e sem nenhuma tradição nesse tipo de atividade. São os casos dos estados do Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí, que atraem os investidores devido principalmente às vantagens comparativas quanto ao preço da terra, uma vez que cada megaprojeto requer centenas de milhares de hectares de terra para a formação de bases contíguas de monocultivo de árvores – principalmente as espécies do gênero Eucalyptus. Outro fator locacional importante é a presença de mananciais abundantes de água, necessários tanto para o cultivo do eucalipto quanto para o processamento industrial. Constatamos em pesquisa anterior que as empresas utilizam-se em grande medida do receituário pragmático do regime de acumulação flexível, impondo vínculos e condições de trabalho extremamente precários e degradantes aos trabalhadores, fato que tem resultado em constantes levantes e paralisações nas áreas pesquisadas. Metodologia/Desenvolvimento: A presente pesquisa objetiva compreender a dinâmica geográfica do trabalho na produção de celulose e papel no Brasil, e sua articulação com o movimento global do setor na contemporaneidade, por meio da análise da apropriação e exploração da natureza e da força de trabalho. Para tanto, buscaremos combinar metodologias de pesquisa quantitativa (dados secundários) com metodologias qualitativas (observação participante e realização de entrevistas semiestruturadas), atribuindo grande importância ao trabalho de campo nas áreas estudadas, quais sejam, os mais novos enclaves do monocultivo do eucalipto e da produção de celulose e papel no território brasileiro (Leste de Mato Grosso do Sul, Sul de Tocantins, Sul da Bahia, Oeste do Maranhão e Oeste do Piauí). Como referencial teórico serão adotados autores que se fundamentam no materialismo histórico e dialético, que nos permita compreender os fenômenos estudados como parte da incontrolabilidade e irreformabilidade sistêmicas do sociometabolismo do capital na era da mundialização. Considerações finais: ainda que em estágio inicial, esperamos que a pesquisa ofereça elementos para um debate crítico acerca, especialmente no que diz respeito à discussão sobre a falácia da economia verde e da sustentabilidade que envolvem as atividades econômicas em torno do monocultivo de eucalipto e da produção de celulose e papel, como forma de legitimar os desastres ambientais e os descumprimentos sociais e laborais.
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