Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10112 1
SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR: UM PROJETO COLETIVO COMO
ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
1
SISTEMA DE EVALUACIÓN ESCOLAR: UN PROYECTO COLECTIVO COMO
ALTERNATIVA PARA EL DESARROLLO PROFESIONAL
SCHOOL EVALUATION SYSTEM: A COLLECTIVE PROJECT AS AN ALTERNATIVE
FOR PROFESSIONAL DEVELOPMENT
Katia Verginia PANSANI2
e-mail: katiapansani.kp@gmail.com
Mônica Piccione Gomes RIOS3
e-mail: monica.rios@puc-campinas.edu.br
Como referenciar este artigo:
PANSANI, K. V.; RIOS, M. P. G. Sistema de Avaliação Escolar:
um projeto coletivo como alternativa para o desenvolvimento
profissional. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente
Prudente, v. 35, n. 00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10112
| Submetido em: 03/10/2023
| Revisões requeridas em: 21/02/2024
| Aprovado em: 26/06/2024
| Publicado em: 15/08/2024
Editores:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Esse artigo é um recorte da dissertação de Mestrado em Educação defendida na Pontifícia Universidade Católica
de Campinas, intitulada AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR (SAEsc®): CONCEPÇÃO
DE GESTORES E PROFESSORES DE UMA ESCOLA PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS (SP).
2
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS), Campinas SP Brasil. Mestra em
Educação PUC-Campinas (SP), Graduada em Direito PUC-Campinas (SP), Diretora do Sistema de Avaliação
Escolar (SAEsc®), selos Progresso Bilíngue e Lourenço Castanho, unidades escolares do Grupo Educacional
ATMO.
3
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS), Campinas SP Brasil. Doutora em
Educação PUC-SP, Mestra em Educação PUC-SP, Especialização em Avaliação à Distância UnB, Graduada em
Pedagogia Faculdades Senador Fláquer. Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e da
Graduação Licenciatura e Pedagogia da PUC-Campinas.
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RESUMO: Esse texto tem o objetivo de apresentar o Sistema de Avaliação Escolar (SAEsc®),
em uma perspectiva evolutiva, a partir dos anos de 2012 até o ano de 2022. O referido Sistema
teve início em uma escola privada, estendido para onze escolas. O propósito inicial do
SAEsc® foi a criação de estratégias operacionais de exequibilidade para a elaboração das
avaliações dos processos de ensino e de aprendizagem, viabilizando ações de intervenção e
recuperação. O percurso metodológico do presente texto assume caráter descritivo,
considerando a flexibilidade que oferece ao transpor em palavras, experiências vivenciadas
durante dez anos do trabalho exploratório realizado e os resultados obtidos, autorizando um
recorte confiável na produção desse escrito. A relevância do SAEsc® tem se revelado no
empenho das escolas que o recebem, manifesto na realização do trabalho coletivo, na disposição
sistemática para o diálogo, e na busca consciente e contínua de melhoria da qualidade dos
processos de ensino e de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Avaliação. Avaliação de aprendizagem. Formação de
professores.
RESUMEN: El objetivo de este texto es presentar el Sistema de Evaluación Escolar (SAEsc®)
desde una perspectiva evolutiva, desde 2012 hasta 2022. Este sistema comenzó en una escuela
privada y se extendió a once escuelas. El propósito inicial del SAEsc® fue crear estrategias
operativas viables para evaluar los procesos de enseñanza y aprendizaje, posibilitando
acciones de intervención y recuperación. El abordaje metodológico de este texto es descriptivo,
dada la flexibilidad que ofrece para traducir en palabras las experiencias de diez años de
trabajo exploratorio y los resultados obtenidos, autorizando un abordaje confiable para la
producción de este texto. La relevancia del SAEsc® se ha revelado en el compromiso de las
escuelas que lo reciben, manifestado en el trabajo colectivo, en la disposición sistemática al
diálogo y en la búsqueda consciente y continua por mejorar la calidad de los procesos de
enseñanza y aprendizaje.
PALABRAS CLAVE: Sistema de evaluación. Evaluación del aprendizaje. Formación de
profesores.
ABSTRACT: This text aims to present the School Evaluation System (SAEsc®) from an
evolutionary perspective, from 2012 to 2022. This system started in one private school and was
extended to eleven schools. The initial purpose of SAEsc® was to create feasible operational
strategies for evaluating teaching and learning processes, enabling intervention and recovery
actions. The methodological approach of this text is descriptive, given the flexibility it offers in
translating into words the experiences of ten years of exploratory work and the results obtained,
authorizing a reliable approach to the production of this text. The relevance of SAEsc® has
been revealed in the commitment of the schools that receive it, manifested in collective work, a
systematic willingness to engage in dialogue, and a conscious and continuous search to
improve the quality of teaching and learning processes.
KEYWORDS: Evaluation system. Learning evaluation. Teacher training.
Katia Verginia PANSANI e Mônica Piccione Gomes RIOS
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Introdução
Vamos aqui apresentar, resumidamente, a trajetória do SAEsc® a partir do ano de 2012
até o ano de 2022. Com base nas lições de André e Lüdke (1986, p. 13), “a obtenção de dados
descritivos [na pesquisa qualitativa], obtidos no contato direto do pesquisador com a situação
estudada, enfatiza mais o processo do que o produto”. A opção, então, pelo procedimento
descritivo permite-nos apresentar os processos das experiências recolhidas ao longo de dez
anos, como um retrato inacabado de ações continuadas de vivências, suscetíveis ao
compartilhamento.
O SAEsc® é um Sistema cujo propósito é criar estratégias operacionais de
exequibilidade para a elaboração das avaliações dos processos de ensino e de aprendizagem,
viabilizando ações de intervenção e recuperação.
O trajeto do Sistema de Avaliação Escolar (SAEsc®) teve início em um Colégio
4
privado. Quando chegamos na unidade escolar, o objetivo era realizar a edição de questões de
prova. Foi daí que o embrião do Sistema se constituiu por meio do trabalho de edição dos
instrumentos avaliativos. Não nos cabe, aqui, descrever detalhes dessa realidade, o que importa
é dizer que ela exigiu de nós o reconhecimento da situação e o desenho de estratégias, a começar
pelo pedido de ajuda externa de professores com conhecimentos que não se restringiam às suas
especialidades, mas também que trouxessem na bagagem a experiência na elaboração de
avaliação e, principalmente, que tivessem uma visão alargada de mundo.
As pessoas referidas foram escolhidas e convidadas a formar um grupo de professores-
investigadores, eram mestres, doutores e pós-doutores. Foi importante que essa escolha tivesse
sido feita de maneira intuitiva
5
, pois acreditamos que a diversidade requer reconhecimento
verdadeiro, ações colaborativas e coletivas, exigentes quanto ao compartilhamento responsável.
Foram três anos de leitura dos instrumentos avaliativos, do Ensino fundamental (2º ao
ano) ao Ensino Médio (1ª a série
6
), mas a leitura em si era ineficaz se não houvesse, de
algum modo, a participação dos professores. Demoramos para encontrar um meio que
viabilizasse espaços
7
de diálogo, esse, imprescindível, mesmo que de maneira virtual,
4
Essa unidade trabalha com todas as etapas da Educação Básica, ou seja, da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Nesse trabalho, iremos utilizar, preferencialmente, a expressão “unidade escolar.
5
Para Bergson “intuição significa principalmente consciência, mas consciência imediata, visão que mal se
distingue do objeto visto, conhecimento que é contato ou até coincidência” (Abbagnano, 1999, p. 582).
6
Nomenclatura utilizada pelo grupo educacional.
7
Para efeito desse artigo entendemos espaço como espaço formativo em que se promove a interação entre os
sujeitos participantes. Quanto ao significado da palavra “sujeito” seguimos com Lacan: indivíduo não é sujeito,
indivíduo é cada um de s. Sujeito é aquele que transforma, por meio de um processo complexo que exige
consciência, experimentação e linguagem (Ferreira-Lemos, 2011, p. 101 s.).
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considerando o número de professores para um grupo pequeno de leitores e um prazo exíguo
para a finalização do processo de produção dos instrumentos avaliativos. Gestores e docentes,
ao invés de confluírem para o processo de ensino e da aprendizagem, o tempo e a energia eram
direcionados para demandas que se expressavam em dois significados: competição e
resistência.
Em 2017, demos início a um protocolo. Era o começo de diálogo
8
com o professor,
apresentado de forma virtual por meio de balões de comentários, realizados entre os
professores-leitores e os professores-elaboradores. Esse protocolo privilegiava cinco tópicos:
(i) conteúdo, (ii) adequação de linguagem, (iii) funcionalidade textual, (iv) diagramação
9
e (v)
ações procedimentais.
O Departamento Editorial Escolar DEE/SAEsc®
O DEE/SAEsc® abraça diversos macro e microprocessos. Nesse estudo,
apresentaremos, em linhas gerais, os macroprocessos. As linhas pontilhadas na figura 1
informam processos realizados em momentos específicos em decorrência de algumas ações.
Outra observação importante é que muitos desses processos correm concomitantemente,
portanto, essa figura 1 serve apenas como um panorama planificado e setorizado do DEE. O
Controle de Recebimento de Originais (CRO), conforme Figura 1, é um documento que orienta
a produção para o destino do original. Ele indica as unidades, o segmento, o período, o ano
letivo e as datas de entrada e de aplicação das avaliações previstas no calendário escolar
unificado
10
.
É ainda nesse processo que o roteiro de estudos é extraído do formulário de entrega de
originais e planilhado, para ser conferido pela orientação. Na data prevista no Calendário do
sistema e da escola, o DEE disponibiliza o roteiro atualizado para que a orientação efetue a
devida publicação.
8
Segundo Freire (2019b, p. 109) O diálogo é um encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-
lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu”.
9
Ela deve cuidar do desenho gráfico, pois, conforme Bringhurst (2005, p. 23) “a tipografia existe para honrar o
seu conteúdo”, e isso significa que o uso visual das palavras, ou seja, o seu tamanho, a sua forma, a sua disposição,
precisa respeitar o leitor, cumprindo o seu princípio de legibilidade (Bringhurst, 2005).
10
Nesse texto, a “unificação” é uma medida encontrada pelo pedagógico das unidades escolares e pelo SAEsc®
para viabilizar o trabalho coletivo, em um esforço contínuo de aprendizado.
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Figura 1 Processos do DEE/SAEsc®
TECNOLOGIA
EDITORIAL
PRODUÇÃO
GRÁFICA
Recebimento de
Cartão-resposta
(CR)
Preparação
Impressão
Leitura dos dados
Revisões I e II
Manuseio
Liberação parcial
Diagramação
Transporte
Liberação final
Checklist
Liberação
Boletim
Emendas I e II
Fonte: Elaboração da autora.
Cumpre ratificar que o roteiro está vinculado ao Quadro Descritivo (QD) definido pelos
professores e validado pelas coordenações.
Quadro 1 Quadro geral para identificação de originais
11
Grupo
Segmento
Tipo de avaliação e
período (bimestre)
Ano/Série
Abreviatura da disciplina
Gn
EFI, EFII,
EM
PO, RCA, RC
(1, 2, 3, 4)
3º EFI a 3ª EM
Bio, Cie, Esp, Fil, Fis, Gra, Geo, HG, His, Ing,
Lit, Mat, Por, PT, Qui, Red, Soc
Fonte: Elaboração da autora.
O Quadro 1 ilustra como os documentos devem ser registrados e referenciados na rede
SAEsc®. Especifica-se o formato como G1_EM_PO1_1_Lit, que se refere à Prova Aplicada
nas unidades que utilizam material de ensino “X” para o Ensino Médio. Trata-se de uma Prova
Objetiva do 1º bimestre, da série, de Literatura. A Ordem de Serviço (OS) é designada como
um Registro Geral (RG), com o nome do arquivo fixado no lado direito da margem superior do
11
LEGENDA Ensino fundamental anos iniciais (EFI), Ensino fundamental anos finais (EFII), Prova Objetiva (PO),
Resposta Construída Aberta (RCA), Resposta Construída (RC). Biologia (Bio), Ciências (Cie), Espanhol (Esp),
Filosofia (Fil), Física (Fis), Gramática (Gra), Geografia (Geo), História e Geografia (HG), História (His), Inglês
(Ing), Literatura (Lit), Matemática (Mat), Português (Por), Produção de texto (PT), Química (Qui), Redação (Red),
Sociologia (Soc).
NOTA 1 As abreviaturas seguem o critério da praticidade para registro na rede SAEsc®. NOTA 2 Todas as
nomenclaturas referem-se ao uso do Colégio que deu origem ao Sistema.
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documento, na área de maior visibilidade e fácil identificação. Algumas pessoas preferem
utilizar o rodapé para essa informação.
No início de cada ano, deve-se solicitar uma lista contendo o registro do aluno (RA),
nome completo, ano ou série e turma. A partir dessa lista, é gerado um mapa com o número de
alunos, o qual será utilizado para a elaboração das saídas de notas dos relatórios gerados pelas
POs, para a formulação das planilhas de impressão e para o rateio
12
dos pagamentos dos
professores e fornecedores de serviços do DEE.
Figura 2 Ciclo da avaliação formal processual
13
Fonte: Elaboração da autora.
O SAEsc® produz uma PO por período. Seu propósito é a realização de um prognóstico
para a avaliação de resposta construída aberta. Ela é um instrumento parcial, porque nela é
trabalhada parte dos objetivos do período “garantindo que professores e coordenação tenham
um retorno prévio do desempenho dos alunos, com tempo bil para rever conteúdos e
habilidades que aparentem ainda estarem frágeis” (Martins, 2020, p. 37).
12
Esses rateios deverão ser realizados se o DEE estiver inserido dentro de uma rede. Cabe salientar que
registramos todos os custos e despesas do Sistema por meio do Orçamento Base Zero (OBZ), ou seja, tudo é
planilhado por setor do DEE, apresentado de maneira rateada por escola e por aluno. Em síntese, ele permite um
completo alinhamento com a gestão orçamentária e o planejamento estratégico do grupo educacional.
13
O período escolar adotado para fins deste trabalho é o bimestral. LEGENDA: Histórico Histórico escolar, prova
de entrada sem pontuação mais registros do aluno. RCA Resposta construída aberta de natureza longa. RC
Resposta construída fechada ou aberta de natureza curta ou longa.
Diagnose Análise
de resultados
Prognose
Retomada
Análise parcial
do processo
avaliativo
Diagnose Análise
de resultados
Prognose
Prognose Início
do período
HISTÓRICO PROVA
OBJETIVA
AVALIAÇÃO
RCA*
AVALIAÇÃO
RC* DE
RETOMADA
Katia Verginia PANSANI e Mônica Piccione Gomes RIOS
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Essa PO tem uma estrutura específica para cada ano do EFII e para cada série do EM.
O modelo respeita o formato progressivo, conforme disposto no Mapa de Avaliação, tanto na
composição dos itens quanto em seu objetivo. As provas do EM ganham um contorno próximo
ao de um simulado misto, a fim de que os alunos se familiarizem com os formatos dos itens de
seleção dos principais vestibulares do país, todavia os objetivos se mantêm na linha do QD
elaborado pelos professores e do roteiro de estudos publicado.
Tratando-se de PO, o SAEsc® desenvolve um processo paralelo que começa com o
término das aplicações das parciais (no EFII) e dos simulados (no EM) e recebimento dos
cartões-resposta (CR) de cada unidade com data definida em Calendário do SAEsc®. Este
processo atualiza a lista dos alunos de cada unidade, realiza a leitura dos cartões, executa
processamento desses dados e libera relatórios de primeira ordem, deixando livre os dados para
a direção a fim de produzir outros dados pertinentes. Esse processo é célere para que
coordenações e docentes possam trabalhar com os resultados e, no prazo previsto em Calendário
SAEsc®, liberam-se os relatórios finais e os dados organizados e limpos para a devida análise.
Enquanto todo esse processo é realizado, outra equipe prepara e revisa as avaliações de
respostas construídas abertas. A estrutura do item
14
deve abrigar, via conteúdo, objetivos e
habilidades, alguns especificados no QD e outros implícitos, porque provenientes das estruturas
formativas de repertório que a escola constrói e quaisquer outras relações constituídas dentro e
fora dos muros da escola. Todas essas realidades fazem parte do que poderá compor a intrincada
tarefa de contextualização do item. Essas ações cumprem um fazer coletivo. É por isso que
dizemos que a avaliação SAEsc® não é de UM, mas de TODOS. Investimos no ganho formativo
oriundo entre professores de diversas realidades, aprendendo e ensinando numa troca de
experiências contínua. Quanto mais disposição para a troca, maior seo entrosamento do
grupo, que pode (e deve) constituir uma área coesa. A partir daí, temos um instrumento
avaliativo singular, fruto dos saberes dos docentes para instigar os estudantes que se propõem
a aprender a apreender
15
, pois assim o avaliado e o avaliador poderão se autoavaliar de
forma consciente e não apenas de maneira racionalizada e adaptada, isto é, efetividade, e o
professor reforça sua aptidão de compreender a procedência das dificuldades que podem se
apresentar nas correções.
O papel da preparação é o de customizar o instrumento, mas não só,
14
A denominação “item” foi assumida pela escola, em 2013. Usamos “questão” apenas para as tarefas de sala.
15
Aprender no sentido de adquirir conhecimento ou habilidade por meio do estudo e da prática. Apreender no
sentido de compreender, assimilar e saber fazer uso de conhecimento ou habilidade adquirida. Disponível em:
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/. Acesso em: 7 maio 2023.
Sistema de Avaliação Escolar: um projeto coletivo como alternativa para o desenvolvimento profissional
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ela serve, antes de tudo, para dar homogeneidade, praticidade e coerência à
produção. O [DEE] segue, de forma assistemática a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), mas também se permite ser o criador de suas
próprias regras
16
, num espaço muito particular e específico (Temple, 2020, p.
88) [que é o espaço dos instrumentos avaliativos SAEsc®].
A figura 3 traz um balão de comentários, do tipo “modelo geral”
17
.
A ideia do balão é dar início ao que servirá de princípio de diálogo. Uma tarefa que
exige foco, tranquilidade e respeito em relação ao pensamento do professor(a)-elaborador(a).
Esta consideração é fundamental, porque a atuação do revisor
18
pode sacrificar o conteúdo do
professor(a)-elaborador(a) e prejudicar todo o esforço de um trabalho que deve ser o mais
próximo possível da sua real expressão. A postura do revisor é de responsabilidade e humildade.
Figura 3 Balão de comentários geral e protocolar
G1_EFI_RCA1_1_Dis
Balão de Comentários
e-mail institucional do emissor do balão
Mapa de Avaliação
Quadro descritivo (QD) Roteiro de
estudos
Descrição do item
Observação
Conteúdo (Conceito/Atualização)
Adequação de linguagem
Funcionalidade textual
Observação
Resposta da
Coordenação
Resposta do(a)
Professor(a)-
elaborador(a)
Fonte: Elaboração da autora.
um texto de Luis Fernando Verissimo (bastante característico para ilustrar o poder
do revisor
19
) denominado “Cuidado com os revizores” – e é com “z”, mesmo.
16
As regras do DEE servem de chaves de segurança.
17
“Modelo geral”, porque não corresponde ipsis litteris (tal como está escrito) ao documento. Esse seria o balão
idealizado de início, mas com o tempo ele foi se aprimorando e respeitando as características de cada emissor.
Ratifica-se, apenas, a importância de que esses balões sejam elaborados com extremo respeito segundo o roteiro
disposto.
18
A referência à figura do revisor pode se confundir com a do assessor-pedagógico, com a do revisor técnico de
conteúdo ou com a do revisor de linguagem. Todos eles utilizam o balão de comentários, cada qual com objetivos
próprios, consoante a natureza da função que ocupa, mas sempre respeitando o protocolo-base.
19
“Existe um exemplo histórico do que a revisão desatenta ou mal-intencionada pode fazer. Uma das edições
da Versão Autorizada da Bíblia, publicada na Inglaterra por iniciativa do rei James I, no século XVII, ficou
conhecida como a ‘Bíblia má’, porque a injunção ‘Não cometerás adultério’ saiu, por um erro de impressão, sem
o ‘não’. Ninguém sabe se o volume de adultérios entre os cristãos de fala inglesa aumentou em decorrência dessa
inesperada sanção bíblica, até descobrirem o erro, ou se o revisor e o impressor foram atirados numa fogueira
juntos, mas o fato prova que nem a palavra de Deus está livre do poder dos revisores” (Verissimo, 1995, p. 36-
37).
Katia Verginia PANSANI e Mônica Piccione Gomes RIOS
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A importância da revisão técnica ou de linguagem, segundo Temple (2020), é uma
apenas, ou seja, a de adequar o texto ao seu fim. Para isso é preciso que ocorra interação entre
professor(a)-elaborador(a) e revisor. E finaliza:
a interação pode se realizar levando-se em conta vários aspectos como, por
exemplo: (a) Comportamento: professor(a)-elaborador(a) e revisor precisam
estar desarmados; (b) Estratégia: buscar, sem constrangimento de ambas as
partes, tudo o que pode desabonar [o instrumento], considerando
principalmente a disciplina, o ano, o formato, [o contexto] e o aluno; c)
Princípios: responsabilidade para lidar com [o instrumento], respeito pela
competência das partes, grandeza de espírito para reconhecer os próprios
limites e os próprios erros, honestidade e transparência nas atitudes
acadêmicas e pessoais. Convém lembrar, humildemente, que, nesse barco,
ambos terão sempre um inimigo em comum: “aquele erro que passou e
ninguém viu” (Temple, 2020, p. 42-43).
Cabe dizer, ainda, que a revisão técnica, quando existente, não exime o professor(a)-
elaborador(a) e demais professores da responsabilidade de estudar. Para além, como ensina
Freire, cabe ao Educador impregnar-se e agir segundo aética universal(2019a, p. 17). Este é um
compromisso de todo Educador. O revisor cnico representa mais um olhar apurado e
atualizado, normalmente, por estar dentro ou próximo de instituições de pesquisa.
A indicação G1_EFI_RCA1_3_Dis (à esquerda do balão) é o registro do documento em
nosso sistema, conforme mencionado anteriormente o seu RG). Ele significa que o
documento pertence ao grupo 1 cujo material de ensino é “X”, que será aplicado no Ensino
fundamental anos iniciais (EFI), que é do tipo resposta construída aberta, do primeiro bimestre,
3º ano, disciplina “Y”.
É importante esclarecer que esse é o balão geral, pois abaixo dele podem aparecer balões
específicos com comentários diretos, comunicativos, do tipo “sugestão” ou “ajustes feitos”.
que se saber que a diagramação
20
, como informa Zullo e Zullo (2020), é outro ponto
importante para que o item atinja seus fins. Um texto desorganizado, poluído, conduz o aluno,
muitas vezes, ao erro. O objetivo é sempre buscar clareza, objetividade e simplicidade.
Cada tipo de instrumento possui um modelo
21
(template). O que dá respeitabilidade ao
instrumento avaliativo é sua capacidade de atingir os seus fins, consoante a sua estrutura. Um
dos cuidados é a sinalização das tonalidades de cinza em mapas, gráficos e outros suportes.
Privilegiamos hachuras, referência numérica ou letras, pois um descuido na calibragem da
20
A diagramação é o elemento “invisível” da página. Ela se enuncia por cores e espaços vazios, brancos, tamanhos
de tipos, linhas divisórias. É importante entender que distribuição, posicionamentos e dimensões da imagem, da
tabela, do gráfico exercem impacto no leitor e servem como balizadores da interpretação (Camargo, 2008).
21
Entendemos “modelo” como padrão gráfico fixado pelo DEE que servirá para construir outros tipos idênticos.
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impressora pode causar ilegibilidade, invalidando o item. Nossos instrumentos são impressos
em papel produzido a partir do bagaço de cana-de-açúcar e isso traz uma série de benefícios:
esse papel utiliza menos água do que o papel pardo reciclado, conforme informa o Centro
Universitário de Viçosa
22
. Além disso, sua coloração não é tão alva, resultando baixo reflexo e
menor cansaço visual durante a leitura, bons resultados em provas objetivas que se estendem
por cinco horas.
Outra ação da diagramação, de forma exemplificativa, é atribuir qualidade tipográfica
que tenha ritmo, homogeneidade textual (Bringhurst, 2005). Isso é obtido por meio de um
espacejamento adequado na fixação de um template. Esse procedimento elimina do instrumento
inúmeros obstáculos que o estudante poderia enfrentar, como a poluição visual ou até a
deformação de tipos, seja na forma condensada ou expandida.
A impressão é sob demanda. Isso acontece pelo número de disciplinas em cada ano ou
série. Por este motivo, inclusive, todos os instrumentos são 1x1, ou seja, impressos em preto no
anverso e no verso. Essa opção evita problemas diversos que a prova colorida pode nos trazer,
como exemplos: máquina desregulada, presença de alunos com distúrbio sensorial visual, não
diagnosticado, como daltonismo, hiperfoco presente em transtornos, etc.
A planilha de impressão não prevê sobra de avaliações, se não aquelas para registro na
secretaria ou eventual cópia, se necessário. Todas as avaliações são envelopadas, separadas por
disciplina, ano ou série, com etiqueta quantidade atualizada e demais dados específicos de
cada unidade. Os envelopes são registrados, e a entrega é realizada dois dias antes da avaliação,
mediante protocolo. A partir da data do recebimento das avaliações pela secretaria da unidade,
o SAEsc® deixa de se responsabilizar pela segurança e pelo sigilo do instrumento, que passa a
ser de inteira responsabilidade da unidade escolar.
Todos os instrumentos trazem orientações para a aplicação, de instruções de rotina, a
início e término de cada avaliação. Os dias de aplicação são definidos pelas diretorias e
validados pelas coordenações e professores constantes do Calendário unificado. É importante
ratificar que essas datas e a ordem de aplicação não devem ser modificadas pelas unidades sob
pena de macular a base da unificação, como a questão do sigilo do instrumento.
22
Disponível em: https://www.univicosa.com.br/uninoticias/acervo. Acesso em: 26 set 2023.
Katia Verginia PANSANI e Mônica Piccione Gomes RIOS
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Os requisitos do Departamento Editorial Escolar DEE
Os três requisitos essenciais do DEE são traduzidos da seguinte forma: (i) normalização
do Mapa dos instrumentos de avaliação, (ii) planificação do Quadro Descritivo (QD) extraído
do currículo da escola referenciado à BNCC
23
, e (iii) ordenação do Calendário das atividades
que envolvem os instrumentos de avaliação, arranjados a partir do calendário escolar, seja ele
criado por uma escola ou unificado, se oriundo de diversas escolas.
Calendário SAEsc®
Quanto ao Calendário, sua construção tornou-se um “trabalho de ourives”, por duas
razões:
I. O DEE acolheu outras escolas do mesmo grupo educacional e, portanto, precisou se
organizar dentro de uma estrutura única em matéria de avaliação oficial. A partir de 2013, e ao
longo dos anos, novas escolas foram entrando no Sistema. Dessa forma, a unificação foi
tornando o Calendário um documento desafiador.
Os Calendários unificados de cada segmento da escola se aprimoraram, ano após ano,
até que no planejamento, iniciado em setembro de 2022, para vigência em 2023, o DEE
conseguiu autorização dos gestores para elaborar um Calendário do DEE/SAEsc® a partir do
Calendário escolar unificado, o que tornou nossas práticas mais visíveis, mais acessíveis, com
a transparência que sempre desejamos.
Cabe anotar que esse Calendário unificado da escola é construído de forma coletiva
pelos diretores de cada escola. Ele nasce do Calendário engendrado pela Direção-geral
pedagógica. No final do ano letivo, dá-se o início do Calendário SAEsc®, finalizado com o
Calendário escolar em janeiro. Fechadas as datas das avaliações, não há mais modificações. O
Calendário escolar poderá sofrer alterações em outras datas no curso do ano letivo, exceto
naquelas referentes às datas de aplicação dos instrumentos de aprendizagem.
II. A periodicidade adotada pelas escolas do grupo é bimestral
24
, e isso exige um
exercício orquestrado e contínuo de tempo para a gestão e para o DEE, o que nos obrigou a uma
23
Base Nacional Comum Curricular, instituída pela Resolução do CNE/CP n. 2 de 2017 e seu Anexo. Este
documento é de caráter normativo e define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais, como
direito das crianças, jovens e adultos, no âmbito da Educação Básica escolar, e orienta sua implementação pelos
sistemas de ensino das diferentes instâncias federativas, bem como pelas instituições ou redes escolares (art. 1º,
caput).
24
Para o DEE seria ideal a periodicidade trimestral, pois assim teríamos mais tempo para colher informações com
maior rigor reflexivo entre um instrumento e outro.
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prática otimizada de tarefas para cumprimento dos prazos de aplicação dos instrumentos
avaliativos, sobretudo considerando o período de análise dos resultados e a consequente tomada
de decisões de gestores e docentes.
Geralmente, as ações presentes no Calendário iniciam-se em janeiro, com datas de
reuniões para definir particularidades do ano de entrada. Em seguida, apresenta o período de
Avaliação Aberta, tratada mais adiante, que é sempre a segunda atividade para compor o Ciclo
avaliativo, posto que a primeira, do bimestre, é a elaboração do QD, fechado em novembro
do ano anterior
25
. É de se observar que o 1º bimestre é um período bastante agitado dentro da
escola, porque todas as acomodações e imprevisibilidades aparecem, em maior número, nesse
momento. Outro ponto importante, na perspectiva de professores, e que pode ser oficializado
pela gestão do grupo, é a prova de entrada para os alunos novos, com uma abordagem dos
requisitos essenciais para o ano ou série que irão cursar, obviamente sem cômputo de nota. Esse
dado comporá o histórico inicial do aluno, ou seja, é mais um elemento que dará início ao
alinhamento da documentação do estudante que irá se formar a partir da entrada.
O prazo de entrega das RCAs é figurado logo após a Avaliação Aberta; em seguida é
divulgado o roteiro de estudos e, dois dias após, o roteiro oficial é publicado. Para finalizar, é
dado o prazo de entrega dos originais das RCs, depois abre-se o prazo do QD do 2º bimestre e,
assim, o Calendário continua. Duas ou três semanas antes das RCAs, os relatórios de resultados
das POs são divulgados. Após a conclusão das RCAs, temos o período de retomada e, então,
fecha-se o ciclo.
O Calendário, observando prazos e datas, também sofre com surpresas, porque há
algumas ações que perdem elasticidade dentro dos prazos predeterminados, como é o caso do
bimestre, muito curto e denso, o que, por vezes, obriga-nos a acolher mudanças repentinas
externas à escola.
Entendemos a escola como um organismo multicultural no sentido dado por
Boaventura Santos
26
. Quando esse organismo trabalha de forma unificada, a escola torna-se o
lugar em que os acontecimentos gestam realidades altamente complexas e exigentes. Ou seja:
no que diz respeito à criação de processos e procedimentos, estes se tornam imprescindíveis.
25
As POs do bimestre são produzidas pelos professores logo depois da entrega do QD do bimestre, em
novembro, para que seja produzido durante o mês de janeiro e aplicado em meados de fevereiro. Essa prática não
é a mais bem indicada pelo SAEsc®, todavia é aquela exequível hoje (2023).
26
Em que o multiculturalismo se “assenta fundamentalmente numa política, numa tensão dinâmica, mas complexa,
entre a política de igualdade e a política da diferença [...] parte do pressuposto de que as culturas são todas elas
diferenciadas internamente e, portanto, é tão importante reconhecer as culturas umas entre as outras, como
reconhecer diversidade dentro de cada cultura e permitir que dentro da cultura haja resistência, haja diferença
(2001, p. 21).
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As ações são de natureza flexível, consoante alguns limites de cunho de exequibilidade e, por
isso, podemos dizer que essa flexibilidade deve ser compreendida como uma “flexibilidade
consciente”, o que significa que a escola não deve agir por interesse próprio, mas por interesse,
inclusive, da diversidade que a unificação permite ver. O reconhecimento das diferenças pode
ser genuíno a partir do momento em que elas se reúnem em comum acordo, constituindo deste
diálogo uma amálgama transformadora, uma essencialidade única (Santos, 2003).
Mapa de avaliação do SAEsc®
O primeiro documento elaborado no DEE foi o Mapa de Avaliação, que, embora
baseado em modelos anteriores, não mais atendia aos novos interesses voltados para a
transformação. Assim, o documento passou a ter um formato padronizado, permitindo
flexibilidade consciente e ajustando-se aos estudos contínuos e inacabados da equipe
pedagógica para a qual o DEE foi instituído.
Esse documento registra, de forma geral, os seguintes pontos: (i) o tipo de material de
ensino; (ii) o segmento; (iii) a disciplina; (iv) o grau de dificuldade (GD)
27
; (v) a pontuação
mínima e máxima por item; (vi) o número de itens e subitens; (vii) a estrutura de cada
instrumento avaliativo; (viii) o tempo máximo e mínimo de permanência para cada tipo de
documento; (ix) as observações específicas, como o número diferenciado de itens em uma
disciplina específica, o design diferenciado (por exemplo, na disciplina de idiomas, onde se
pode ter inglês dividido em partes); e (x) a composição de notas de cada grupo ou unidade.
Ele apresenta o resultado das análises pedagógicas contínuas realizadas pela gestão e
pelos docentes. Por exemplo, no ano, utiliza-se a diagramação em uma única coluna; no
ano, a diagramação é feita em duas colunas, mantendo o número de itens; no 8º ano, o número
de itens é aumentado, mas mantém-se o período de quatro dias para aplicação; e no ano, o
número de itens permanece o mesmo, porém a aplicação é realizada em um único dia.
O Mapa também gerencia os dias de aplicação. um esforço para manter as mesmas
disciplinas dos diversos segmentos nos mesmos dias, a fim de otimizar as tarefas e aumentar a
segurança e eficiência na produção. No entanto, esse esforço pode enfrentar desafios
pedagógicos, e, nesse caso, a prioridade é dada ao aspecto pedagógico, desde que não
27
O grau de dificuldade ou índice de dificuldade do item indica a proporção de porcentagem dos alunos que
responderam à um item de prova corretamente” (Russell; Airasian, 2014, p. 360), para nós ele sinaliza o quanto o
professor-elaborador conhece do universo para o qual contribui na construção do item. Quanto mais entrosado com os
pares, maior será sua capacidade de análise e ponderação. O gestor percebe esse quadro em um dos relatórios finais que
produzimos, em que há um quadro comparativo do GD definido e aquele mostrado pela realidade dada após a aplicação.
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inviabilize a execução do trabalho.
O tempo de aplicação varia, mas, em geral, segue um nimo médio de três minutos por
item de Prova Objetiva (PO) e de dez minutos por item de Relatório de Competência Avaliativa
(RCA), o que requer duas aulas de 50 minutos para cada disciplina de RCA. O tempo mínimo
ou a extensão do tempo são administrados pelos gestores. Para os simulados no Ensino Médio
(EM), o tempo mínimo de permanência em sala é de três horas e o máximo é de cinco horas.
Além disso, o Mapa detalha a composição de notas de cada grupo, unificando as informações
de forma detalhada.
Quadro Descritivo do QD/SAEsc®
Outro documento que se mostrou necessário foi o Quadro de Diagnóstico (QD), produto
de um insight da equipe de revisão. O primeiro QD a ser elaborado foi para o Ensino
Fundamental II (EFII), em 2017. Este documento foi desenvolvido com base no conteúdo e nos
objetivos de aprendizagem estabelecidos pelos professores, sob a supervisão das respectivas
coordenações de segmento, com o intuito de planejar cada instrumento avaliativo aplicado pela
escola.
Durante a elaboração do QD, surgiram algumas dificuldades. Para compreendê-las, foi
necessário examinar as práticas diárias dos professores para entender melhor as dificuldades
encontradas. Para possibilitar essa tarefa, foi escolhido o Ensino Fundamental I (EFI) para a
aplicação de um projeto piloto. A partir disso, foram criados espaços de diálogo que
contribuíram para que a escola se consolidasse como um ambiente de aprendizagem.
Como ressalta Canário (1998), a escola é um local onde os professores desenvolvem
suas competências profissionais. Porém é preciso ter atenção “afirmar que os professores
aprendem a sua profissão nas escolas não deve ser confundido com a ideia segundo a qual os
professores só aprenderiam a sua profissão nas escolas” (1998, p. 9). Cabe ainda ressaltar que
a chave para a produção de mudanças (simultâneas) ao nível dos professores
e ao nível das escolas passa, então, a residir na reinvenção de novos modos de
socialização profissional o que constitui o fundamento mais sólido para
encarar como uma prioridade estratégica o desenvolvimento de modalidades
de formação “centradas na escola” (Canário, 1998, p. 10).
Conforme a realidade da escola e durante as atividades diárias, foi criado um espaço de
diálogo centrado no instrumento avaliativo, desde sua elaboração até a intervenção e revisão no
segmento do Ensino Fundamental I (EFI). Este espaço busca inspiração em Paulo Freire, que
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ensina que o diálogo deve ser uma relação de colaboração entre as partes, sem hierarquização
ou supremacia de um sobre o outro.
O Quadro de Diagnóstico (QD) é desenvolvido com o objetivo de ser formativo,
ajudando os professores a compreender o conteúdo, os objetivos e as habilidades envolvidas.
Anteriormente, havia dificuldades em fazer com que os professores distinguissem essas três
dimensões. Atualmente (2023), os professores têm apresentado materiais com essas
especificações de forma clara, com a motivação adicional proporcionada pela Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Este enfoque permite que os docentes exerçam maior autonomia,
refletindo uma mudança significativa nas salas de aula, que, por sua vez, proporciona mais
confiança e segurança nas práticas docentes. O QD é uma referência construída
colaborativamente, embora muitos não percebam diretamente, apenas sintam o funcionamento
da engrenagem.
É importante reconhecer que cada sujeito tem a capacidade de transformação, embora
exista um tempo necessário para a maturação do entendimento. Por isso, o SAEsc® oferece
ações, como a Avaliação Aberta, para remover obstáculos que dificultam esse processo de
deslocamento.
Além disso, o QD é um documento em constante evolução. Cada vez que é revisitado,
ele se modifica, refletindo mudanças nas ideias e nas práticas. Não são apenas os dias do
calendário que mudam, mas também os sujeitos que compõem a escola e as relações entre eles.
Esse dinamismo cria uma nova atmosfera e os movimentos gerados pelas ações e omissões
nunca se esgotam. Esse processo de mudança contínua promove o crescimento e a criação de
conhecimento por meio das interações.
Espaços de diálogo proporcionados pelo SAEsc®
Os espaços de diálogo proporcionados pelo SAEsc® configuram-se como um
diferencial significativo, contribuindo substancialmente para o exercício da docência,
especialmente no que concerne à avaliação de aprendizagem.
No esforço de articulação entre o DEE, a gestão escolar e o setor pedagógico, busca-se
fortalecer a participação e a autonomia necessárias para o desenvolvimento do trabalho escolar
dentro de uma perspectiva democrática, garantindo voz nos processos decisórios.
O que movimenta a escola é o aspecto pedagógico. Essa afirmação remete ao
pensamento de Libâneo:
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A autonomia das escolas depende de uma reconfiguração das práticas de
gestão e dos processos de tomada de decisões. As formas de administração
estão, ainda, carregadas de práticas autoritárias, centralizadoras. Mas, ao
serem criticadas essas práticas, foi perdido o entendimento de que a gestão
implicava modos de fazer e agir e não apenas ações políticas. Ou seja, foi
perdido o equilíbrio entre o lado político e o lado técnico das práticas de
gestão. A participação de todos os membros da escola nos processos
decisórios não exclui a necessidade de planejar, de administrar, de coordenar
o trabalho das pessoas, de fazer o acompanhamento e a avaliação sistemática
do trabalho escolar. Autonomia e participação não podem servir para deixar
as escolas ao abandono, funcionando às cegas. Por essa razão, é fundamental
que a investigação pedagógica se dedique a estudos sobre o tema da gestão
das escolas (Libâneo, 2001, p. 21).
Para que o SAEsc® participe efetivamente da elaboração de um instrumento de
avaliação e assegure que este possua um propósito transformador, é necessário que o
instrumento seja impregnado de um propósito que além da mera excelência funcional. Em
outras palavras, é fundamental compreender que “avaliação é um processo para compartilhar
responsabilidade e não para imputá-la” (Guba; Lincoln, 2011, p. 291).
O objetivo a ser enfatizado é que, sem o processo formativo dentro da escola e sem um
“fazer dialógico” (Freire, 2019b), o SAEsc® pode se tornar um sistema vazio, reduzido a uma
vitrine cujo único propósito é ocultar a falta de efetividade e ampliar a distância das
desigualdades.
1° Momento Espaço de diálogo durante a elaboração do Quadro Descritivo (QD)
O Quadro de Diagnóstico (QD) é um documento fundamental na prática docente.
Através dele, a capacidade do professor para trabalhar coletivamente deve ser manifestada de
maneira clara. O saber docente é plenamente expresso neste documento, uma vez que é nesse
momento que o professor revela sua eticidade, conforme Freire (2019a, p. 19), que define a
eticidade como a “vocação ontológica para Ser Mais”. O QD é, portanto, um documento
formativo, no qual professores experientes devem contribuir com suas vivências e saberes,
participando de forma responsável, por exemplo, ao analisar os materiais de ensino e projetá-
los ao longo do tempo para seu desenvolvimento em cada ano ou série.
Essas são tarefas desafiadoras para os professores que ingressam no Sistema, pois
envolvem planejamento e antecipação de situações que apenas a experiência permite
vislumbrar. Esse processo retira o professor da zona de conforto e da mera reprodução dos
materiais de ensino, estimulando a reflexão sobre suas ações e a realização de escolhas mais
efetivas.
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Em síntese, o QD faz parte do currículo e serve como parâmetro para a elaboração dos
instrumentos avaliativos. Seu conteúdo deve refletir os elementos necessários para a avaliação
e não deve estar além ou aquém do que é estipulado no QD. Assim, a aula deve superar o que
está registrado no QD. Para concluir, é importante destacar que o QD não deve ser utilizado
para que os elaboradores e parceiros deem aula para a prova”. O propósito do SAEsc® é, antes
de tudo, oferecer ao aluno a autonomia para enfrentar qualquer prova, e não apenas a elaborada
por seu próprio professor, conforme enfatiza a Diretora da unidade de origem do Sistema.
2° Momento Espaço de diálogo durante a revisão do instrumento avaliativo
O segundo momento de formação oferecido ao professor ocorre durante o processo de
revisão. Este estágio tem se revelado bastante produtivo, promovendo significativas trocas entre
os professores elaboradores e os revisores.
Os avanços nessa área do Departamento de Educação (DEE) têm sido notáveis.
Observa-se uma melhoria consistente na qualidade dos originais recebidos e uma redução no
volume de intervenções necessárias.
3° Momento Espaço de diálogo durante o momento da realização da Avaliação Aberta
A Avaliação Aberta é o momento em que o professor ou professora elaborador(a) e os
parceiros se reúnem por meio de um canal on-line institucionalizado, com o objetivo de
aprimorar o instrumento avaliativo formal. Durante essa etapa, discutem-se experiências,
abordagens e saberes, promovendo um sentimento de pertencimento.
O Calendário SAEsc® reserva um período, imediatamente após a publicação do Quadro
de Diagnóstico (QD) oficial, para que o elaborador estruture a avaliação e a discuta com os
parceiros antes de finalizá-la e encaminhá-la ao Departamento de Educação (DEE).
Atendendo a solicitações de gestores e professores, foi criado no Forms um instrumento
protocolar denominado Ata da Avaliação Aberta. Esta prática foi implementada no final de
2023 e, portanto, é considerada um projeto-piloto.
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4° Momento Espaço de diálogo após a correção do instrumento de avaliação
A proposta consiste, em colaboração com a coordenação e o professor, em analisar os
escritos dos alunos e desenvolver estratégias efetivas para minimizar as fragilidades
identificadas nos instrumentos avaliativos. O trabalho de retomada é um processo contínuo,
pois as fragilidades não são eliminadas dentro do período estipulado pelo Calendário Escolar.
Considerações finais
Cabe salientar que a abordagem adotada está alinhada às ações do Sistema de Avaliação
Escolar (SAEsc®), objeto deste trabalho. Contudo, é importante observar que a escrita pode
limitar o pensamento, principalmente quando se trata de descrever um processo complexo como
o revelado por esse Sistema, agravado pela necessidade de uma descrição concisa.
Apesar dessas limitações, as considerações finais aqui apresentadas combinam síntese
e desdobramentos, reafirmando que, entre as linhas deste artigo, fica claro que o Sistema se
configura como uma tecnologia essencialmente formativa. Isso se evidencia pelas diversas
oportunidades oferecidas aos professores para compartilharem experiências, seja na produção
do Quadro Descritivo (QD), momento em que elaboradores e parceiros definem conteúdos,
objetivos e habilidades a serem trabalhados ao longo de um período, na elaboração dos
diferentes instrumentos avaliativos (prova objetiva, resposta construída aberta, retomada), ou
na Avaliação Aberta, espaço onde elaboradores e parceiros se encontram para alinhar as
diversas abordagens desenvolvidas ou que poderão ser desenvolvidas na criação do instrumento
avaliativo.
Outro momento importante recomendado pelo Sistema é a produção da grade de
correção para as avaliações de resposta construída. Essas grades devem ser estruturadas pelos
elaboradores e parceiros, considerando o perfil de cada unidade escolar, no início do processo
de correção, visando garantir equidade e transparência. É fundamental reconhecer que o
instrumento formal é apenas um dos elementos e será completado no final do último ciclo
avaliativo. No caso da prova objetiva, o processo envolve a análise dos resultados, uma ação
que deve ser simples, urgente e suficiente para permitir ao gestor e aos docentes tomar decisões
e dar continuidade ao novo ciclo avaliativo.
É amplamente reconhecido que a troca de experiências gera conhecimento e fortalece a
linha de suficiência previamente estabelecida pela instituição, evidenciando seu aumento à
medida que a tríade escolar, gestores, docentes e estudantes, demonstra comprometimento com
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seus respectivos papéis. É importante notar que, embora não se possa ignorar as demandas
administrativas e sociais que concorram com as ações pedagógicas, essa questão pode ser objeto
de discussão em um estudo futuro.
Diante disso, é essencial reiterar as características das ações do SAEsc®, a saber: (a)
organização, (b) regulação e (c) disposição para propor ações formativas por meio dos espaços
de diálogo.
Em síntese, o SAEsc® pode ser considerado uma tecnologia disruptiva, uma vez que
rompe com padrões estabelecidos e é essencialmente formativa. O valor social do SAEsc®
reside justamente na sua prática formativa em serviço.
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Katia Verginia PANSANI e Mônica Piccione Gomes RIOS
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10112 21
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: PROAP/CAPES; PPGE/PUC-Campinas; Profa. Elvira Cristina Martins
Tassoni.
Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil
(CAPES) Código de financiamento 001. Programa de Apoio a Pós-Graduação
PROAP/CAPES. Processo n. 88881846944/2023-01.
Conflitos de interesse: As autoras declaram não haver conflitos de interesse de ordem pessoal,
comercial, acadêmica, institucional, política ou financeira.
Aprovação ética: Por tratar-se de trabalho qualitativo-descritivo, não houve necessidade de
aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Os dados utilizados na confecção deste trabalho estão
referenciados e disponíveis para acesso.
Contribuições das autoras: KVP Escrita, (Revisão e Edição); MPGR Orientação, Escrita
e (Revisão).
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10112 1
SCHOOL EVALUATION SYSTEM: A COLLECTIVE PROJECT AS AN
ALTERNATIVE FOR PROFESSIONAL DEVELOPMENT
1
SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR: UM PROJETO COLETIVO COMO
ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
SISTEMA DE EVALUACIÓN ESCOLAR: UN PROYECTO COLECTIVO COMO
ALTERNATIVA PARA EL DESARROLLO PROFESIONAL
Katia Verginia PANSANI2
e-mail: katiapansani.kp@gmail.com
Mônica Piccione Gomes RIOS3
e-mail: monica.rios@puc-campinas.edu.br
How to reference this paper:
PANSANI, K. V.; RIOS, M. P. G. School evaluation system: a
collective project as an alternative for professional development.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n.
00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10112
| Submitted: 03/10/2023
| Revisions required: 21/02/2024
| Approved: 26/06/2024
| Published: 15/08/2024
Editors:
Prof. Dr. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
This article is an excerpt from the Master’s thesis in Education defended at the Pontifical Catholic University of
Campinas, titled AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR (SAEsc®): CONCEPÇÃO DE
GESTORES E PROFESSORES DE UMA ESCOLA PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS (SP).
2
Pontifical Catholic University of Campinas (PUC-CAMPINAS), Campinas SP Brazil. Master’s in Education
from PUC-Campinas (SP), Law Degree from PUC-Campinas (SP), Director of the School Assessment System
(SAEsc®), Progresso Bilíngue and Lourenço Castanho seals, educational units of the ATMO Educational Group.
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Pontifical Catholic University of Campinas (PUC-CAMPINAS), Campinas SP Brazil. Doctoral degree in
Education from PUC-SP, Master’s in Education from PUC-SP, Specialization in Distance Evaluation from UnB,
Bachelor’s in Pedagogy from Faculdades Senador Fláquer. Faculty member of the Stricto Sensu Graduate
Program in Education and the Undergraduate Programs in Teaching and Pedagogy at PUC-Campinas.
School evaluation system: a collective project as an alternative for professional development
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024007, 2024. e-ISSN: 2236-0441
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ABSTRACT: This text aims to present the School Evaluation System (SAEsc®) from an
evolutionary perspective, from 2012 to 2022. This system started in one private school and was
extended to eleven schools. The initial purpose of SAEsc® was to create feasible operational
strategies for evaluating teaching and learning processes, enabling intervention and recovery
actions. The methodological approach of this text is descriptive, given the flexibility it offers
in translating into words the experiences of ten years of exploratory work and the results
obtained, authorizing a reliable approach to the production of this text. The relevance of
SAEsc® has been revealed in the commitment of the schools that receive it, manifested in
collective work, a systematic willingness to engage in dialogue, and a conscious and continuous
search to improve the quality of teaching and learning processes.
KEYWORDS: Evaluation system. Learning evaluation. Teacher training.
RESUMO: Esse texto tem o objetivo de apresentar o Sistema de Avaliação Escolar (SAEsc®),
em uma perspectiva evolutiva, a partir dos anos de 2012 até o ano de 2022. O referido Sistema
teve início em uma escola privada, estendido para onze escolas. O propósito inicial do
SAEsc® foi a criação de estratégias operacionais de exequibilidade para a elaboração das
avaliações dos processos de ensino e de aprendizagem, viabilizando ações de intervenção e
recuperação. O percurso metodológico do presente texto assume caráter descritivo,
considerando a flexibilidade que oferece ao transpor em palavras, experiências vivenciadas
durante dez anos do trabalho exploratório realizado e os resultados obtidos, autorizando um
recorte confiável na produção desse escrito. A relevância do SAEsc® tem se revelado no
empenho das escolas que o recebem, manifesto na realização do trabalho coletivo, na
disposição sistemática para o diálogo, e na busca consciente e contínua de melhoria da
qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Avaliação. Avaliação de aprendizagem. Formação de
professores.
RESUMEN: El objetivo de este texto es presentar el Sistema de Evaluación Escolar (SAEsc®)
desde una perspectiva evolutiva, desde 2012 hasta 2022. Este sistema comenzó en una escuela
privada y se extendió a once escuelas. El propósito inicial del SAEsc® fue crear estrategias
operativas viables para evaluar los procesos de enseñanza y aprendizaje, posibilitando
acciones de intervención y recuperación. El abordaje metodológico de este texto es descriptivo,
dada la flexibilidad que ofrece para traducir en palabras las experiencias de diez años de
trabajo exploratorio y los resultados obtenidos, autorizando un abordaje confiable para la
producción de este texto. La relevancia del SAEsc® se ha revelado en el compromiso de las
escuelas que lo reciben, manifestado en el trabajo colectivo, en la disposición sistemática al
diálogo y en la búsqueda consciente y continua por mejorar la calidad de los procesos de
enseñanza y aprendizaje.
PALABRAS CLAVE: Sistema de evaluación. Evaluación del aprendizaje. Formación de
profesores.
Katia Verginia PANSANI and Mônica Piccione Gomes RIOS
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Introduction
We will briefly present the trajectory of SAEsc® from the year 2012 to 2022. Based on
the lessons of André and Lüdke (1986, p. 13, our translation), “the collection of descriptive data
[in qualitative research], obtained through the researcher’s direct contact with the studied
situation, emphasizes the process more than the product”. Thus, opting for a descriptive
procedure allows us to present the processes of the experiences gathered over ten years, as an
unfinished portrait of ongoing actions and experiences, open to sharing.
SAEsc® is a system designed to create operational strategies for developing
assessments of teaching and learning processes, enabling intervention and recovery actions.
The journey of the School Assessment System (SAEsc®) began in a private school
4
.
When we arrived at the school unit, the goal was to edit test questions. This is where the embryo
of the system was formed through the editing of assessment instruments. It is not our intention
to describe the details of this reality here; what is important is to state that it required us to
recognize the situation and design strategies, starting with the request for external help from
teachers with expertise beyond their specializations, who also brought experience in assessment
development and, most importantly, had a broad worldview.
The individuals referred to were selected and invited to form a group of teacher-
researchers; they were master’s, doctoral, and postdoctoral researchers. It was crucial that this
choice was made intuitively
5
, as we believe that diversity requires genuine recognition and
collaborative and collective actions, demanding responsible sharing.
We spent three years reviewing the assessment instruments, from Elementary School
(grades 2 to 9) to High School (grades 1 to 3
6
), However, the review itself was ineffective
without some form of teacher participation. It took time to find a way to facilitate dialogue
spaces
7
, which were essential, even if virtual, given the number of teachers in a small group of
readers and the tight deadline for completing the assessment instrument production process.
4
This unit handles all stages of Basic Education, from Early Childhood Education to Secondary Education. In this
work, we will preferably use the term "educational unit".
5
According to Bergson, "intuition primarily means consciousness, but immediate consciousness, a vision scarcely
distinguishable from the object seen, knowledge that is contact or even coincidence" (Abbagnano, 1999, p. 582,
our translation).
6
Nomenclature used by the educational group.
7
For the purposes of this article, we understand space as a formative space in which interaction between
participating individuals is promoted. Regarding the meaning of the term "subject", we follow Lacan: "An
individual is not a subject; an individual is each one of us. A subject is one who transforms through a complex
process that requires consciousness, experimentation, and language" (Ferreira-Lemos, 2011, p. 101 s., our
translation).
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Instead of converging towards the teaching and learning process, time and energy were directed
towards demands expressed in two meanings: competition and resistance.
In 2017, we initiated a protocol. This marked the beginning of dialogue
8
with the
teachers, conducted virtually through comment balloons, between the reader-teachers and the
developer-teachers. This protocol focused on five topics: (i) content, (ii) language
appropriateness, (iii) textual functionality, (iv) layout
9
and (v) procedural actions.
The School Editorial Department DEE/SAEsc®
The DEE/SAEsc® encompasses various macro and microprocesses. In this study, we
will present, in broad terms, the macroprocesses. The dotted lines in Figure 1 represent
processes carried out at specific times due to certain actions. Another important observation is
that many of these processes occur concurrently; thus, Figure 1 serves merely as a planned and
segmented overview of the DEE. The Original Receipt Control (CRO), as shown in Figure 1,
is a document that guides the production to the destination of the original. It indicates the units,
segment, period, academic year, and the dates of receipt and application of the assessments
scheduled in the unified school calendar
10
.
It is also in this process that the study script is extracted from the original submission
form and organized into a spreadsheet to be reviewed by the guidance. On the date specified in
the system and school calendar, the DEE provides the updated script for guidance on carrying
out the necessary publication.
8
According to Freire (2019b, p. 109, our translation), "Dialogue is a meeting of people, mediated by the world, to
articulate it, and therefore does not exhaust itself in the I-thou relationship".
9
It should attend to graphic design, as Bringhurst (2005, p. 23, our translation) states: "Typography exists to honor
its content," meaning that the visual use of wordssuch as their size, shape, and arrangementmust respect the
reader, adhering to its principle of legibility (Bringhurst, 2005).
10
In this text, "unification" is a measure found by the educational units and SAEsc® to facilitate collective work
in a continuous learning effort.
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Figure 1 DEE/SAEsc® Processes
ADMINISTRATIVE
ADMINISTRATIVE
TECHNOLOGY
EDITORIAL
GRAPHIC
PRODUCTION
Registration of formal
assessments in the
Original Receipt
Control (CRO)
Teacher-Developer
Registration
Receiving
Response Card
(CR)
Preparation
Printing
Checking
of the Original
Submission Form
Request or update of
teacher-
Developer data
Reading Data
Revisions I
and II
Handling
Registration of the
original in the SAEsc®
Network
Request or update of
student data
Partial Release
Layout
Transportation
Final Release
Checklist
Release Bulletin
Amendments I
and II
Source: Author's elaboration.
It is important to reaffirm that the outline is linked to the Descriptive Framework (QD)
defined by the teachers and validated by the coordination.
Table 1 General Framework for Identifying Originals
11
Group
Segment
Type of assessment
and period (two-
month period)
Year/Series
Discipline abbreviation
Gn
EFI, EFII,
EM
PO, RCA, RC
(1, 2, 3, 4)
3rd Grade
Elementary
School to
3rd Year of
High School
Bio, Sci, Span, Phil, Phys, Gram, Geo, HG,
Hist, Eng, Lit, Math, Por, PT, Chem, Essay,
Soc.
Source: Author's elaboration.
Table 1 illustrates how documents should be registered and referenced in the SAEsc®
network. The format is specified as G1_EM_PO1_1_Lit, which refers to the Exam
Administered in units using teaching material “X” for Secondary Education. This is an
Objective Test for the 1st bimester, 1st year, in Literature. The Service Order (SO) is designated
11
LEGEND: ELEMENTARY EDUCATION - EARLY YEARS (EFI), ELEMENTARY EDUCATION - FINAL YEARS (EFII),
OBJECTIVE TEST (OT), CONSTRUCTED RESPONSE - OPEN (CRA), CONSTRUCTED RESPONSE (CR). BIOLOGY (BIO),
SCIENCE (SCI), SPANISH (SP), PHILOSOPHY (PHIL), PHYSICS (PHYS), GRAMMAR (GR), GEOGRAPHY (GEO), HISTORY
AND GEOGRAPHY (HG), HISTORY (HIS), ENGLISH (ENG), LITERATURE (LIT), MATHEMATICS (MATH), PORTUGUESE
(POR), TEXT PRODUCTION (TP), CHEMISTRY (CHEM), WRITING (WRI), SOCIOLOGY (SOC).
NOTE 1: ABBREVIATIONS FOLLOW THE PRACTICALITY CRITERION FOR RECORDING IN THE SAESC® NETWORK.
NOTE 2: ALL NOMENCLATURES REFER TO THE USE OF THE SCHOOL THAT ORIGINATED THE SYSTEM.
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as a General Record (GR), with the file name fixed on the right side of the upper margin of the
document, in the area of highest visibility and easy identification. Some individuals prefer to
use the footer for this information.
At the beginning of each year, a list should be requested containing the student’s
registration number (RA), full name, year or grade, and class. From this list, a map is generated
with the number of students, which will be used for preparing grade outputs from the reports
generated by the tests, formulating printing spreadsheets
12
and distributing payments to teachers
and service providers of the DEE.
Figure 2 Cycle of Formal Procedural Assessment
13
Source: Prepared by the author.
SAEsc® produces one Objective Test (OT) per period. Its purpose is to provide a
prognosis for the assessment of open-constructed responses. It is a partial instrument, as it
addresses part of the objectives for the period, "ensuring that teachers and coordination receive
12
These allocations should only be made if the DEE is part of a network. It is worth noting that we record all the
costs and expenses of the System through the Zero-Based Budget (ZBB), that is, everything is spread out by DEE
sector, presented in a manner allocated by school and by student. In short, it allows for complete alignment with
the budget management and strategic planning of the educational group.
13
The school period adopted for the purposes of this work is the bimonthly one. LEGEND: History School
history, entrance exam without scores, plus student records. RCA Open-ended constructed response of a long
nature. RC Closed or open-ended constructed response of a short or long nature.
Diagnosis
Analysis of
results
Prognosis
Resumption
Partial analysis
of the evaluation
process
Diagnosis
Analysis of
results
Prognosis
Forecast Start of
period
HISTORY OBJECTIVE
TEST
RCA*
EVALUATIO
N
RC* RE-
TAKE
EVALUATIO
N
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preliminary feedback on students' performance, allowing sufficient time to review content and
skills that may still appear to be weak" (Martins, 2020, p. 37, our translation).
This OT has a specific structure for each year of EFII (Final Years of Elementary
Education) and for each grade of EM (Secondary Education). The model follows a progressive
format, as outlined in the Assessment Map, both in the composition of the items and in its
objectives. The tests for Secondary Education are designed similarly to a mixed mock exam, to
familiarize students with the formats of selection items from the main entrance exams in the
country. However, the objectives remain aligned with the QD (Qualitative Descriptor)
developed by the teachers and the published study guide.
Regarding the OT, SAEsc® develops a parallel process that begins with the completion
of partial exams (in EFII) and mock exams (in EM), and the receipt of the answer sheets from
each unit, with a date defined in the SAEsc® Calendar. This process updates the list of students
for each unit, reads the answer sheets, processes the data, and releases first-order reports,
making the data available to the administration to produce other relevant data. This process is
expedited so that coordinators and teachers can work with the results, and within the timeframe
provided in the SAEsc® Calendar, the final reports and organized, cleaned data are released for
the appropriate analysis.
While this entire process is being carried out, another team prepares and reviews the
open-constructed response assessments. The structure of the item must encompass, through
content, objectives, and skills, some specified in the QD (Qualitative Descriptor) and others
implicit, as they stem from the formative structures of repertoire that the school builds, as well
as any other relationships established within and beyond the school’s walls. All these realities
are part of what may compose the intricate task of contextualizing the item. These actions fulfill
a collective effort. This is why we say that the SAEsc® assessment is not of ONE, but of ALL.
We invest in the formative gains that arise from the interactions among teachers from diverse
backgrounds, continuously learning and teaching through an exchange of experiences. The
greater the willingness to exchange, the stronger the group’s cohesion, which can (and should)
constitute a cohesive area. From there, we create a unique assessment tool, the result of
teachers’ knowledge, designed to challenge students who are committed to learning to learn”
14
,
as only in this way can both the assessed and the assessor engage in self-assessment
14
To learn in the sense of acquiring knowledge or skills through study and practice. To learn in the sense of
understanding, assimilating and knowing how to use acquired knowledge or skills. Available at:
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/. Accessed on: 7 May 2023.
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consciously, not just in a rationalized and adapted manner. This is effective, and the teacher
reinforces their ability to understand the origin of the difficulties that may arise during
corrections.
The role of preparation is to customize the instrument, but not only that,
It primarily serves to provide homogeneity, practicality, and coherence to the
production. The [DEE] follows, in an unsystematic way, the Brazilian
Association of Technical Standards (ABNT), but also allows itself to create
its own rules
15
, in a very particular and specific space (Temple, 2020, p. 88,
our translation) [which is the space of SAEsc® assessment instruments].
Figure 3 presents a comment bubble of the "general model" type
16
.
The idea of the bubble is to initiate what will serve as the principle of dialogue. This
task requires focus, calmness, and respect for the thoughts of the teacher-developer. This
consideration is essential because the actions of the reviewer
17
may compromise the content
created by the teacher-developer and undermine the entire effort of a work that should be as
close as possible to its true expression. The attitude of the reviewer should be one of
responsibility and humility.
Figure 3 General and Protocol Comment Bubble
G1_EFI_RCA1_1_Dis
Comments Balloon
Institutional email of the balloon issuer
Evaluation Map -
Descriptive Table (QD) Study Guide
Item Description
Observation
Content (Concept/Update)
Language adequacy
Textual functionality
Observation
Response from the
Coordination
Response from the
Teacher-Educator
Source: Prepared by the author.
15
The DEE rules serve as security keys.
16
“General model” because it does not correspond ipsis litteris (as written) to the document. This would be the
initial idealized bubble, but over time, it has improved, and the characteristics of each issuer have been respected.
It is only important to confirm the importance of these bubbles being prepared with extreme respect according to
the established script.
17
The reference to the role of the proofreader can be confused with that of the pedagogical advisor, the technical
content proofreader, or the language proofreader. All of them use the comment bubble, each with their objectives,
depending on the nature of the role they occupy, but always respecting the basic protocol.
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There is a text by Luis Fernando Verissimo (quite characteristic for illustrating the
power of the reviewer
18
) titled "Beware of Revizors"and yes, it's with a "z".
The importance of technical or language review, according to Temple (2020), is
singular: to adapt the text to its purpose. For this, interaction between the teacher-developer and
the reviewer is necessary. Temple concludes:
The interaction can take place considering several aspects, such as: (a)
Behavior: both the teacher-developer and the reviewer need to approach the
task with an open mind; (b) Strategy: both parties should seek, without
embarrassment, to identify anything that may discredit [the instrument],
considering primarily the discipline, year, format, [context], and the student;
(c) Principles: responsibility in handling [the instrument], respect for the
competencies of each party, magnanimity to recognize one's own limitations
and mistakes, and honesty and transparency in academic and personal
conduct. It is worth humbly remembering that, in this boat, both will always
have a common enemy: "the mistake that passed unnoticed by everyone"
(Temple, 2020, p. 42-43, our translation).
It is also important to mention that the existence of a technical review does not absolve
the teacher-developer and other teachers from the responsibility of studying. Furthermore, as
Freire teaches, it is the Educator’s duty to immerse themselves and act according to the
“universal ethics” (2019a, p. 17, our translation). This is a commitment for every Educator. The
technical reviewer represents an additional, sharp, and updated perspective, often because they are
within or close to research institutions.
The designation G1_EFI_RCA1_3_Dis (to the left of the bubble) is the document’s
registration in our system, as previously mentioned (it is its General Record). It indicates that the
document belongs to group 1, which uses teaching material “X”, is to be applied in Elementary
Education - Early Years (EFI), is of the open constructed response type, for the first bimester, 3rd
year, discipline “Y.
It is important to clarify that this is the general comment bubble, as specific bubbles
may appear below it with direct, communicative comments, such as "suggestions" or
"adjustments made".
18
“There is a historical example of what careless – or ill-intentioned proofreading can do. One of the editions of
the Authorized Version of the Bible, published in England at the instigation of King James I in the 17th century,
became known as the ‘Bad Bible’ because the injunction ‘Thou shalt not commit adultery’ was printed without
the ‘not’ due to a printing error. No one knows whether the number of adulteries among English-speaking
Christians increased as a result of this unexpected biblical sanction, until the error was discovered, or whether the
proofreader and the printer were thrown into a bonfire together, but the fact proves that not even the word of God
is free from the power of proofreaders” (Verissimo, 1995, p. 36-37, our translation).
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It is crucial to understand that layout
19
, as Zullo and Zullo (2020) indicate, is another
important aspect for the item to achieve its objectives. A disorganized, cluttered text can often
lead students to make mistakes. The goal is always to seek clarity, objectivity, and simplicity.
Each type of instrument has a model (template)
20
. What lends respectability to the
assessment instrument is its ability to achieve its objectives, consistent with its structure. One
of the precautions is the use of gray shades in maps, charts, and other materials. We prefer to
use hatching, numerical references, or letters, as a printer calibration mishap can cause
illegibility, invalidating the item. Our instruments are printed on paper made from sugarcane
bagasse, which offers several benefits: this paper uses less water than recycled brown paper,
according to the Viçosa University Center
21
. Additionally, its color is not as white, resulting in
lower glare and less visual fatigue during reading, which is beneficial for objective tests that
last up to five hours.
Another aspect of layout, for example, is to provide typographical quality that has
rhythm and textual homogeneity (Bringhurst, 2005). This is achieved through proper spacing
when setting a template. This procedure removes numerous obstacles that students might
encounter, such as visual clutter or even type distortion, whether in condensed or expanded
form.
Printing is on demand, which happens because of the number of subjects in each year
or grade. For this reason, all instruments are 1x1, that is, printed in black on both the front and
back. This option avoids various issues that color printing might cause, such as: uncalibrated
machines, the presence of students with undiagnosed visual sensory disorders like color
blindness, hyperfocus present in certain disorders, etc.
The print schedule does not account for surplus assessments, except for those needed
for record-keeping in the office or potential copies if necessary. All assessments are enveloped,
separated by subject, year, or grade, with a label indicating the updated quantity and other
specific details for each unit. The envelopes are documented, and delivery is made two days
before the assessment, with a signed receipt. From the date the assessments are received by the
unit’s office, SAEsc® is no longer responsible for the security and confidentiality of the
instrument, which becomes the sole responsibility of the school unit.
19
The layout is the “invisible” element of the page. It is expressed through colors and empty spaces, white spaces,
type sizes, and dividing lines. It is important to understand that the distribution, positioning, and dimensions of the
image, table, and graph have an impact on the reader and serve as guidelines for interpretation (Camargo, 2008).
20
We understand “model” as a graphic standard established by the DEE that will be used to construct other
identical types.
21
Available at: https://www.univicosa.com.br/uninoticias/acervo. Accessed on: 26 Sept. 2023.
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All instruments include instructions for administration, covering routine procedures and
the start and end of each assessment. The days of administration are determined by the directors
and validated by the coordinators and teachers as outlined in the unified Calendar. It is
important to emphasize that these dates and the order of administration must not be altered by
the units, under penalty of compromising the integrity of the unification process, particularly
regarding the confidentiality of the instrument.
Requirements of the School Editorial Department (DEE)
The three essential requirements of the DEE are translated as follows: (i) standardization
of the Assessment Instruments Map, (ii) planning of the Descriptive Framework (QD) extracted
from the school's curriculum referenced to the BNCC
22
, and (iii) organization of the Calendar
of activities involving assessment instruments, arranged based on the school calendar, whether
created by a single school or unified across multiple schools.
SAEsc® Calendar
Regarding the Calendar, its development has become a "meticulous task" for two
reasons:
I. The DEE has incorporated other schools within the same educational group and,
therefore, had to organize itself within a unified structure for official assessments. Starting in
2013, and over the years, new schools joined the System. Consequently, the unification made
the Calendar a challenging document.
The unified Calendars for each segment of the school improved year after year, until in
the planning process initiated in September 2022 for implementation in 2023, the DEE obtained
authorization from the administrators to create a DEE/SAEsc® Calendar based on the unified
school Calendar, which made our practices more visible, more accessible, and with the
transparency we always desired.
It should be noted that this unified school Calendar is collectively constructed by the
directors of each school. It originates from the Calendar devised by the General Pedagogical
Administration. At the end of the academic year, the SAEsc® Calendar begins, and it is
22
National Common Curricular Base, established by CNE/CP Resolution No. 2 of 2017 and its Annex. This
document is of a normative nature and defines the organic and progressive set of essential learning, as a right of
children, youth, and adults, within the scope of Basic School Education, and guides its implementation by the
education systems of the different federative instances, as well as by school institutions or networks (art. 1, caput).
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finalized with the school Calendar in January. Once the assessment dates are set, no further
changes are made. The school Calendar may undergo changes during the academic year on
other dates, except for those related to the application dates of the learning instruments.
II. The periodicity adopted by the schools in the group is bimonthly
23
, which requires a
coordinated and continuous effort in time management for both the administration and the DEE,
compelling us to optimize our task execution to meet the deadlines for administering assessment
instruments, especially considering the period of result analysis and the subsequent decision-
making process by administrators and teachers.
Typically, the actions outlined in the Calendar commence in January, with scheduled
meetings to define the specific details for the upcoming year. Following this, the Open
Assessment period is introduced, which is always the second activity in the assessment cycle,
since the first, for the 1st bimester, is the creation of the QD (Descriptive Framework), finalized
in November of the previous year
24
. It is worth noting that the 1st bimester is a hectic period
within the school, as most adjustments and unforeseen circumstances tend to arise during this
time. Another critical point, from the teachers' perspective, which the group's management can
formalize, is the entry exam for new students. This exam assesses the essential requirements
for the year or grade they will be entering, though it is not graded. This data will form part of
the student's initial academic record, serving as an additional element that initiates the
documentation process for the student's educational journey from the point of entry.
The deadline for submitting the Open Response Assessments (RCAs) is set shortly after
the Open Assessment; subsequently, the study guide is released, and two days later, the official
guide is published. Finally, the deadline for submitting the original RCs is established, followed
by the opening of the QD for the 2nd bimester, and thus, the Calendar continues. Two or three
weeks before the RCAs, the result reports for the PO (Partial Assessments) are published. After
the completion of the RCAs, there is a review period, and then the cycle concludes.
The Calendar, despite its adherence to deadlines and dates, is not immune to unexpected
challenges, as some actions lose flexibility within the predetermined timeframes, particularly
in the case of the 1st bimester, which is very short and intense, often requiring us to
accommodate sudden external changes affecting the school.
23
For the DEE, a quarterly periodicity would be ideal, as this would give us more time to collect information with
greater reflective rigor between one instrument and another.
24
The POs for the first two months are produced by teachers right after the delivery of the QD for the first two
months, in November, so that it can be produced during the month of January and applied in mid-February. This
practice is not the best recommended by SAEsc®, but it is feasible today (2023).
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We understand the school as a multicultural organismin the sense defined by
Boaventura Santos
25
. When this organism functions in a unified manner, the school becomes a
place where events generate highly complex and demanding realities. In other words, the
creation of processes and procedures becomes indispensable. These actions are inherently
flexible, within certain limits of feasibility, and for this reason, we can say that this flexibility
must be understood as a "conscious flexibility", meaning that the school should not act in its
own interest but rather in the interest of the diversity that unification allows us to recognize.
The recognition of differences can be genuine when they are brought together in mutual
agreement, forming from this dialogue a transformative amalgam, a unique essence (Santos,
2003).
SAEsc® Assessment Map
The first document created by the DEE was the Assessment Map, which, although based
on previous models, no longer met the new interests focused on transformation. Therefore, the
document was standardized, allowing for conscious flexibility and adjusting to the continuous
and unfinished studies of the pedagogical team for which the DEE was established.
This document generally records the following points: (i) the type of teaching material;
(ii) the educational segment; (iii) the subject; (iv) the degree of difficulty (GD); (v) the
minimum and maximum score per item; (vi) the number of items and sub-items; (vii) the
structure of each assessment instrument; (viii) the maximum and minimum time allowed for
each type of document; (ix) specific observations, such as a differentiated number of items in a
specific subject or unique design (e.g., in language subjects, where English may be divided into
parts); and (x) the composition of grades for each group or unit.
It presents the results of continuous pedagogical analyses conducted by management
and faculty. For example, in the 6th grade, a single-column layout is used; in the 7th grade, a
two-column layout is employed while maintaining the same number of items; in the 8th grade,
the number of items is increased, but the four-day application period is maintained; and in the
9th grade, the number of items remains the same, but the application is conducted in a single
day.
25
Which multiculturalism is “fundamentally based on a policy, on a dynamic but complex tension between the
policy of equality and the policy of difference [...] it is based on the assumption that cultures are all internally
differentiated and, therefore, it is as important to recognize cultures among themselves as it is to recognize diversity
within each culture and allow for resistance and difference within the culture” (2001, p. 21, our translation).
School evaluation system: a collective project as an alternative for professional development
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The Map also manages the application days. There is an effort to maintain the same
subjects across various segments on the same days, aiming to optimize tasks and increase
security and efficiency in production. However, this effort may face pedagogical challenges, in
which case, priority is given to the pedagogical aspect, provided it does not render the execution
of the work unfeasible.
The application time varies, but generally follows an average minimum of three minutes
per Objective Test (PO) item and ten minutes per Evaluative Competence Report (RCA) item,
which requires two 50-minute class periods for each RCA subject. The administrators manage
the minimum time or extension of time. For high school mock exams (EM), the minimum time
spent in the classroom is three hours, with a maximum of five hours. Additionally, the Map
details the composition of grades for each group, unifying the information in a comprehensive
manner.
Descriptive Framework of the QD/SAEsc®
Another document that proved necessary was the Diagnostic Framework (QD), a
product of an insight from the review team. The first QD to be developed was for Middle School
(EFII) in 2017. This document was created based on the content and learning objectives
established by the teachers, under the supervision of the respective segment coordinators, with
the aim of planning each assessment instrument administered by the school.
During the development of the QD, several challenges emerged. To comprehend these,
it was necessary to examine the daily practices of the teachers to better understand the
difficulties encountered. To facilitate this task, a pilot project was implemented in Elementary
School (EFI). From this, dialogue spaces were created, contributing to the consolidation of the
school as a learning environment.
As Canário (1998) emphasizes, the school is a place where teachers develop their
professional competencies. However, it is important to note that “stating that teachers learn
their profession in schools should not be confused with the idea that teachers would only learn
their profession in schools” (1998, p. 9, our translation). It is also worth noting that:
The key to producing (simultaneous) changes at the level of teachers and at
the level of schools lies in the reinvention of new modes of professional
socialization, which forms the most solid foundation for considering school-
centered training modalities as a strategic priority (Canário, 1998, p. 10, our
translation).
Katia Verginia PANSANI and Mônica Piccione Gomes RIOS
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In line with the school’s reality and during daily activities, a dialogue space centered on
the assessment instrument was created, from its development to intervention and revision in the
Elementary School (EFI) segment. This space draws inspiration from Paulo Freire, who teaches
that dialogue should be a collaborative relationship between the parties, without hierarchy or
the supremacy of one over the other.
The Diagnostic Framework (QD) is developed with the aim of being formative, helping
teachers to understand the content, objectives, and skills involved. Previously, there were
difficulties in getting teachers to distinguish between these three dimensions. Currently (2023),
teachers are clearly presenting materials with these specifications, further motivated by the
National Common Curricular Base (BNCC). This approach allows teachers to exercise greater
autonomy, reflecting a significant shift in classrooms, which, in turn, provides more confidence
and security in teaching practices. The QD is a collaboratively constructed reference, although
many may not directly perceive it, they feel the system’s functioning.
It is important to recognize that each individual has the capacity for transformation,
although there is a necessary time for the maturation of understanding. Therefore, SAEsc®
offers initiatives such as the Open Assessment to remove obstacles that hinder this process of
change.
Moreover, the QD is a document that is constantly evolving. Every time it is revisited,
it changes, reflecting shifts in ideas and practices. Not only do the calendar days change, but so
do the individuals who make up the school and the relationships between them. This dynamism
creates a new atmosphere, and the movements generated by actions and omissions are never
exhausted. This continuous process of change fosters growth and the creation of knowledge
through interactions.
Dialogue Spaces Provided by SAEsc®
The dialogue spaces provided by SAEsc® represent a significant differentiator,
substantially contributing to the practice of teaching, particularly concerning the assessment of
learning.
In the effort to coordinate between the DEE, school management, and the pedagogical
sector, the aim is to strengthen the necessary participation and autonomy for the development
of school work within a democratic perspective, ensuring a voice in decision-making processes.
School evaluation system: a collective project as an alternative for professional development
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What drives the school is the pedagogical aspect. This statement echoes Libâneo's
thought:
The autonomy of schools depends on a reconfiguration of management
practices and decision-making processes. The forms of administration are still
laden with authoritarian and centralizing practices. However, in critiquing
these practices, the understanding that management involved ways of doing
and acting, rather than merely political actions, was lost. In other words, the
balance between the political and technical sides of management practices was
lost. The participation of all school members in decision-making processes
does not exclude the need to plan, manage, coordinate the work of individuals,
and systematically monitor and evaluate school work. Autonomy and
participation cannot be used to leave schools abandoned and operating blindly.
For this reason, it is essential that pedagogical research focuses on studies
concerning school management (Libâneo, 2001, p. 21, our translation).
For SAEsc® to effectively participate in the development of an assessment instrument
and ensure that it has a transformative purpose, it is necessary for the instrument to be imbued
with a purpose that goes beyond mere functional excellence. In other words, it is essential to
understand that "assessment is a process for sharing responsibility, not for assigning it" (Guba;
Lincoln, 2011, p. 291, our translation).
The goal to be emphasized is that, without formative processes within the school and
without a "dialogic approach" (Freire, 2019b), SAEsc® may become an empty system, reduced
to a showcase whose sole purpose is to conceal a lack of effectiveness and widen the gap of
inequalities.
1st Phase Dialogue Space During the Preparation of the Diagnostic Framework (QD)
The Diagnostic Framework (QD) is a fundamental document in teaching practice.
Through it, the teacher's capacity to work collectively should be clearly manifested. Teaching
knowledge is fully expressed in this document, as it is at this moment that the teacher reveals
their etic, as defined by Freire (2019a, p. 19, our translation), who describes etic as the
"ontological vocation to Be More." Therefore, the QD is a formative document in which
experienced teachers should contribute their experiences and knowledge, participating
responsibly, for example, by analyzing teaching materials and planning their development over
time for each year or grade.
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These are challenging tasks for teachers entering the System, as they involve planning
and anticipating situations that only experience can reveal. This process removes teachers from
their comfort zones and the mere reproduction of teaching materials, encouraging reflection on
their actions and making more effective choices.
In summary, the Diagnostic Framework (QD) is part of the curriculum and serves as a
parameter for the development of assessment instruments. Its content must reflect the elements
necessary for evaluation and should neither exceed nor fall short of what is stipulated in the
QD. Thus, the lesson should go beyond what is recorded in the QD. Finally, it is important to
emphasize that the QD should not be used by developers and partners to "teach to the test." The
purpose of SAEsc® is, above all, to provide students with the autonomy to face any test, not
just the one created by their teacher, as emphasized by the Director of the System's originating
unit.
2nd Phase Dialogue Space During the Review of the Assessment Instrument
The second phase of training offered to teachers occurs during the review process. This
stage has proven to be quite productive, fostering significant exchanges between the document
developers and the reviewers.
Advancements in this area of the Department of Education (DEE) have been notable.
There is a consistent improvement in the quality of the submitted drafts and a reduction in the
volume of necessary interventions.
3rd Phase Dialogue Space During the Implementation of the Open Assessment
The Open Assessment is the moment when the developing teacher and partners meet
through an institutionalized online channel to refine the formal assessment instrument. During
this stage, experiences, approaches, and knowledge are discussed, promoting a sense of
belonging.
The SAEsc® Calendar allocates a period, immediately after the publication of the
official Diagnostic Framework (QD), for the developer to structure the assessment and discuss
it with partners before finalizing and submitting it to the Department of Education (DEE).
In response to requests from managers and teachers, a procedural tool named the Open
Assessment Minutes has been created in Forms. This practice was implemented at the end of
2023 and is therefore considered a pilot project.
School evaluation system: a collective project as an alternative for professional development
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4th Phase Dialogue Space After the Correction of the Assessment Instrument
The proposal involves, in collaboration with the coordination team and the teacher,
analyzing students' written work and developing effective strategies to address the weaknesses
identified in the assessment instruments. This review process is ongoing, as weaknesses are not
eliminated within the period stipulated by the School Calendar.
Final considerations
It is important to highlight that the approach adopted aligns with the actions of the
School Assessment System (SAEsc®), the subject of this work. However, it is essential to note
that writing can limit thought, especially when describing a complex process such as that
revealed by this System, compounded by the need for a concise description.
Despite these limitations, the final considerations presented here combine synthesis and
developments, reaffirming that, between the lines of this article, the System is clearly
configured as an essentially formative technology. This is evidenced by the various
opportunities provided to teachers to share experiences, whether in the production of the
Diagnostic Framework (QD), where developers and partners define content, objectives, and
skills to be addressed over a period, in the development of various assessment instruments
(objective tests, constructed responses, review), or in the Open Assessment, where developers
and partners meet to align the various approaches developed or to be developed in creating the
assessment instrument.
Another critical moment recommended by the System is the creation of grading rubrics
for constructed response assessments. These rubrics should be structured by developers and
partners, taking into account the profile of each school unit, at the beginning of the correction
process, to ensure fairness and transparency. It is essential to recognize that the formal
instrument is just one of the elements and will be completed at the end of the last assessment
cycle. In the case of objective tests, the process involves analyzing the results, a task that should
be straightforward, urgent, and sufficient to allow managers and teachers to make decisions and
continue with the new assessment cycle.
It is widely recognized that exchanging experiences generates knowledge and
strengthens the previously established sufficiency line by the institution, demonstrating its
increase as the school triadmanagers, teachers, and studentsshows commitment to their
respective roles. It is important to note that, while administrative and social demands competing
Katia Verginia PANSANI and Mônica Piccione Gomes RIOS
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with pedagogical actions cannot be ignored, this issue may be the subject of future study.
In light of this, it is essential to reiterate the characteristics of the SAEsc® actions,
namely: (a) organization, (b) regulation, and (c) willingness to propose formative actions
through dialogue spaces.
In summary, SAEsc® can be considered a disruptive technology, as it breaks with
established standards and is fundamentally formative. The social value of SAEsc® lies
precisely in its formative practice in service.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: PROAP/CAPES; PPGE/PUC-Campinas; Prof. Elvira Cristina Martins
Tassoni.
Funding: Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel Brazil (CAPES)
Funding Code 001. Graduate Support Program PROAP/CAPES. Process No.
88881846944/2023-01.
Conflicts of interest: The authors declare that there are no personal, commercial, academic,
institutional, political, or financial conflicts of interest.
Ethical approval: As this is a qualitative-descriptive study, there was no need for approval by
an Ethics Committee in Research.
Availability of data and material: The data used in the preparation of this work are referenced
and available for access.
Author contributions: KVP Writing, (Revision and Editing); MPGR Guidance, Writing,
and (Revision).
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.