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Nuances Est. Sobre Educ.
, Presidente Prudente, v. 33, e022010, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v33i00.9488
1
EDUCAÇÃO EMOCIONAL, FORMAÇÃO HUMANA E ESPIRITUALIDADE
EDUCACIÓN EMOCIONAL, FORMACIÓN HUMANA Y ESPIRITUALIDAD
EMOTIONAL EDUCATION, HUMAN FORMATION AND SPITITUALITY
Fabrício POSSEBON
1
Elisa Pereira Gonsalves POSSEBON
2
Taísa Caldas DANTAS
3
RESUMO
: O objetivo do artigo é compreender as percepções dos docentes que integram a
rede municipal de Queimadas-PB, sobre os impactos e mudanças na vida pessoal e
profissional após terem participado da formação em Educação Emocional. A investigação está
centrada na emergência de habilidades emocionais a partir da referida formação, buscando
identificar possíveis relações entre Educação Emocional e Espiritualidade. A partir da
abordagem qualitativa com enfoque fenomenológico, pode-se concluir que a formação em
Educação Emocional causou efeitos positivos na vida dos sujeitos da pesquisa,
especificamente no que se refere ao desenvolvimento de cinco habilidades: perceber as
emoções sentidas; adquirir capacidade de diferenciar as emoções; desenvolver a reflexão
crítica sobre as emoções; adquirir capacidade de pensar estrategicamente sobre as emoções
visando o bem estar; e desenvolver a capacidade de vivenciar as emoções de forma saudável.
Registrou-se que o desenvolvimento de tais habilidades também está relacionado com a
dimensão espiritual dos sujeitos.
P
ALAVRAS-CHAVE
: Educação emocional. Espiritualidade. Emoção.
RESUMEN
: El objetivo del artículo es conocer las percepciones de los profesores que
integran la red municipal de Queimadas-PB, sobre los impactos y cambios en su vida
personal y profesional después de haber participado en la formación en Educación
Emocional. La investigación se centra en el surgimiento de habilidades emocionales a partir
de esta formación, buscando identificar posibles relaciones entre la Educación Emocional y
la Espiritualidad. Basándose en el enfoque cualitativo con un enfoque fenomenológico, se
puede concluir que la formación en Educación Emocional causó efectos positivos en la vida
personal y profesional de los sujetos de la investigación, concretamente en lo que respecta al
desarrollo de cinco habilidades: percibir y aceptar las emociones; adquirir la capacidad de
diferenciar y gestionar las emociones; desarrollar la capacidad de reflexionar de forma
crítica y creativa sobre las emociones; adquirir la capacidad de pensar estratégicamente
1
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brasil. Professor Associado do Departamento de
Ciências das Religiões. Doutorado em Letras (UFPB). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9418-8224. E-mail:
fabriciopossebon@gmail.com
2
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brasil. Professora Titular do Departamento de
Habilitações Pedagógicas. Doutorado em Educação (UNIMEP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4597-
504X. E-mail: elisa.gon
salves@gmail.com
3
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brasil. Professora Adjunta do Departamento de
Habilitações Pedagógicas. Doutorado em Educação (UFPB). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3661-0025. E-
mail: taisa.cd@gmail.com
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sobre las emociones con el objetivo de conseguir el bienestar; y desarrollar la capacidad de
experimentar las emociones de forma saludable. El desarrollo de estas habilidades también
está relacionado con la dimensión espiritual de los sujetos.
PALABRAS CLAVE
: Educación emocional. Espiritualidad. Emoción.
ABSTRACT
: The objective of this article is to understand the perceptions of teachers who
are part of the municipal network of Queimadas-PB, about the impacts and changes in their
personal and professional lives after having participated in the Emotional Education training.
The investigation is centered on the emergence of emotional abilities from this training,
seeking to identify possible relations between Emotional Education and Spirituality. Based on
the qualitative approach with a phenomenological focus, one can conclude that the Emotional
Education training caused positive effects on the research subjects' personal and professional
lives, specifically regarding the development of five skills: perceiving and accepting
emotions; acquiring the ability to differentiate and manage emotions; developing the ability
to reflect critically and creatively about emotions; acquiring the ability to think strategically
about emotions aiming at well-being; and developing the ability to experience emotions in a
healthy way. It was noted that the development of such skills is also related to the spiritual
dimension of the subjects.
KEYWORDS
: Emotional education. Spirituality. Emotion.
Introdução
A temática deste artigo está centrada na busca pelas relações entre Educação
Emocional e Espiritualidade, a partir da experiência de formação continuada realizada na rede
municipal de ensino da cidade de Queimadas - Paraíba, ao longo de 2016 a 2020.
Para tanto, busca-se inicialmente discorrer sobre questões teóricas que envolvem as
emoções, a proposta formativa em Educação Emocional e a Espiritualidade para, em seguida,
descrever as percepções dos sujeitos da pesquisa sobre os impactos da formação realizada na
sua vida pessoal e profissional.
Formação Educação Emocional: desafio teórico e vivencial
Compreender o ser humano na sua integralidade, e na sua complexidade, é reconhecer
também que as emoções mobilizam e conferem sentidos às ações (SOLOMON, 2015). Mais
do que orientar nossas condutas, o universo emocional, ao se manifestar no indivíduo, mostra
quem ele é: “Somos nossas emoções, tanto quanto somos nossos pensamentos e ações”
(SOLOMON, 2015, p. 17).
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A emoção é uma reação natural e se configura como uma resposta imediata que surge
mediante um estímulo ou uma situação. Martins (2004, p. 23) afirma que as “emoções são
reações globais, inatas e passageiras que têm uma função específica de cada ser”. Essas
reações se referem a uma resposta adaptativa ao entorno, considerando que é um processo
psicológico que implica em uma série de elementos desencadeantes (estímulos relevantes),
diferentes níveis de processamento cognitivo (processos valorativos), mudanças fisiológicas
(ativação), padrões expressivos (expressão emocional) (FERNÁNDEZ-ABASCAL;
SÁNCHEZ, 2015).
Além de influenciar o comportamento humano, as emoções revelam valores: ao
orgulhar-se de algo, por exemplo, o indivíduo mostra que pensa naquilo como bom. Essa
relação ente emoção e valor merece ser destacada. Nas palavras de Stocker e Hegman (2002,
p. 116) “as emoções são úteis na revelação de valores; porém o que realmente é em si mesmo
importante é o valor que elas revelam”. E influenciando comportamentos e revelando valores,
a presença das emoções tem sido cada vez mais evidenciadas, nos últimos tempos, como um
elemento próprio e necessário nos processos formativos (BISQUERRA, 2000; CEJUDO;
LÓPEZ-DELGADO; RUBIO, 2015; GARCÍA; CALLEJA, 2017; GORDILLO
et al.,
2016).
Por sua vez, a Educação Emocional implica o conhecimento e o autoconhecimento de
questões pertinentes ao universo emocional, além da aquisição de conhecimentos e
habilidades que poderão proporcionar a consciência e a modulação das ações, de forma que o
indivíduo possa aprender a sentir e a agir no sentido de proporcionar bem-estar (POSSEBON;
POSSEBON, 2020).
Nas palavras de Bisquerra (2000, p. 243), a Educação Emocional é:
Um processo educativo, contínuo e permanente, que pretende potencializar o
desenvolvimento emocional como complemento indispensável ao
desenvolvimento cognitivo, constituindo ambos os elementos essenciais do
desenvolvimento da personalidade integral. Para isso se propõe o
desenvolvimento de conhecimentos e habilidades sobre as emoções, com o
objetivo de capacitar o indivíduo para lidar melhor com os desafios da vida
cotidiana. Tudo isso tem como finalidade aumentar o bem estar pessoal e
social
A Educação Emocional propõe vivenciar a emoção para o próprio bem-estar,
aceitando e compreendendo o que a emoção está informando, para desenvolver novas
competências, agora voltadas para um conjunto de capacidades que permitem compreender,
expressar e regular de forma apropriada os fenômenos emocionais, incluindo a consciência
emocional, o controle da impulsividade, trabalho em equipe, cuidar de si mesmo e dos
demais, dentre outros. Podemos afirmar que a Educação Emocional é um processo de
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formação humana que envolve as dimensões física, vital, mental, emocional e espiritual do
indivíduo, a partir da mobilização de diferentes emoções, tanto do ponto de vista cognitivo
quanto do ponto de vista vivencial (POSSEBON; POSSEBON, 2020).
Nesses termos, a Educação Emocional é um processo de formação humana que se dá
ao longo da vida, que ocorre de forma integral, visando o bem-estar subjetivo. O objetivo
maior é proporcionar uma mudança no indivíduo, mudança que é:
cotidiana e profunda, e compreende um movimento afetivo e amoroso; não
ideológico. A necessidade e a urgência de vivenciar o amor não como
conceito abstrato, mas sim como questão imediata, como experiência
corporal vivida no cotidiano para a promoção do bem-estar são
procedimento fundamental. Assim, alimentar o organismo vivo é um ato do
tempo presente. Alimentar um corpo para que ele possa viver não é uma
lembrança do passado ou uma programação para o futuro. O corpo tem fome
de viver. E viver é uma expressão do tempo presente (GONSALVES;
SOUZA, 2015, p. 96).
Nesta perspectiva de formação, trata-se de facilitação e criação de um espaço de
vivências pedagógicas para descobrir a dimensão emocional do corpo. Neste sentido,
o trabalho de facilitação é iniciado quando se coloca em tela a experiência
emocional da pessoa, para que ela mesma a converta em um objeto de
reflexão. Aí reside a possibilidade de ampliação de seus conhecimentos a
respeito de si e recriar-se, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida.
Trata-se de um processo de transformação pessoal por si mesmo e só se
realiza mediante a aprendizagem de novas formas de agir, de lidar com a
própria emocionalidade. É importante destacar que o resultado só é
alcançado mediante uma modificação comportamental que é realizada
mediante um processo educativo (GONSALVES; SOUZA, 2015, p. 97).
O aspecto vivencial diz respeito à opor
tunidade de realizar novas aprendizagens de
vinculação amorosa e intensa conexão com a vida e que estão intimamente relacionados com
a experiência profunda, plena de significado intensidade da experiência com a vida. Ele é a
base para o desenvolvimento de um novo ser humano capaz de vincular-se e manter relações
de amor por si, pelo outro e pela natureza, com o desenvolvimento da inteligência afetiva, tal
como é proposta por Rolando Toro (2014).
O pode
r reorganizador da vivência se deve à qualidade única de surgir como a
primeira expressão afetiva de nosso organismo, com sensações corporais fortes. As vivências
constituem a expressão originária do mais íntimo de nós mesmos, anterior a toda elaboração
simbólica ou racional. A Educação Emocional, para adquirir um potencial transformador,
precisa se realizar através da vivência, sem a qual ficará limitada à cognição.
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O trabalho de formação em Educação Emocional parte do pressuposto, portanto, de
que o ser humano é uma totalidade cujas partes (dimensões) se integram e estão implicadas –
dimensões física, vital, mental, emocional, espiritual (POSSEBON; POSSEBON, 2020).
Neste sentido, considera-se o ser humano como uma inteireza e qualquer dimensão sua
necessariamente afeta as demais pois estão implicadas e influenciando-se mutuamente,
tratando-se, portanto, de uma proposta holística.
Conceito de Espiritualidade e o papel das emoções
Richard Maurice Bucke descreve uma curiosa experiência que vivenciou, numa noite,
ao retornar para sua casa, em fins do século dezenove. Denominou-a consciência cósmica
(BUCKE, 1996, p. 42):
De repente, sem qualquer tipo de aviso, me vi engolfado por uma nuvem da
cor das chamas. Por um momento, pensei que houvesse um incêndio, uma
enorme fogueira em algum lugar perto da cidade; depois pensei que o fogo
estava dentro de mim. Imediatamente, um sentimento de alegria tomou conta
de mim, de imensa felicidade acompanhada ou seguida por uma iluminação
intelectual impossível de descrever. [...]
Entre outras coisas, não passei simplesmente a acreditar, mas vi que o
universo não é composto de matéria morta, mas constitui uma presença viva;
Assim, tomei consciência da vida eterna. Não era a convicção de que
alcançaria a vida eterna, mas a consciência de que já a possuía; vi que todos
os seres humanos são imortais, que a ordem cósmica é tal que, sem dúvida,
todas as coisas contribuíram para o bem de cada um; que o princípio básico
do mundo, de todos os mundos, é o que chamamos de amor; e que a
felicidade de cada um é, a longo prazo, absolutamente certa.
O impacto d
esta experiência transformou sua vida, levando-o a dedicar vários anos de
estudo e pesquisa no seu entendimento. O resultado foi a publicação de sua obra,
Cosmic
Consciousnes
, em 1901, considerada pioneira na matéria, em que reúne uma quantidade
significativa de episódios e os interpreta, tentando dar-lhes uma definição razoavelmente
precisa. Onze itens sintetizam a investigação do que normalmente se encontra em episódios
de consciência cósmica (BUCKE, 1996, p. 108): a) A luz subjetiva; b) A elevação moral; c) A
iluminação intelectual; d) O senso de imortalidade; e) A perda do medo da morte; f) A perda
do senso de pecado; g) A subitaneidade e instantaneidade do despertar; h) O caráter anterior
do homem - intelectual, moral e físico; i) A idade da iluminação; j) O encanto acrescentado à
personalidade, de modo que homens e mulheres são sempre (?) fortemente atraídos para a
pessoa; k) A transfiguração do indivíduo que é objeto da mudança, tal como vista por outrem
quando o sentido cósmico está efetivamente presente.
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Um século de investigações aprimoraram a compreensão da consciência cósmica,
ainda que outros termos fossem usados para descrever a mesma experiência ou algo de
natureza aproximada. Recordaremos alguns nomes significativos, nesta história: William
James (s.d.), que investigou a experiência religiosa; Sigmund Freud (2010), que comentou
uma dada experiência, chamando-a ‘oceânica’ e interpretando-a como carência da mãe,
segundo sua abordagem psicanalítica; Abraham Maslow (s.d.), que descreveu dezesseis
características de um fenômeno por ele denominado
peak-experience
, normalmente traduzido
como experiência culminante; Charles Tart (1994, 2012), que detalhou os estados alterados de
consciência; Joseph Rhine (1965, 1966, 1973), que na Universidade de Duke, investigou a
Percepção Extra-sensorial, fenômeno normalmente presente na consciência cósmica; Walter
Pahnke (WEIL, 1989, p. 26 27), que utilizou, num experimento científico, a psilocibina para
produzir um estado místico; e finalmente Stanislav Grof (2020a, 2020b), investigador do LSD
que, após sua proibição, desenvolveu com Christina Grof a técnica da respiração holotrópica,
para obter os mesmos efeitos da substância.
É possível interpretar as experiências registradas pelas inúmeras tradições filosóficas e
religiosas como consciência cósmica, por exemplo: Nirvana do Budismo; Samadhi do Yoga;
Beatitude, Graça, Sétimo Céu, Reino dos Céus, etc. das tradições cristãs (WEIL, 1989, p. 17 e
seg.). Ainda, segundo Pierre Weil (1989, p. 9), uma nova área do saber foi desenvolvida:
a Psicologia Transpessoal é um ramo da Psicologia especializada no estudo
dos estados alterados de consciência; ela lida mais especialmente com a
“experiência cósmica” ou os estados ditos “superiores” ou “ampliados” da
consciência. Estes estados consistem na entrada numa dimensão fora do
espaço-tempo tal como costuma ser percebida pelos nossos cinco sentidos. É
uma ampliação da consciência comum com visão direta de uma realidade
que se aproxima muito dos conceitos da física moderna.
Embora a experiência cósmica de Bucke, e muitas outras registradas, pareçam
espontâneas, de fato, os sistemas filosóficos e religiosos desenvolveram, ao longo de sua
história, muitas técnicas, conhecidas como tecnologias do sagrado, para provocá-la,
reconhecendo assim os seus benefícios. Elencamos algumas delas, na sequência. Não
podemos perder de vista que a Espiritualidade é uma busca, em um estado alterado de
consciência, portanto os recursos empregados nesta busca são aqueles que produzem estados
não ordinários.
Insistimos, de acordo com nossa compreensão, que E
spiritualidade não é refletir,
ponderar, analisar, mensurar, comparar, etc., sobre o transcendente, estas são operações
racionais e lógicas; Espiritualidade é vivenciar estados alterados de consciência que levam ao
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transcendente. Fica claro portanto o papel das emoções na Espiritualidade, pois elas
sobrepujam a racionalidade, são mais fortes e mais primitivas.
Destacamos neste momento o elenco dos recursos que podem, em dadas
circunstâncias, auxiliar tanto na busca pelo transcendente, ou seja, na Espiritualidade, quanto
na equilibração emocional, isto é, como um potencial instrumento da Educação Emocional:
1)
Recursos sensoriais da audição: silêncio, sons da natureza (mar, cachoeira), sons de
instrumentos graves (tambor, didjeridou, gongo, etc.), determinadas músicas e cantos,
mantras e orações;
2)
Recursos sensoriais da visão: escuridão, contemplação da natureza, paisagens, obras
de arte, luz estroboscópica;
3)
Recursos sensoriais da olfação e gustação: aromas, sabores e cheiros, óleos
essenciais da Aromaterapia;
4)
Recursos sensoriais do tato: toque, carícia, massagem, encontro, abraço;
5)
Recursos do movimento: dança, caminhar, romaria, rito, exercício;
6)
Trabalho corporal: dieta, jejum;
7)
Exercícios de respiração;
8)
Técnicas diversas como meditação, concentração.
Os recursos aqui elencados, apresentados em separado, na prática dos sistemas
filosóficos e religiosos, são infinitamente combinados.
Pelo visto, Espiritualidade não se confunde com Religião, ainda que para algumas
pessoas a busca pelo transcendente possa ser tentada por meio de uma Religião formalmente
instituída. Compare-se nossa definição de Espiritualidade com a clássica definição de
Religião de Émile Durkheim (1996, p. 32):
Uma religião é um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a
coisas sagradas, isto é, separadas, proibidas, crenças e práticas que reúnem
numa mesma comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a elas
aderem.
Afirmamos que a Espiritualidade, como uma busca, pressupõe vivências em estados
alterados de consciência, ou seja, fora da condição de vigília e dos estados racionais, lógicos e
reflexivos. Entra-se nestes estados alterados espontaneamente (melhor talvez seria dizer que
desconhecemos os mecanismos do processo) ou tenta-se por meio das tecnologias do sagrado.
Nenhuma técnica é garantia absoluta de sucesso, mas a prática insistente tem dado resultados
efetivos.
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O desenho metodológico da investigação
A
pesquisa qualitativa realizada teve como desafio compreender, a partir do enfoque
fenomenológico, as percepções dos docentes sobre os impactos da formação em educação
emocional na sua vida pessoal e profissional. Os sujeitos da pesquisa foram buscados entre os
profissionais da educação que integram a rede municipal de Queimadas-PB, particularmente
daqueles que participaram da formação em Educação Emocional oferecida pela Secretaria de
Educação/SEDUC em parceria com o Núcleo de Educação Emocional NEEMOC/UFPB,
durante os anos de 2016 a 2020. Participaram da investigação vinte e um professores que se
dispuseram a serem entrevistados e responder um formulário eletrônico. Os dados foram
coletados durante o ano de 2021.
No tratamento e análise de dados foram extraídas frases que dizem respeito ao
fenômeno estudado, realizando-se a extração de assertivas significativas. Este processo foi
realizado através de um exame de dados obtidos com base nas transcrições dos depoimentos,
destacando-se as “declarações significativas”, isto é, frases ou citações que permitem uma
compreensão de como as participantes percebem o fenômeno vivenciado (CRESWELL,
2014). Em seguida, foram organizados grupos de significados para as declarações, onde tais
declarações foram utilizadas para desenvolver uma descrição do que os sujeitos
experimentaram. Os significados foram agrupados em temáticas, permitindo o surgimento de
temas comuns a todas as transcrições (CRESWELL, 2014). Todos os resultados obtidos
foram integrados em uma descrição do fenômeno investigado.
Na organização dos grupos de significados, considerou-se a Vivência Emocional,
proposta por Possebon (2018). Tal proposta indica o conjunto de habilidades socioemocionais
a serem desenvolvidas em trabalhos que envolvam a Educação Emocional: perceber e acolher
as emoções sentidas; adquirir capacidade de diferenciar e manejar a emoções; desenvolver a
capacidade de refletir deforma crítica e criativa sobre as emoções; adquirir capacidade de
pensar estrategicamente sobre as emoções visando o bem estar; e desenvolver a capacidade de
vivenciar as emoções de forma saudável.
A utilização desse modelo explicativo não se configurou como um padrão fixo e
imutável; ele foi utilizado como uma possibilidade de interpretação dos dados, sem reduzir a
riqueza e diversidade dos dados obtidos, que poderiam confirmar ou não a proposta, como
também incluir novos elementos.
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Aprendizagens em educação emocional: diálogo com os dados empíricos
Sobre a existência de impactos do Curso de Educação Emocional na sua vida pessoal e
profissional, 100% dos sujeitos da pesquisa responderam afirmativamente.
Tendo como referência o primeiro eixo de respostas destacado por Possebon (2018),
que é a percepção e o acolhimento das emoções sentidas - competência emocional que inclui
diferentes habilidades como reconhecer a informação que está associada com a emoção
sentida, a capacidade de identificar se a experiência da emoção está sendo saudável ou
desadaptativa, a tomada de consciência das próprias emoções, do ponto de vista fisiológico e
intersubjetivo, dentre outros -, tem-se um conjunto significativo de declarações. Os sujeitos da
pesquisa relataram que sua capacidade de percepção sobre os fenômenos emocionais foi
ampliada e afirmam que conseguiram adquirir “maior conhecimento sobre as emoções e senti-
las, ao invés de tentar silenciá-las, isso fez com que eu me conhecesse melhor”, “sei agora
como as minhas emoções atuam em mim”.
Quando se trata especificamente dos impactos para o exercício da profissão foi
possível alcançar uma nova compreensão dos colegas: “consigo compreender melhor e
respeitar meus colegas de trabalho”, “agora consigo entender mais meus colegas de profissão,
coisa que antes era mais difícil”. A expansão da percepção também se dirige ao alunado:
“adquiri um olhar mais profundo e sensível para cada aluno, agora o enxergo como uma
pessoa e não somente como aluno”, “meu vínculo com os alunos foi melhorado e muito
porque agora consigo me aproximar mais, entendo o que eles sentem”, “consigo entender
além das minhas emoções, consigo perceber a emoção do meu aluno”.
Toda relação humana envolve aspectos emocionais e, na medida em que os
profissionais da educação compreendem esses aspectos, podem criar novas e melhores formas
de se vincular. Como afirma Gordillo
et al.
(2016), o conhecimento da história afetiva do
aluno e sua situação atual proporciona ao professor uma quantidade de informação que poderá
ser a chave para poder interprestar suas reações ou comportamentos.
No segundo eixo de respostas, que se refere à capacidade de diferenciar e manejar as
emoções, estão associadas a ela habilidades como compreensão das causas e consequências da
emoção vivenciada, modulação da resposta diante do estímulo, distinção da ação a ser
realizada, dentre outros (POSSEBON, 2018). De acordo com os dados obtidos, verificou-se
que os sujeitos indicaram que “aprendi a distinguir as emoções”, “hoje consigo entender e
diferenciar meus sentimentos e emoções”, “eu me tornei uma pessoa mais centrada porque
antes eu não conseguia equilibrar minhas emoções”.
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Quando se trata do impacto das aprendizagens que obtiveram no curso para o
desenvolvimento do trabalho, especificamente sobre a capacidade de diferenciar e lidar com
as emoções, os depoimentos acenam no seguinte sentido: “agora eu penso mais antes de falar
ou tomar uma atitude, antes eu não fazia isso”, “mudei muito no sentido de saber lidar com
certas situações que antes não conseguia, porque tinha medo de me expressar”, “eu me sinto
mais confiante e segura”.
Quando se trata especificamente da relação com o outro, os sujeitos da pesquisa
informam que “conviver com os outros no trabalho ficou mais fácil porque agora eu entendo
mais as emoções que eles sentem”, “eu sou uma melhor observadora agora, e isso me ajuda
bastante”, “consigo ver melhor as diferentes reações emocionais do que faço”, “eu me sinto
mais regulada emocionalmente para trabalhar em sala de aula”.
A busca para realizar melhores respostas emocionais, através da ação consciente,
evidencia que a formação realizada atua na incorporação de saberes que promovem a
expansão da capacidade de diferenciar as emoções sentidas e a percepção de que o sujeito
pode atuar sobre elas.
O terceiro eixo de respostas está relacionado com a capacidade de refletir de forma
crítica e criativa sobre as emoções, envolvendo habilidades como o reconhecimento da
necessidade de mudança para proporcionar bem estar, a identificação de novos hábitos a
serem construídos, a automotivação, a identificação de riscos a serem superados, dentre outros
(POSSEBON, 2018). Sobre essa questão pudemos registrar depoimentos como “a educação
emocional me ajudou no autoconhecimento e isso me ajuda a melhorar minhas relações
comigo mesma”, “consigo lidar de forma mais harmoniosa com as minhas emoções”, “minha
vida mudou porque eu aprendi a conhecer e vivenciar de maneira mais leve minhas próprias
emoções”.
Os sujeitos da pesquisa destacaram também o desenvolvimento da empatia e
capacidade de comunicação: “hoje me sinto mais regulada emocionalmente, mais empática e
grata, com mais capacidade de resolver os problemas que surgem”, “me sinto mais regulada
emocionalmente para tomar minhas decisões”, “adquiri mais capacidade de escuta e diálogo”,
“estou conseguindo ter uma escuta mais empática e com menos julgamentos”.
Se por um lado é possível afirmar que a formação oferecida permitiu que os
profissionais aprendessem sobre as emoções, distinguindo cada uma delas e desenvolvendo a
capacidade de resolver questões de forma mais regulada e empática, por outro lado tem-se
como evidente uma lacuna na formação inicial do professorado: a educação emocional. De
acordo com Mora-Miranda
et al.
(2022), este aspecto deve ser considerado pois estamos,
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provavelmente, diante de gerações melhores preparadas do ponto de vista instrutivo, mas que
não estão contribuindo para uma compreensão do aluno enquanto ser integral.
O quarto eixo de respostas corresponde à aquisição da capacidade de pensar
estrategicamente sobre as emoções, visando o bem-estar. Esta competência se relaciona com
diferentes habilidades, dentre elas, a identificação de estratégias de mudança da resposta
emocional, a modificação do foco interno, a capacidade de distanciar-se de processos
desadaptativos (POSSEBON, 2018). Neste sentido, pudemos identificar depoimentos que
indicam o seguinte: “consigo lidar de forma mais harmoniosa com as minhas emoções depois
que consegui entender e diferenciar cada uma delas”. Os depoimentos também acenaram no
sentido de modificação buscar novas formas de enfrentamento de desafios cotidianos: “agora
eu penso em mais de uma alternativa para resolver os problemas que surgem”, “eu aprendi a
rever algumas atitudes que não me faziam bem”.
Quando se trata dos impactos no cotidiano do trabalho, os depoimentos informam de
maneira especial a relação com os alunos: “através do que aprendi na educação emocional eu
consigo tranquilizar meus alunos, acalmá-los, e assim consigo bons resultados nas atividades
e avaliações”, “consigo controlar minhas ações com mais serenidade diante das situações
vividas no cotidiano escolar”, “lidar com as emoções dos alunos ficou bem mais fácil, consigo
contribuir para que eles se sintam melhor e isso faz toda a diferença no resultado da
aprendizagem”.
A evidência da relação existente e direta entre atuação emocional consciente do/a
professor/a e desenvolvimento da aprendizagem do/a aluno/a revela a necessidade de
considerar a importância desse tipo de formação. O contexto emocional facilitar ou dificultar
o desenvolvimento do/a aluno/a.
O quinto e último eixo de respostas está relacionado com a capacidade de vivenciar as
emoções de forma saudável. Esta competência diz respeito a habilidades como expressar a
emoção de forma saudável, autogerar de forma consciente emoções promotoras de bem estar,
reconhecer os impactos da sua expressão emocional nas outras pessoas, lidar com estímulos
geradores de ações tóxicas, mediante estratégias de autorregulação, dentre outras
(POSSEBON, 2018). Sobre este ponto, os sujeitos da pesquisa indicaram: “hoje me sinto mais
tranquilo e busco equilíbrio para resolver minhas questões pessoais, estou buscando uma
melhor qualidade de vida”, “depois que conheci as emoções e seus efeitos consigo um melhor
agir, consigo me posicionar melhor quando vivencia cada uma delas”, “agora minhas
emoções são aliadas para eu viver melhor”, “eu agora sei como resolver minhas questões
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emocionais e aí posso contribuir para uma melhor qualidade de vida”, “eu ampliei as relações
nutritivas que contribuem para o meu bem estar e afastei as relações tóxicas”.
Considerando os depoimentos, podemos registrar vário
s impactos com relação ao
trabalho: “agora procuro qualificar mais o trabalho dos meus colegas, coisa que antes eu não
fazia”, “eu aprendi a respeitar mais a individualidade de cada um na escola”, “consigo
demonstrar mais carinho e respeito com meus colegas de trabalho”, “é muito estressante o
trabalho na escola mas hoje eu posso dizer que o ambiente está mais acolhedor, a gente
passou a se relacionar de uma forma diferente”.
Para além do modelo proposto pela Vivência Emocional (POSSEBON, 2018),
registramos também dois outros tipos de achados.
O primeiro achado se refere ao fato dos sujeitos da pesquisa continuarem realizando os
exercícios de educação emocional na sua vida diária. Esse fato tem surtido efeitos para si e
também para sua família: “eu tenho desenvolvido os exercícios de educação emocional no
trabalho e em casa, com minha família e isso tem gerado muita harmonia e união”, “o
principal impacto para mim foi descobrir como os exercícios de respiração, e os outros
exercícios também influenciam minhas emoções e meu comportamento. Agora faço todos os
dias”, “eu aprendi vários exercícios e pratico com minha família”, “os exercícios de educação
emocional geram bem estar, eu faço sempre”.
O segundo achado se refere à questão da espiritualidade. De acordo com os relatos
obtidos, os sujeitos da pesquisa consideram a existência da relação entre emoções e
espiritualidade: “a educação emocional se relaciona com a espiritualidade porque elas são
dimensões do ser humano”, “emoção e espiritualidade estão diretamente relacionadas”, “eu
não consigo explicar em palavras mas sinto que não há espiritualidade sem emoção”, “mesmo
sabendo que as duas apresentam suas diferenças penso que, de certa forma, uma se relaciona
com a outra”.
Os depoimentos indicam que a educação emocional e a espiritualidade atuam no
sentido de promover a saúde mental e o bem estar dos indivíduos: “ambas atuam de maneira
significativa no bem estar e na qualidade de vida do indivíduo”, “as duas ajudam a direcionar
um olhar mais amoroso para a vida”, “tanto uma como a outra trabalham a ideia de
pertencimento no mundo, de unidade cósmica, que é uma forma complexa de compreender a
existência humana”, “as duas permitem uma reflexão e questionamento sobre as dimensões do
ser humano”, “através de alguns exercícios de educação emocional tocamos na nossa
dimensão espiritual”.
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Considerações finais
A Educação Emocional é um processo educativo de ação consciente. Isso significa que
implica o conhecimento e o autoconhecimento de questões pertinentes ao universo emocional,
além da aquisição de conhecimentos e habilidades que poderão proporcionar a consciência e a
modulação das ações, de forma a aprender sentir e a agir no sentido de proporcionar bem-
estar. Essa perspectiva acena também no sentido da afirmação de um processo de formação
humana vivencial orientada para que o indivíduo possa alcançar, mediante aprendizagens
vitais (que favorecem a aquisição de competências que estruturam a vida emocional do
sujeito), o desenvolvimento de um conjunto de capacidades afetivas, como escutar, elogiar,
qualificar, cuidar.
Consideramos que o curso de educação emocional oferecido como formação
continuada contribuiu para o bem estar emocional dos sujeitos envolvidos, e para o
estabelecimento de novas e melhores relações na família e no ambiente de trabalho. Das cinco
habilidades utilizadas como referência analítica - perceber e acolher as emoções sentidas;
adquirir capacidade de diferenciar e manejar a emoções; desenvolver a capacidade de refletir
deforma crítica e criativa sobre as emoções; adquirir capacidade de pensar estrategicamente
sobre as emoções visando o bem estar; e desenvolver a capacidade de vivenciar as emoções
de forma saudável -, pode-se verificar que todas elas foram objeto dos depoimentos,
permitindo afirmar que o curso de Educação Emocional colaborou para o desenvolvimento
das referidas habilidades emocionais.
Especificamente sobre a relação entre Educação Emocional e Espiritualidade,
constatou-se a existência de uma relação positiva, primeiro pelo reconhecimento de que as
dimensões humanas estão interligadas, influenciando inclusive a saúde física e mental dos
indivíduos. Também foi registrado que uma vivência espiritual pode ser alcançada mediante
os exercícios de educação emocional que, ao serem aprendidos, são incorporados no cotidiano
dos sujeitos como estratégia regulação emocional e promoção de bem estar.
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Como referenciar este artigo
POSSEBON, F.; POSSEBON, E. P. G.; DANTAS, T. C. Educação emocional, formação
humana e espiritualidade.
Nuances Est. Sobre Educ.
, Presidente Prudente, v. 33, e022010,
jan./dez. 2022. e-ISSN: 2236-0441. DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v33i00.9488
Submetido em
: 10/10/2021
Revisões requeridas
: 22/12/2021
Aprovado em
: 09/02/2022
Publicado em
: 01/03/2022
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1
EMOTIONAL EDUCATION, HUMAN FORMATION AND SPITITUALITY
EDUCAÇÃO EMOCIONAL, FORMAÇÃO HUMANA E ESPIRITUALIDADE
EDUCACIÓN EMOCIONAL, FORMACIÓN HUMANA Y ESPIRITUALIDAD
Fabrício POSSEBON
1
Elisa Pereira Gonsalves POSSEBON
2
Taísa Caldas DANTAS
3
ABSTRACT
: The objective of this article is to understand the perceptions of teachers who are
part of the municipal network of Queimadas-PB, about the impacts and changes in their
personal and professional lives after having participated in the Emotional Education training.
The investigation is centered on the emergence of emotional abilities from this training, seeking
to identify possible relations between Emotional Education and Spirituality. Based on the
qualitative approach with a phenomenological focus, one can conclude that the Emotional
Education training caused positive effects on the research subjects' personal and professional
lives, specifically regarding the development of five skills: perceiving and accepting emotions;
acquiring the ability to differentiate and manage emotions; developing the ability to reflect
critically and creatively about emotions; acquiring the ability to think strategically about
emotions aiming at well-being; and developing the ability to experience emotions in a healthy
way. It was noted that the development of such skills is also related to the spiritual dimension
of the subjects.
KEYWORDS
: Emotional education. Spirituality. Emotion.
RESUMO
: O objetivo do artigo é compreender as percepções dos docentes que integram a
rede municipal de Queimadas-PB, sobre os impactos e mudanças na vida pessoal e profissional
após terem participado da formação em Educação Emocional. A investigação está centrada
na emergência de habilidades emocionais a partir da referida formação, buscando identificar
possíveis relações entre Educação Emocional e Espiritualidade. A partir da abordagem
qualitativa com enfoque fenomenológico, pode-se concluir que a formação em Educação
Emocional causou efeitos positivos na vida dos sujeitos da pesquisa, especificamente no que se
refere ao desenvolvimento de cinco habilidades: perceber as emoções sentidas; adquirir
capacidade de diferenciar as emoções; desenvolver a reflexão crítica sobre as emoções;
adquirir capacidade de pensar estrategicamente sobre as emoções visando o bem estar; e
desenvolver a capacidade de vivenciar as emoções de forma saudável. Registrou-se que o
1
Federal University of Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brazil. Associate Professor, Department of Religion
Sciences. PhD in Letters (UFPB). ORCID: https:
//orcid.org/0000-0001-9418-8224. E-mail:
fabriciopossebon@gmail.com
2
Federal University of Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brazil. F
ull Professor of the Department of
Pedagogical Qualifications. PhD in Education (UNIMEP). ORCID: h
ttps://orcid.org/0000-0003-4597-504X. E-
mail: elisa.gonsalves@gmail.com
3
Federal University of Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brazil. Assistant Professor of the Department of
Pedagogical Qualifications. PhD in Education (UFPB). ORCID: ht
tps://orcid.org/0000-0002-3661-0025. E-mail:
taisa.cd@gmail.com
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2
desenvolvimento de tais habilidades também está relacionado com a dimensão espiritual dos
sujeitos.
P
ALAVRAS-CHAVE
: Educação emocional. Espiritualidade. Emoção.
RESUMEN
: El objetivo del artículo es conocer las percepciones de los profesores que
integran la red municipal de Queimadas-PB, sobre los impactos y cambios en su vida personal
y profesional después de haber participado en la formación en Educación Emocional. La
investigación se centra en el surgimiento de habilidades emocionales a partir de esta
formación, buscando identificar posibles relaciones entre la Educación Emocional y la
Espiritualidad. Basándose en el enfoque cualitativo con un enfoque fenomenológico, se puede
concluir que la formación en Educación Emocional causó efectos positivos en la vida personal
y profesional de los sujetos de la investigación, concretamente en lo que respecta al desarrollo
de cinco habilidades: percibir y aceptar las emociones; adquirir la capacidad de diferenciar y
gestionar las emociones; desarrollar la capacidad de reflexionar de forma crítica y creativa
sobre las emociones; adquirir la capacidad de pensar estratégicamente sobre las emociones
con el objetivo de conseguir el bienestar; y desarrollar la capacidad de experimentar las
emociones de forma saludable. El desarrollo de estas habilidades también está relacionado
con la dimensión espiritual de los sujetos.
PALABRAS CLAVE
: Educación emocional. Espiritualidad. Emoción.
Introduction
The theme of this article is centered on the search for the relationship between Emotional
Education and Spirituality, based on the experience of continuing education carried out in the
municipal school system of the city of Queimadas - Paraíba, throughout 2016 to 2020.
To this end, we initially try to discuss theoretical issues involving emotions, the
formative proposal in Emotional Education and Spirituality, and then describe the perceptions
of the research subjects about the impacts of training performed on their personal and
professional life.
Emotional Education Training: theoretical and experiential challenge
To understand the human being in its integrality, and in its complexity, is also to
recognize that emotions mobilize and give meaning to actions (SOLOMON, 2015). More than
guiding our conduct, the emotional universe, by manifesting itself in the individual, shows who
he is: "We are our emotions as much as we are our thoughts and actions" (SOLOMON, 2015,
p. 17).
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Emotion is a natural reaction and is configured as an immediate response that arises
through a stimulus or a situation. Martins (2004, p. 23) states that "emotions are global, innate
and fleeting reactions that have a specific function of each being". These reactions refer to an
adaptive response to the environment, considering that it is a psychological process that implies
a series of triggering elements (relevant stimuli), different levels of cognitive processing (value
processes), physiological changes (activation), expressive patterns (emotional expression)
(FERNÁNDEZ-ABASCAL; SÁNCHEZ, 2015).
In addition to influencing human behavior, emotions reveal values: by being proud of
something, for example, the individual shows that he thinks of it as good. This relationship
between emotion and value deserves to be highlighted. In the words of Stocker and Hegman
(2002, p. 116) "emotions are useful in the revelation of values; but what is really important in
itself is the value they reveal." And influencing behaviors and revealing values, the presence of
emotions has been increasingly evidenced, in recent times, as a proper and necessary element
in formative processes (BISQUERRA, 2000; CEJUDO; LÓPEZ-DELGADO; RUBIO, 2015;
GARCÍA; CALLEJA, 2017; GORDILLO
et al.,
2016).
In turn, Emotional Education implies the knowledge and self-knowledge of issues
pertinent to the emotional universe, in addition to the acquisition of knowledge and skills that
can provide awareness and modulation of actions, so that the individual can learn to feel and
act in order to provide well-being (POSSEBON; POSSEBON, 2020).
In the words of Bisquerra (2000, p. 243), Emotional Education is:
An educational process, continuous and permanent, which aims to enhance
emotional development as an indispensable complement to cognitive
development, constituting both essential elements of the development of
integral personality. For this purpose, it is proposed the development of
knowledge and skills about emotions, with the objective of empowering the
individual to better deal with the challenges of everyday life. All this aims to
increase personal and social well-being.
Emotional Education proposes to experience the emotion for one's own well-being,
accepting and understanding what emotion is informing, in order to develop new competencies,
now focused on a set of capacities that allow to understand, express and regulate in an
appropriate way emotional phenomena, including emotional awareness, the control of
impulsivity, teamwork, taking care of oneself and others, among others. We can affirm that
Emotional Education is a process of human formation that involves the physical, vital, mental,
emotional and spiritual dimensions of the individual, from the mobilization of different
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emotions, both from the cognitive point of view and from the experiential point of view
(POSSEBON; POSSEBON, 2020).
In these terms, Emotional Education is a process of human formation that takes place
throughout life, which occurs in an integral way, aiming at subjective well-being. The main
goal is to provide a change in the individual, change that is:
daily and profound, and comprises an affective and loving movement; non-
ideological. The need and urgency to experience love not as an abstract
concept, but as an immediate question, as a bodily experience lived in daily
life for the promotion of well-being are a fundamental procedure. Thus,
feeding the living organism is an act of the present time. Feeding a body so
that it can live is not a reminder of the past or a schedule for the future. The
body is hungry to live. And living is an expression of the present time
(GONSALVES; SOUZA, 2015, p. 96).
In this perspective of formation, it is about facilitating and creating a space of
pedagogical experiences to discover the emotional dimension of the body. In this sense,
facilitation work is started when the emotional experience of the person is
screened, so that the person converts it into an object of reflection. Therein
lies the possibility of expanding their knowledge about themselves and
recreating themselves, with a view to improving the quality of life. It is a
process of personal transformation by itself and only takes place through the
learning of new ways of acting, of dealing with one's own emotionality. It is
important to highlight that the result is only achieved through a behavioral
modification that is carried out through an educational process
(GONSALVES; SOUZA, 2015, p. 97).
The experiential aspect concerns the opportunity to perform new learning sing-alongs
an
d intense connection with life that are closely related to the deep experience, full of meaning
intensity of the experience with life. It is the basis for the development of a new human being
capable of bonding and maintaining relationships of love for himself, for the other and for
nature, with the development of affective intelligence, as proposed by Rolando Toro (2014).
The reorganizing power of the experience is due to the unique quality of emerging as
the first affective expression of our organism, with strong bodily sensations. The experiences
constitute the original expression of the most intimate of ourselves, previous to any symbolic
or rational elaboration. Emotional Education, in order to acquire a transformative potential,
needs to be achieved through experience, without which it will be limited to cognition.
The work of formation in Emotional Education assumes, therefore, that the human being
i
s a totality whose parts (dimensions) are integrated and are involved – physical, vital, mental,
emotional, spiritual dimensions (POSSEBON; POSSEBON, 2020). In this sense, the human
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being is considered as an entireness and any dimension of his necessarily affects the other ones
because they are involved and influencing each other, thus being a holistic proposal.
Concept of Spirituality and the role of emotions
Richard Maurice Bucke describes a curious experience he experienced one night upon
returning to his home in the late nineteenth century. He called it cosmic consciousness
(BUCKE, 1996, p. 42):
Suddenly, without any kind of warning, I found myself engulfed by a cloud of
the color of the flames. For a moment, I thought there was a fire, a huge bonfire
somewhere near the city; then I thought the fire was inside me. Immediately,
a feeling of joy took hold of me, of immense happiness accompanied or
followed by an intellectual enlightenment impossible to describe. [...]
Among other things, I did not simply believe, but I saw that the universe is
not composed of dead matter, but constitutes a living presence; So I became
aware of eternal life. It was not the conviction that he would attain eternal life,
but the consciousness that he already possessed it; I saw that all human beings
are immortal, that the cosmic order is such that, without a doubt, all things
have contributed to the good of each one; that the basic principle of the world,
of all worlds, is what we call love; and that everyone's happiness is, in the long
run, absolutely certain.
The impact of this experience transformed his life, leading him to dedicate several years
of
study and research to his understanding. The result was the publication of his work,
Cosmic
Consciousness
, in 1901, considered a pioneer in the field, in which he gathers a significant
number of episodes and interprets them, trying to give them a reasonably precise definition.
Eleven items synthesize the investigation of what is usually found in episodes of cosmic
consciousness (BUCKE, 1996, p. 108): a) Subjective light; b) Moral elevation; (c) intellectual
enlightenment; d) The sense of immortality; e) The loss of fear of death; f) The loss of the sense
of sin; g) The suddenness and instantaneity of awakening; h) The previous character of man -
intellectual, moral and physical; (i) the age of enlightenment; j) The charm added to the
personality, so that men and women are always (?) strongly attracted to the person; k) The
transfiguration of the individual who is the object of change, as seen by others when the cosmic
sense is actually present.
A century of research improved the understanding of cosmic consciousness, although
o
ther terms were used to describe the same experience or something of an approximate nature.
We will recall some significant names in this story: William James (n.d.), who investigated the
religious experience; Sigmund Freud (2010), who commented on a given experience, calling
her 'oceanic' and interpreting it as her mother's need, according to her psychoanalytic approach;
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Abraham Maslow (n.d.), who described sixteen characteristics of a phenomenon he called
peak-
experience
, usually translated as a crowning experience; Charles Tart (1994, 2012), who
detailed the altered states of consciousness; Joseph Rhine (1965, 1966, 1973), who at Duke
University investigated Extrasensory Perception, a phenomenon normally present in cosmic
consciousness; Walter Pahnke (WEIL, 1989, p. 26 27), who used psilocybin in a scientific
experiment to produce a mystical state; and finally Stanislav Grof (2020a, 2020b), LSD
researcher who, after his ban, developed with Christina Grof the holotropic breathing technique,
to obtain the same effects of the substance.
It is possible to interpret the experiences recorded by the numerous philosophical and
religious traditions as cosmic consciousness, for example: Nirvana of Buddhism; Yoga
Samadhi; Beatitude, Grace, Seventh Heaven, Kingdom of Heaven, etc. of Christian traditions
(WEIL, 1989, p. 17). Also, according to Pierre Weil (1989, p. 9), a new area of knowledge was
developed:
Transpersonal Psychology is a branch of Psychology specialized in the study
of altered states of consciousness; it deals more especially with the "cosmic
experience" or the so-called "superior" or "enlarged" states of consciousness.
These states consist of entering a dimension outside of space-time as is often
perceived by our five senses. It is an expansion of common consciousness with
a direct view of a reality that is very close to the concepts of modern physics.
Although Bucke's cosmic experience, and many others recorded, seem spontaneous, in
fact, philosophical and religious systems have developed, throughout its history, many
techniques, known as technologies of the sacred, to provoke it, thus recognizing its benefits.
We listed some of them in the sequence. We cannot lose sight of the view that Spirituality is a
search, in an altered state of consciousness, so the resources employed in this search are those
that produce non-ordinary states.
We insist, according to our understanding, that Spirituality is not to reflect, ponder,
analyze, measure, compare, etc., on the transcendent, these are rational and logical operations;
Spirituality is experiencing altered states of consciousness that lead to the transcendent. It is
therefore clear the role of emotions in Spirituality, because they overcome rationality, they are
stronger and more primitive.
We highlight at this moment the list of resources that can, under certain circumstances,
help both in the search for the transcendent, that is, in Spirituality, and in emotional balance,
that is, as a potential instrument of Emotional Education:
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1)
Sensory features of hearing: silence, sounds of nature (sea, waterfall), sounds of bass
instruments (drum, didjeridou, gong, etc.), certain songs and tunes, mantras and prayers;
2)
Sensory features of vision: darkness, contemplation of nature, landscapes, works of
art, strobe light;
3)
Sensory features of olfaction and tasting: aromas, flavors and smells, essential oils of
Aromatherapy;
4)
Sensory features of touch: touch, caress, massage, encounter, hug;
5)
Movement resources: dance, walking, pilgrimage, rite, exercise;
6)
Body work: diet, fasting;
7)
Breathing exercises;
8)
Various techniques such as meditation, concentration.
The resources listed here, presented separately in the practice of philosophical and
religious systems, are infinitely combined.
On the lookout, Spirituality is not confused with Religion, although for some people the
search for the transcendent can be attempted through a formally instituted Religion. Compare
our definition of Spirituality with the classic definition of Religion by Émile Durkheim (1996,
p. 32):
A religion is a sympathetic system of beliefs and practices relating to sacred
things, that is, separate, forbidden, beliefs and practices that bring together in
the same moral community, called the church, all those who adder.
We affirm that Spirituality, as a search, presupposes experiences in altered states of
consciousness, that is, outside the condition of wakefulness and rational, logical and reflective
states. One enters these states altered spontaneously (perhaps it would be to say that we do not
know the mechanisms of the process) or one tries through the technologies of the sacred. No
technique is an absolute guarantee of success, but insistent practice has given effective results.
The methodological design of research
The qualitative research c
arried out had the challenge of understanding, from the
phenomenological approach, the perceptions of teachers about the impacts of training on
emotional education in their personal and professional life. The research subjects were sought
among the education professionals who are part of the municipal network of Queimadas-PB,
particularly those who participated in the training in Emotional Education offered by the
Department of Education /SEDUC in partnership with the Human Education Center
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NEEMOC/UFPB, during the years 2016 to 2020. Twenty-one teachers who were willing to be
interviewed and answer an electronic form participated in the investigation. Data were collected
during 2021.
In the treatment and analysis of data, sentences were extracted that concern the studied
phenomenon, performing the extraction of significant assertions. This process was performed
through an examination of data obtained based on the transcriptions of the statements,
highlighting the "significant statements", that is, phrases or quotations that allow an
understanding of how the participants perceive the phenomenon experienced (CRESWELL,
2014). Then, groups of meanings were organized for the statements, where such statements
were used to develop a description of what the subjects experienced. The meanings were
grouped into themes, allowing the emergence of themes common to all transcriptions
(CRESWELL, 2014). All results obtained were integrated into a description of the investigated
phenomenon.
In the organization of meaning groups, the Emotional Experience was considered,
proposed by Possebon (2018). This proposal indicates the set of socio-emotional skills to be
developed in works involving Emotional Education: perceiving and welcoming the emotions
felt; acquiring the ability to differentiate and manage emotions; developing the ability to reflect
critically and creatively on emotions; acquire the ability to think strategically about emotions
aimed at well-being; and develop the ability to experience emotions in a healthy way.
The use of this explanatory model was not configured as a fixed and immutable pattern;
it was used as a possibility of interpretation of the data, without reducing the richness and
diversity of the data obtained, which could confirm or not the proposal, as well as include new
elements.
Learning in emotional education: dialogue with empirical data
About the existence of impacts of the Emotional Education Course on their personal and
professional life, 100% of the research subjects answered affirmatively.
Having as reference the first axis of responses highlighted by Possebon (2018), which
is the perception and acceptance of the emotions felt - emotional competence that includes
different skills such as recognizing the information that is associated with the emotion felt, the
ability to identify whether the experience of emotion is being healthy or maladaptive, the
awareness of one's own emotions, from the physiological and intersubjective point of view,
among others - there is a significant set of statements. The research subjects reported that their
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ability to perceive emotional phenomena was expanded and state that they were able to acquire
"greater knowledge about emotions and feel them, instead of trying to silence them, this made
me know myself better", "I know now how my emotions act on me".
When it comes specifically to the impacts for the practice of the profession it was
possible to achieve a new understanding of colleagues: "I can better understand and respect my
co-workers", "now I can understand more my colleagues in the profession, something that was
previously more difficult". The expansion of perception also addresses the student: "I have
acquired a deeper and more sensitive look for each student, now I see him as a person and not
only as a student", "my bond with the students has been improved and much because now I can
get closer, I understand what they feel", "I can understand beyond my emotions, I can
understand the emotion of my student."
Every human relationship involves emotional aspects and, to the extent that education
professionals understand these aspects, they can create new and better ways of bonding. As
Gordillo
et al.
(2016), the knowledge of the affective history of the student and his current
situation provides the teacher with a quantity of information that may be the key to be able to
interact their reactions or behaviors.
In the second axis of responses, which refers to the ability to differentiate and manage
emotions, skills such as understanding the causes and consequences of the emotion experienced,
modulating the response to the stimulus, distinguishing the action to be performed, among
others are associated with it (POSSEBON, 2018). According to the data obtained, it was found
that the subjects indicated that "I learned to distinguish emotions", "today I can understand and
differentiate my feelings and emotions", "I became a more centered person because before I
could not balance my emotions".
When it comes to the impact of the learning they have obtained in the course for the
development of work, specifically about the ability to differentiate and deal with emotions, the
statements beckon in the following sense: "now I think more before talking or taking an attitude,
before I did not do that", "I changed a lot in the sense of knowing how to deal with certain
situations that before could not, because I was afraid to express myself," "I feel more confident
and safer."
When it comes specifically to the relationship with each other, the research subjects
report that "living with others at work has become easier because now I understand more the
emotions they feel", "I am a better observer now, and it helps me a lot", "I can see better the
different emotional reactions than I do", "I feel more emotionally regulated to work in the
classroom".
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The search to perform better emotional responses, through conscious action, shows that
the training performed acts in the incorporation of knowledge that promotes the expansion of
the ability to differentiate the emotions felt and the perception that the subject can act on them.
The third axis of responses is related to the ability to reflect critically and creatively on
emotions, involving skills such as the recognition of the need for change to provide well-being,
the identification of new habits to be built, the self-guidance, the identification of risks to be
overcome, among others (POSSEBON, 2018). On this issue we were able to record statements
such as "emotional education helped me in self-knowledge and this helps me to improve my
relationships with myself", "I can deal more harmoniously with my emotions", "my life changed
because I learned to know and experience my own emotions more lightly".
The research subjects also highlighted the development of empathy and communication
skills: "today I feel more emotionally regulated, more empathetic and grateful, with more ability
to solve the problems that arise", "I feel more emotionally regulated to make my decisions", "I
have acquired more listening and dialogue capacity", "I am managing to have a more empathetic
listening and with fewer judgments".
If, on the one hand, it is possible to affirm that the training offered allowed professionals
to learn about emotions, distinguishing each one of them and developing the ability to solve
issues in a more regulated and empathic way, on the other hand, a gap in the initial training of
the teacher is evident: emotional education. According to Mora-Miranda
et al.
(2022), this
aspect should be considered because we are probably faced with better generations prepared
from the instructive point of view, but who are not contributing to an understanding of the
student as a whole.
The fourth axis of responses corresponds to the acquisition of the ability to think
strategically about emotions, aiming at well-being. This competence is related to different
skills, among them, the identification of strategies to change the emotional response, the
modification of the internal focus, the ability to distance from maladaptive processes
(POSSEBON, 2018). In this sense, we were able to identify statements that indicate the
following: "I can deal more harmoniously with my emotions after I was able to understand and
differentiate each of them". The statements also beckoned in the sense of modification to seek
new ways of facing everyday challenges: "now I think of more than one alternative to solve the
problems that arise", "I learned to review some attitudes that did me no good".
When it comes to the impacts on daily work, the statements inform in a special way the
relationship with the students: "through what I learned in emotional education I can reassure
my students, calm them, and thus i get good results in activities and evaluations", "I can control
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my actions more calmly in the face of situations experienced in daily school life", "dealing
with students' emotions has become much easier, I can help them feel better and that makes all
the difference in the learning outcome."
The evidence of the existing and direct relationship between conscious emotional action
of the teacher and development of the student's learning reveals the need to consider the
importance of this type of training. The emotional context facilitates or hinders the development
of the student.
The fifth and final axis of responses is related to the ability to experience emotions in a
healthy way. This competence concerns skills such as expressing emotion in a healthy way,
consciously self-generating emotions that promoting well-being, recognizing the impacts of
their emotional expression on other people, dealing with stimuli that generate toxic actions,
through self-regulation strategies, among others (POSSEBON, 2018). On this point, the
research subjects indicated: "today I feel more relaxed and seek balance to solve my personal
issues, I am seeking a better quality of life", "after I have known the emotions and their effects
with a better act, I can position myself better when I experience each of them", "now my
emotions are allied for me to live better", "I now know how to resolve my emotional issues
and then I can contribute to a better quality of life," "I have expanded the nutritional
relationships that contribute to my well-being and pushed away toxic relationships."
C
onsidering the statements, we can record several impacts with regard to work: "now I
try to qualify more the work of my colleagues, something I did not before", "I learned to respect
more the individuality of each one in school", "I can show more affection and respect with my
co-workers", "it is very stressful the work at school, but today I can say that the atmosphere is
more welcoming, we started to relate in a different way".
In addition to the model proposed by the Emotional Experience (POSSEBON, 2018),
we also recorded two other types of findings.
The first finding refers to the fact that the research subjects continue to perform the
exercises of emotional education in their daily life. This fact has had effects for himself and
also for his family: "I have developed emotional education exercises at work and at home with
my family and this has generated a lot of harmony and unity", "the main impact for me was to
discover how breathing exercises, and other exercises also influence my emotions and my
behavior. Now I do every day", "I learned various exercises and practice with my family",
"emotional education exercises generate well-being, I always do".
The second finding refers to the question of spirituality. According to the reports
obt
ained, the research subjects consider the existence of the relationship between emotions and
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spirituality: "emotional education is related to spirituality because they are dimensions of the
human being", "emotion and spirituality are directly related", "I cannot explain in words but I
feel that there is no spirituality without emotion", "even knowing that the two present their
differences I think, in a way, one relates to the other."
The statements indicate that emotional education and spirituality act in order to promote
mental health and the well-being of individuals: "both act significantly in the well-being and
quality of life of the individual", "the two help to direct a more loving look at life", "both work
the idea of belonging in the world, of cosmic unity, which is a complex way of understanding
human existence", "the two allow a reflection and questioning about the dimensions of the
human being", "through some exercises of emotional education we touch on our spiritual
dimension".
Final considerations
Emotional Education is an educational process of conscious action. This means that it
implies the knowledge and self-knowledge of issues pertinent to the emotional universe, in
addition to the acquisition of knowledge and skills that can provide awareness and modulation
of actions, in order to learn to feel and act in order to provide well-being. This perspective also
beckons in the sense of affirming a process of experiential human formation oriented so that
the individual can achieve, through vital learning (which favor the acquisition of competencies
that structure the emotional life of the subject), the development of a set of affective capacities,
such as listening, praising, qualifying, caring.
We consider that the emotional education course offered as continuing education
contributed to the emotional well-being of the subjects involved, and to the establishment of
new and better relationships in the family and in the work environment. Of the five skills used
as analytical reference - to perceive and welcome the emotions felt; to acquire the ability to
differentiate and manage emotions; to develop the ability to reflect critically and creatively on
emotions; to acquire the ability to think strategically about emotions aimed at well-being; and
develop the ability to experience emotions in a healthy way - it can be verified that all of them
were the object of the statements, allowing us to affirm that the emotional education course
contributed to the development of these emotional skills.
Specifically on the relationship between Emotional Education and Spirituality, it was
verified the existence of a positive relationship, first by the recognition that human dimensions
are interconnected, influencing even the physical and mental health of individuals. It was also
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recorded that a spiritual experience can be achieved through the exercises of emotional
education that, when learned, are incorporated into the daily life of the subjects as an emotional
regulation strategy and promotion of well-being.
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Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2236-0441. DOI: ht
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: 10/10/2021
Revisions required
: 22/12/2021
Approved
: 09/02/2022
Published
: 01/03/2022