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Nuances Est. Sobre Educ.
, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v33i00.9491
1
APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA VOLTADAS A
ALUNOS CEGOS: UMA PROPOSTA DE INCLUSÃO SOCIAL
APLICACIÓN DE METODOLOGÍAS DE ENSEÑANZA DE LA GEOGRAFÍA PARA
ALUMNOS CIEGOS: UNA PROPUESTA DE INCLUSIÓN SOCIAL
APPLICATION OF GEOGRAPHY TEACHING METHODOLOGIES AIMED AT BLIND
STUDENTS: A SOCIAL INCLUSION PROPOSAL
Márcio José dos SANTOS
1
Joice Stella de Melo ROCHA
2
RESUMO
:
Um dos grandes desafios para a educação inclusiva é a formação e a prática
docente que, muitas vezes, não atende a demanda e necessidade desse tipo de ensino. Uma
escola inclusiva deve ser entendida em sentido amplo e não apenas como um caso individual,
pois é uma realidade a ser discutida. Portanto, o professor deve trabalhar com toda a
comunidade escolar; afinal, a educação inclusiva conta com a participação ativa de todos para
que essa prática seja efetivada. Sendo assim, esse trabalho vem com o objetivo de contribuir
aos estudos na área, buscando a diminuição da lacuna existente e ajudar na identificação de
metodologias de ensino de Geografia que melhorem a compreensão de cegos. Este artigo
possui um caráter de pesquisa integrativa, permitindo uma ampla abordagem metodológica
baseada em pesquisas experimentais e não experimentais para completar a compreensão do
fenômeno pesquisado. Esta pesquisa foi realizada por meio de artigos publicados entre 2016 e
2022, com foco nos artigos encontrados em diversas bases de dados, como Google
Acadêmico. A partir da revisão feita em que foram analisados os resultados obtidos por outros
autores, pode se concluir que, uma educação inclusiva na qual todos possam desfrutar do
conhecimento é o que tentamos discutir por meio deste presente trabalho. Expondo o imenso
desafio que envolve o tripé escola-aluno-professor, foi apresentado como resultado desta
pesquisa questões que tem em vista a problemática do ensino inclusivo para alunos cegos e
com baixa visão, pois foi partindo de uma situação real do cotidiano escolar que abrimos o
leque desta tão importante variedade de ensino, a inclusão escolar.
PALAVRAS-CHAVE
:
Geografia. Cegos. Educação Inclusiva.
RESUMEN
: Uno de los principales desafíos para la educación inclusiva es la formación y la
práctica de los maestros, que a menudo no satisface la demanda y la necesidad de este tipo
de enseñanza. Una escuela inclusiva debe entenderse en un sentido amplio y no solo como un
caso individual, ya que es una realidad a discutir. Por lo tanto, el maestro debe trabajar con
toda la comunidad escolar; después de todo, la educación inclusiva tiene la participación
activa de todos para que esta práctica sea efectiva. Así, este trabajo pretende contribuir a los
estudios en el área, buscando reducir la brecha existente y ayudar a identificar metodologías
1
Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Recife
–
PE
–
Brasil. Pós-graduado em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica.
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9848-0652. E-mail: marcio.jsantos@ufpe.br
2
Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Arcos
–
MG
–
Brasil. Professora da Educação Básica, Técnica e Tecnológica. Mestre em
Matemática (UFSJ). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1079-4206. E-mail: joice.rocha@ifmg.edu.br
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Nuances Est. Sobre Educ.
, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
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2
de enseñanza de geografía que mejoren la comprensión de los ciegos. Este artículo tiene un
carácter de investigación integradora, permitiendo un amplio enfoque metodológico basado
en la investigación experimental y no experimental para completar la comprensión del
fenómeno investigado. Esta investigación se llevó a cabo a través de artículos publicados
entre 2016 y 2022, centrándose en artículos encontrados en varias bases de datos, como
Google Scholar. De la revisión realizada en la que se analizaron los resultados obtenidos por
otros autores, se puede concluir que una educación inclusiva en la que todos puedan
disfrutar del conocimiento es lo que intentamos discutir a través de este trabajo. Exponiendo
el inmenso desafío que implica el trípode escuela-alumno-profesor, cuestiones que tiene en
vista del problema de la enseñanza inclusiva para estudiantes ciegos con baja visión, se
presentó como resultado de esta investigación, pues fue partiendo de una situación real de la
vida escolar que abrimos el abanico de esta importante variedad de enseñanza, la inclusión
escolar.
PALABRAS CLAVE
: Geografía. Ciego. Educación Inclusiva.
ABSTRACT
:
One of the great challenges for inclusive education is teacher training and
practice, which often does not meet the demand and need for this type of teaching. An
inclusive school must be understood in a broad sense and not just as an individual case, as it
is a reality to be discussed. Therefore, the teacher must work with the entire school
community; after all, inclusive education counts on the active participation of all so that this
practice is effective. Therefore, this work aims to contribute to studies in the area, seeking to
reduce the existing gap and help in the identification of teaching methodologies of Geography
that improve the understanding of the blind. This article has an integrative research
character, allowing a broad methodological approach based on experimental and non-
experimental research to complete the understanding of the researched phenomenon. This
research was carried out through articles published between 2016 and 2022, focusing on
articles found in several databases, such as Google Scholar. From the review carried out
where the results obtained by other authors were analyzed, it can be concluded that an
inclusive education, in which everyone can enjoy knowledge is what we try to discuss through
this present work. Exposing the immense challenge that involves the school-student-teacher
tripod; It was presented as a result of this research questions that have in view the problem of
inclusive education for blind and low vision students, because it was starting from a real
situation of the school daily life that we opened the range of this very important variety of
teaching, school inclusion.
KEYWORDS
: Geography. Blind. Inclusive education.
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, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
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3
Introdução
Um dos grandes desafios para a educação inclusiva é a formação e a prática docente,
que muitas vezes não atende a demanda e a necessidade desse tipo de ensino. Isso se deve a
diversos fatores, desde as condições de trabalho como a estrutura física das instalações, as
deficiências no processo de formação e até a falta de capacitação contínua para trabalhar com
esse público (ALVES, 2019).
No entanto, apesar dos vários desafios que normalmente se enfrentam, é importante
enfatizar que trabalhar com educação inclusiva não pode ser visto como um problema ou uma
barreira intransponível ao potencial. É preciso ver o outro por quem ele é, não por rótulos
(AGUIAR; COSTA, 2021).
Uma escola inclusiva não deve ser entendida apenas como uma escola que aceita
alunos com deficiência, pois o conceito de inclusão não se limita ao fato de a pessoa com
deficiência estar matriculada em uma escola regular. Esse aluno deve estar inserido como um
todo e participar ativamente do processo de ensino e aprendizagem (COOK
et al.
, 2021).
No processo de ensino e aprendizagem, o professor tem um papel fundamental e não
deve ser apenas um mero transmissor de conhecimentos acabados, mas sim, um
estimulador/mediador do conhecimento e ao mesmo tempo um investigador que contribui
para o desenvolvimento da educação (FERREIRA; SILVA; SILVA, 2021).
Uma escola inclusiva deve ser entendida em sentido amplo e não apenas como um
caso individual, pois é uma realidade a ser discutida. Portanto, o professor deve trabalhar com
toda a comunidade escolar; afinal, a educação inclusiva conta com a participação ativa de
todos para que essa prática seja efetivada (RODRIGUES; SALDANHA; CORRÊA, 2017).
Sendo assim, esse trabalho vem com o objetivo de contribuir aos estudos na área,
buscando a diminuição da lacuna existente e ajudar na identificação de metodologias de
ensino de Geografia que melhorem a compreensão de cegos.
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4
Referencial teórico
Pessoas com deficiência visual são pessoas que possuem deficiência visual total ou
parcial. Em particular, a deficiência visual é dividida em deficiência visual parcial, também
chamada de deficiência visual ou mais corretamente, deficiência visual e cegueira se a
deficiência for completa. Indivíduos com acuidade visual inferior a 0,05 no melhor olho sem
ajuda são considerados cegos, o que significa que podem ver à dez pés o que uma pessoa sem
deficiência visual pode ver a sessenta metros (ALVES, 2019).
Essa diminuição da visão ou cegueira pode ter causas congênitas, que podem ser
adquiridas no pré-natal ou após o primeiro mês de vida ou, ainda, podem ser hereditárias,
causando uma completa ausência de reação (cegueira) (ALVES, 2019).
O artigo 58 da Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) assegura
que a escola regular deve oferecer apoio disciplinar específico para atender às necessidades
das pessoas público-alvo da Educação Especial. Caso não seja possível a integração em aulas
regulares, essa realização educacional especial deve ser realizada em turmas especiais, as
chamadas salas de recursos, através do Atendimento Educacional Especializado (AEE)
(BRASIL, 1996).
Além disso, o artigo 59 da LDBEN afirma que os sistemas de ensino garantirão que os
alunos com necessidades especiais tenham currículo, metodologia, técnicas, recursos
educacionais e organização especial para atender às suas necessidades (BRASIL, 1996).
O ensino de Geografia para pessoas com deficiência visual é importante para o
desenvolvimento da autonomia espacial. A autonomia espacial é entendida como o processo
de movimentação independente na sala de aula no sentido de uma consolidação mental da
organização espacial da escola. Dessa forma, os alunos com deficiência visual podem não
apenas se locomover com mais segurança pela sala de aula, mas também entender seu espaço
de vida em geral (AGUIAR; COSTA, 2021).
Conforme Cook
et al.
(2021), este é um passo muito importante no desenvolvimento
cognitivo a pessoa com deficiência, pois para compreender a informação geográfica é preciso
desenvolver habilidades táteis-espaciais. O toque é a experiência direta da resistência, a
experiência direta do mundo como um sistema de resistências e compulsões que nos
convencem da existência de uma realidade independente de nossa imaginação.
Nessa perspectiva, o conhecimento do espaço de vida do aluno, seja na escola ou em
lugares de seu cotidiano, não é apenas reconhecido ou compreendido a partir do sentido
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visual, mas é acessível por meio do sentimento, seja qual for a forma que esse sentimento se
faça presente (COOK
et al.
, 2021).
A perspectiva fenomenológica ainda é desafiadora diante do ensino de Geografia
tradicional, pois se refere à presença no cenário nacional desde os tempos coloniais, focando
no pragmatismo e não permitindo a crítica ou valorização das experiências dos alunos. Essa
visão da Geografia, embora antiga, ainda hoje se faz presente. Às vezes aliada a outras
propostas, como a crítica e a fenomenologia, o aluno adquire outras possibilidades quando a
Geografia é conectada à sua vida e ganha sentido em sua realidade (FERREIRA; SILVA;
SILVA, 2021).
O fato, porém, é que independente do desenvolvimento da Geografia em sala de aula,
o conteúdo deve ser adaptado para que os alunos com deficiência visual possam ser incluídos
no processo de ensino e aprendizagem. A simples presença física do aluno com deficiência
visual na escola não significa que ele esteja realmente envolvido. Assim, o ambiente deve ser
totalmente adequado, com total acessibilidade, os professores devem ter formação adequada e
especializada e os métodos de ensino que atendem esses alunos devem ser observados
atentamente (RODRIGUES; SALDANHA; CORRÊA, 2017).
Outra perspectiva a considerar é a metodologia de avaliação desses alunos, sendo claro
que a sua avaliação pode não coincidir com a dos outros estudantes porque a sua
aprendizagem é baseada em outro tempo e ritmo. Portanto, uma adequação do currículo para
dar sentido a cada aprendizagem do aluno com necessidades especiais é necessária (ALVES,
2019).
Muitas vezes o estudante era avaliado da maneira tradicional, o que exigia que ele
reproduzisse apenas conceitos prontos e sem sentido com sua experiência, a menos que fosse
excluído dela por ser considerado incapaz de responder às questões levantadas em que uma
visão crítica era necessária (AGUIAR; COSTA, 2021).
Um dos maiores desafios em termos de educação inclusiva e até especial, no caso da
Geografia, é como os professores se formam na lógica visual da leitura no mundo, se deparam
com o desafio de aprender com seus alunos o modo de trabalhar outros significados
geográficos, que não são guiados pela visualidade da paisagem e do território, mas
determinados pelo sentir-se vontade. Ensinar geografia para esses alunos pode ser desafiador,
mas quando a sociedade, a escola, a ciência e os professores buscam soluções, novos métodos
mudam isso (COOK
et al.
, 2021).
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6
Metodologia
Este artigo possui um caráter de pesquisa integrativa, permitindo uma ampla
abordagem metodológica baseada em pesquisas experimentais e não experimentais para
completar a compreensão do fenômeno pesquisado. Esta pesquisa foi realizada por meio de
artigos publicados entre 2016 e 2022, com foco nos artigos encontrados em diversas bases de
dados, como Google Acadêmico.
Por tratar-se de uma Revisão Integrativa caracterizada como Pesquisa Qualitativa, a
metodologia deste estudo buscou seguir algumas das etapas da pesquisa científica, como: a
busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos,
discussão dos resultados e, por fim, apresentação da Revisão Integrativa.
Figura 1
–
Fluxograma de busca dos trabalhos
Fonte: Elaborado pelos autores
FONTES LOCALIZADAS
20 ARTIGOS
2 ARTIGOS EXCLUIDOS POR NÃO
TER RELAÇÃO COM O TEMA
RESTARAM 18 ARTIGOS ELEGÍVEIS
5 ARTIGOS EXCLUIDOS POR NÃO
ESTAREM NA MARGEM
TEMPORAL ESTABELECIDA
RESTARAM 13 ARTIGOS ELEGÍVEIS
7 ARTIGOS EXCLUIDOS PELO
IDIOMA NÃO SER DE ACORDO
COM OQUE USAMOS PARA
CRÍTERIOS DE INCLUSÃO
8 ARTIGOS INCLUÍDOS NOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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7
Resultados
A análise dos artigos selecionados para revisão visa compreender a definição e a
importância da realização da manutenção preditiva por profissionais da eletromecânica. Por
meio da investigação do artigo, o Quadro 1 pode ser construído da seguinte forma:
Quadro 1
–
Resumo dos artigos selecionados e principais informações sobre eles.
AUTOR
/ANO/
PERIÓDICO
METODOLOGIA
AMOSTRA
OBJETIVO DA
PESQUISA
RESULTADOS
SILVA. 2019.
Universidade
Federal do
Maranhão.
Intervenção
Pedagógica
Escola de
Cegos do
Maranhão
–
ESCEMA
A presente pesquisa teve
como objetivo construir e
aplicar recursos didáticos
táteis em intervenções nas
aulas de Geografia para
estudantes cegos que
cursam o 6º ano do Ensino
Fundamental, e, após o
uso dos recursos, elaborar
um caderno com
orientações metodológicas
que pudesse auxiliar ao
professor desse
componente curricular em
sua atividade docente a
qual visasse à
concretização de uma
prática inclusiva.
Os resultados nos
revelaram que a
intervenção pedagógica
com uso de recursos
didáticos táteis foi
satisfatória tanto para a
aprendizagem dos
estudantes cegos quanto
para o ensino da
Geografia no contexto da
educação inclusiva.
Ficou evidente que o uso
dos recursos didáticos
táteis contribuiu para
ampliar as estratégias de
ensino e
consequentemente dos
conhecimentos
geográficos pelos
estudantes cegos.
BESERRA.
2017.
Universidade
Federal de
Campina
Grande
Pesquisa-ação
Centro de
Educação
Especial
Integrada
Geny
Ferreira
(CEEIGEF)
Desenvolver e caracterizar
uma maquete tátil com
legenda Braille
introduzida com
recurso didático no Ensino
de Geografia do
CEEIGEF.
Ao confrontar os dados
analisados nos
questionários, percebeu-
se um desenvolvimento
na aprendizagem de 2%
dos alunos sem
comprometimento na
visão, enquanto que para
os discentes com
deficiência visual, que
não tinham percepção da
representação e
distribuição das formas
de relevo na Terra,
atingiu-se um avanço de
10% na aprendizagem.
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, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
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8
SOUZA. 2020.
Universidade
Federal de
Santa Catarina
O trabalho usa os
princípios da
pesquisa
exploratória,
embasado em
bibliografias da
cartografia tátil,
geografia escolar,
educação e
acessibilidade
para analisar os
problemas de
ensino existentes
na educação
inclusiva e trazer
resultados que
possam beneficiar
gerações futuras.
Universidade
Federal de
Santa
Catarina
Esta pesquisa tem como
objetivo geral apresentar
uma proposta de
plano de aula de Geografia
Inclusiva, construindo e
utilizando o Globo
Terrestre Tátil.
É neste contexto,
baseado nas bibliografias
acerca da Geografia
escolar com o uso da
pedagogia inclusiva, que
este trabalho traz um
apanhado de globos
táteis existentes, com um
levantamento dos
materiais necessários
para confecção passo-a-
passo de um protótipo e,
por fim, desenvolve um
plano de aula, seguido
das considerações finais,
de que o recurso didático
cria para os alunos com
deficiência visual a
possibilidade de terem
ensinamentos de
qualidade quanto aos
conteúdos obrigatórios
do currículo escolar.
JUNIOR
et al
.
(2017). 2017.
Roteiro
Estudo de Caso
Colégio de
Aplicação da
Universidade
Federal de
Santa
Catarina
(UFSC).
Nesse viés, buscou-se
refletir sobre a deficiência
visual com base na
referência conceitual dos
estudos de Vygotsky,
nomeadamente no que diz
respeito à mediação,
compensação, conceitos e
funções psicológicas
superiores. À luz desse
contexto, destaca-se uma
experiência que procurou
investigar quais as
potencialidades da oficina
pedagógica no ensino de
Geografia
Os resultados da
investigação
evidenciaram, em linhas
gerais, que os estudantes
com deficiência
constroem sua
aprendizagem por meio
de tarefas seu potencial,
seu modo de aprender,
seu ritmo, suas
habilidades e seus
talentos. diferenciadas
que promovem e
valorizam.
MEDEIROS.
2019.
Universidade
Federal do
Mato Grosso
A presente
pesquisa é de
natureza teórica, de
cunho bibliográfico
e documental,
Universidade
Federal do
Mato Grosso
O objetivo geral deste
trabalho é compreender a
importância da inclusão
dos deficientes visuais e as
suas implicações no
ensino da geografia. Nesse
sentido, a pesquisa está
organizada em sete seções,
contemplando memorial,
introdução,
desenvolvimento,
considerações e
referências bibliográficas.
A pesquisa inicial
permite demonstrar a
importância da
cartografia tátil a fim de
garantir uma educação
inclusiva aos estudantes
com deficiência visual,
garantindo assim a
apropriação dos
conceitos de geografia e
de cartografia.
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, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
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HAMUD. 2021.
Universidade
Federal de
Santa Catarina
Revisão
bibliográfica
Universidade
Federal de
Santa
Catarina
O presente trabalho tem
por objetivo é desenvolver
recursos didáticos táteis,
adaptados para estudantes
com deficiência visual
(cegueira), sendo
desenvolvidos a partir de
conteúdos da climatologia
que contemplam o
conjunto das unidades
temáticas do 6º ano do
ensino fundamental.
Por fim, como resultado
de toda a pesquisa, o
trabalho realiza a
combinação do que tem
sido mais debatido
atualmente, para assim
apresentar recursos táteis
para pessoas com
deficiência visual, tendo
como recorte, aquele/a
em que tem cegueira
total, no qual o processo
de perda visual pode
acontecer antes ou
durante o nascimento do
bebê, como também para
videntes, voltado para o
ensino de climatologia.
Junior e Costa.
2017.
Geografia,
Ensino &
Pesquisa
Estudo de Caso
Instituto
Benjamin
Constant
O presente artigo busca
demonstrar como as
ferramentas de
Geotecnologias podem
contribuir no ensino de
Geografia para alunos que
apresentam baixa visão.
Como resultados, o
material aplicado com tal
metodologia será
implantado,
definitivamente, nas
atividades acadêmicas
dos alunos na disciplina
de Geografia do Instituto
Benjamin Constant (RJ).
GENUINO.
2018.
Universidade
Federal da
Paraíba
Essa pesquisa é
categorizada como
uma pesquisa
aplicada quanto à
sua natureza,
qualitativa quanto à
sua abordagem,
exploratória e
descritiva no que
concernem os
objetivos,
bibliográfica e
documental, além
de ser um estudo
de caso e uma
pesquisa-ação por
seus
procedimentos
técnicos.
Escola
Municipal de
Ensino
Fundamental
General
Rodrigo
Otávio, no
Bairro dos
Estados, na
cidade de
João Pessoa
–
PB,
O objetivo geral do
trabalho consiste em
promover a redução das
dificuldades dos
estudantes com deficiência
visual em âmbito escolar,
fortalecendo sua
compreensão e
aproximando o estudante à
Geografia e seus
conteúdos, por meio da
cartografia tátil.
Como resultados, foi
percebido que a
cartografia tátil, quando
aplicada da forma
correta, auxilia a
compreensão dos
estudantes,
possibilitando a
visualização daquele
mapa por
meio do tato, tornando o
ensino de Geografia
efetivo e mais completo.
Fonte: Elaborado pelos autores
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10
Discussão
Beserra (2017), em seu estudo, propõe a utilização de uma maquete tátil, em que
corrobora com Medeiros (2019) e Genuino (2018). A análise dos dados obtidos dos
questionários pós-maquete apontou que no item
“
Compreensão da Temática a partir da
maquete
”,
92% dos alunos videntes afirmaram haver favorecimento do entendimento da
temática e conseguiram relacioná-la com a paisagem real, bem como visto em fotos dispostas
em livros, revistas, TV, internet, entre outros.
Confrontando-se o desenvolvimento do aprendizado dos videntes e das pessoas com
deficiência, constatou-se uma ampliação da compreensão de 10% nas pessoas com deficiência
visual (doravante PVDs), e 2% nos videntes, considerando-se o tempo de pesquisa em sala de
aula. Satisfatoriamente, 100% das PDVs e 92% dos videntes, se estimularam didaticamente
com o emprego da maquete (BESERRA, 2017).
Medeiros (2019) constatou em sua revisão bibliográfico que a cartografia tátil é criada
com o intuito de proporcionar as PDVs o conhecimento acerca dos espaços geográficos. Desta
forma, no que tange à cartografia tátil, as questões são as mesmas, resguardadas suas
especificidades em razão de seus produtos serem concebidos para pessoas com deficiência
visual.
De acordo com a autora, o princípio da cartografia permanece o mesmo para a
cartografia tátil, que é proporcionar um meio de estabelecer a comunicação e transmitir a
informação acerca do espaço geográfico aos leitores, levando em consideração as
subjetividades dos usuários do material (MEDEIROS, 2019).
Genuino (2018), em sua pesquisa aplicada, realizou a confecção de diversos mapas de
várias regiões do Brasil e da América do Sul. Posteriormente a produção do material
apresentado foram todos aplicados, em conjunto com os conteúdos abordados em sala de aula,
para que dessa forma a teoria se aproximasse de uma representação adaptada para esses
alunos.
Por fim, após a aplicação da entrevista com o aluno com deficiência, com a professora
da sala regular, além de uma professora da sala de recursos da escola em que a pesquisa foi
realizada, pode se perceber a importância dos materiais adaptados utilizados e a necessidade
da sua contínua produção e aplicação (GENUINO, 2018).
Em outra pesquisa, Souza (2020) elaborou uma proposta inclusiva para alunos com
deficiência visual, em que a ideia foi confeccionar um globo tátil para trabalhar a localização
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dos continentes. O plano de aula com o uso do protótipo criado é direcionado para o Ensino
Médio, em que os livros didáticos estão direcionados para entender o sistema planetário e
interpretação de mapas, e trabalhar de maneira integrada e complementar às outras
disciplinas, como Física e Biologia. O cronograma de aulas se divide em cinco, em que o
objetivo é entender o ciclo petrológico, origem do planeta, gravidade e pressão, cartografia,
mineralogia, geologia, preservação ambiental. As formas de avaliação são duas: a primeira,
duas provas e uma recuperação e a segunda é propor a confecção do globo terrestre tátil em
sala de aula (SOUZA, 2020).
A fim de relacionar o ensino de climatologia e a educação inclusiva de pessoas cegas,
Hamund (2021) visa realizar a confecção e adaptação de recursos educacionais para tal
público. O primeiro recurso é denominado como
“
Trilha do Clima
”
e o segundo se chama
“
Pote Climatológico Tátil
”
. O autor concluiu que os recursos táteis garantem então a
possibilidade de desenvolvimento de uma educação geográfica inclusiva para alunos cegos,
valorizando, sobretudo, os conteúdos.
Junior e Costa (2017) realizaram uma pesquisa que tinha como objetivo entender
como as geotecnologias auxiliam os alunos com deficiência visual para terem um melhor
aproveitamento das aulas. Diante disso, pode-se constatar que os alunos tiveram bastante
aceitação em relação à utilização dos aplicativos
Google Earth
e
Google Maps
, além do uso
do portal interativo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Na tentativa de entender o processo de ensino e aprendizagem em Geografia para
sujeitos com deficiência visual, a abordagem metodológica da investigação de Junior
et al.
(2017) foi inspirada em um enfoque qualitativo, na modalidade de estudo de caso, envolvendo
estudantes de uma turma do Ensino Fundamental de uma Escola Pública de Florianópolis, SC.
Os resultados colhidos na investigação evidenciaram, em linhas gerais, que os
estudantes com deficiência constroem sua aprendizagem por meio de tarefas diferenciadas
que promovem e valorizam o potencial, o modo de aprender, ritmo, as próprias habilidades e
talentos (JUNIOR
et al.,
2017).
Silva (2019) realizou uma pesquisa para construir e aplicar recursos didáticos e táteis
em intervenções nas aulas de Geografia para estudantes cegos do 6º ano do ensino
fundamental. A professora de Geografia e os estudantes foram expostos a duas entrevistas
semiestruturadas e dois questionários, respectivamente. Esses dois instrumentos foram
utilizados antes e depois da utilização dos recursos táteis. Os recursos utilizados foram três:
uma maquete tátil do território brasileiro na América do Sul, Rosas dos Ventos tátil e uma
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maquete baixa da sala de aula. Os resultados dos questionários revelaram que a intervenção
pedagógica com uso de recursos didáticos táteis foi satisfatória tanto para a aprendizagem dos
estudantes cegos quanto para o ensino da Geografia no contexto da educação inclusiva
(SILVA, 2019).
Conclusão
A partir da revisão feita, foram analisados os resultados obtidos por outros autores e
pode-se concluir que uma educação inclusiva, na qual todos possam desfrutar do
conhecimento, é o que tentamos discutir por meio deste presente trabalho.
Expondo o imenso desafio que envolve o tripé escola-aluno-professor; foi apresentado
como resultado desta pesquisa questões que tem em vista a problemática do ensino inclusivo
para alunos cegos e com baixa visão, pois foi partindo de uma situação real do cotidiano
escolar que abrimos o leque desta tão importante variedade de ensino, a inclusão escolar.
O processo educativo de estudantes cegos ou com baixa visão ampara-se em muitos
desafios, contudo torna-se extremamente necessário para a construção de uma educação
cidadã na qual todos possam apreender com as diferenças, deixando de lado o preconceito e
reconhecendo a todos com suas particularidades e limitações ambas possíveis de serem
vencidas. É neste cenário que o ensino de Geografia expõe sua relevância fazendo parte do
desenvolvimento deste ensino inclusivo, tendo como objetivo o seu espaço geográfico
trabalhado na ponta dos dedos
.
REFERÊNCIAS
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visuais.
In
: ENCONTRO NACIONAL DE PRÁTICA DE ENSINO DE GEOGRAFIA:
POLÍTICAS, LINGUAGENS E TRAJETÓRIAS, 14., 2019, Campinas.
Anais
[...]. Unicamp,
2019. Disponível em: https://ocs.ige.unicamp.br/ojs/anais14enpeg/article/view/2964. Acesso
em: 01 abr. 2021.
AGUIAR, P. R.; COSTA, F. W. D. O ensino de geografia na perspectiva da educação
inclusiva no Instituto Federal do Triângulo Mineiro
–
campus Patrocínio-MG.
Estudos
Geográficos: Revista Eletrônica de Geografia
, v. 19, n. 3, p. 26-47, 2021. Disponível em:
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/estgeo/article/view/16100. Acesso
em: 01 abr. 2021.
BESERRA, J. D. V. C.
Maquete tátil com legenda braille
: Educação inclusiva no ensino de
geografia. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Geografia)
–
Centro de
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Nuances Est. Sobre Educ.
, Presidente Prudente, v. 33, e022013, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v33i00.9491
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