Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033 1
DIÁLOGOS E REFLEXÕES FUNDAMENTADAS NA TEORIA CRÍTICA DA
TECNOLOGIA DE FEENBERG: ABORDAGENS PARA O ENSINO
TECNOLÓGICO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
DIÁLOGOS Y REFLEXIONES A LA LUZ DE LA TEORÍA CRÍTICA DE LA
TECNOLOGÍA DE FEENBERG: APROXIMACIONES A LA ENSEÑANZA
TECNOLÓGICA Y A LA EDUCACIÓN AMBIENTAL
DIALOGUES AND REFLECTIONS BASED ON FEENBERG'S CRITICAL THEORY
OF TECHNOLOGY: APPROACHES TO TECHNOLOGICAL TEACHING AND
ENVIRONMENTAL EDUCATION
Márcio Silveira NASCIMENTO1
e-mail: marciosn.geo@gmail.com
Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA2
e-mail: prof.acsouza@gmail.com
Como referenciar este artigo:
NASCIMENTO, M. S.; SOUZA, A. C. R. Diálogos e reflexões
fundamentadas na teoria crítica da tecnologia de Feenberg:
Abordagens para o ensino tecnológico e educação ambiental.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n.
00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033
| Submetido em: 05/09/2023
| Revisões requeridas em: 17/10/2023
| Aprovado em: 10/11/2023
| Publicado em: 30/12/2023
Editores:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Manaus AM Brasil. Programa de Pós-Graduação em Ensino
Tecnológico. Doutorando em Ensino Tecnológico (IFAM).
2
Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Manaus AM Brasil. Programa de Pós-Graduação em Ensino
Tecnológico. Doutora em História Social (PUC-SP).
Diálogos e reflexões fundamentadas na teoria crítica da tecnologia de Feenberg: Abordagens para o ensino tecnológico e educação
ambiental
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033 2
RESUMO: No cenário contemporâneo, em que avanços tecnológicos e questões ambientais se
entrelaçam, uma urgência em explorar a relação entre ensino tecnológico e educação
ambiental. As reflexões da Teoria Crítica da Tecnologia de Andrew Feenberg se destacam como
ferramentas para compreender as implicações desse encontro. Ao examinar as interações entre
tecnologia, sociedade e natureza, essa abordagem oferece uma visão crítica para analisar como
o ensino das tecnologias pode promover uma conscientização ética e formar cidadãos capazes
de enfrentar os desafios ambientais. Este estudo utiliza pesquisa bibliográfica interpretativa
para explorar as reflexões dessa convergência, destacando a importância de perspectivas críticas
no ensino tecnológico para uma abordagem mais sustentável. As conclusões ressaltam a
interconexão complexa entre tecnologia e meio ambiente, enfatizando que as decisões
tecnológicas têm repercussões profundas no ecossistema, sendo decisivo compreender essa
relação para lidar com as problemáticas ambientais.
PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade. Ciência. Tecnologia. Ensino Tecnológico. Educação
Ambiental.
RESUMEN: En el escenario contemporáneo, en el que los avances tecnológicos y las
cuestiones ambientales se entrelazan, existe la urgencia de explorar la relación entre la
enseñanza tecnológica y la educación ambiental. Las reflexiones sobre la Teoría Crítica de la
Tecnología de Andrew Feenberg se destacan como herramientas para comprender las
implicaciones de este encuentro. Al examinar las interacciones entre tecnología, sociedad y
naturaleza, este enfoque ofrece una visión crítica para analizar cómo la enseñanza de
tecnologías puede promover una conciencia ética y formar ciudadanos capaces de enfrentar
los desafíos ambientales. Este estudio utiliza una investigación bibliográfica interpretativa
para explorar reflexiones sobre esta convergencia, destacando la importancia de perspectivas
críticas en la educación tecnológica para un enfoque más sostenible. Las conclusiones
destacan la compleja interconexión entre la tecnología y el medio ambiente, enfatizando que
las decisiones tecnológicas tienen profundas repercusiones en el ecosistema, y es esencial
comprender esta relación para hacer frente a los problemas ambientales.
PALABRAS CLAVE: Sostenibilidad. Ciencia. Tecnología. Educación Tecnológica.
Educación ambiental.
ABSTRACT: In the contemporary scenario, in which technological advances and
environmental issues intertwine, there is an urgency to explore the relationship between
technological teaching and environmental education. The reflections on Andrew Feenberg's
Critical Theory of Technology stand out as tools for understanding the implications of this
encounter. By examining the interactions between technology, society, and nature, this
approach offers a critical view of how the teaching of technologies can promote ethical
awareness and make citizens capable of facing environmental challenges. This study uses
interpretative bibliographic research to explore reflections on this convergence, highlighting
the importance of critical perspectives in technological education for a more sustainable
approach. The conclusions highlight the complex interconnection between technology and the
environment, emphasizing that technological decisions have profound repercussions on the
ecosystem, and it is essential to understand this relationship to deal with environmental
problems.
KEYWORDS: Sustainability. Science. Technology. Technological Education. Environmental
education.
Márcio Silveira NASCIMENTO e Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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Introdução
A relação entre o ser humano e o meio ambiente sempre resultou em impactos
significativos. O entrelaçamento da ciência, técnica e tecnologia com a exploração dos recursos
naturais e a intervenção humana no ambiente atingiu proporções que requerem uma análise
profunda. Muitas dessas ações excederam os limites do uso sustentável dos recursos, criando
perigos e ameaças à vida no nosso planeta. Duas perspectivas principais emergem: uma que
enxerga a tecnologia como um mal necessário e outra que reconhece na educação ambiental um
espaço vital para debates críticos e reflexivos que promovam uma compreensão ética do meio
ambiente.
Uma questão essencial que se coloca é se a tecnologia pode desempenhar um papel
benéfico na preservação do meio ambiente. Nesse sentido, a educação tecnológica emerge como
uma esperança, preparando professores e alunos para criar e aplicar novos conhecimentos de
forma produtiva, ajustando-os e integrando-os ao novo contexto social que nos cerca. Este é um
caminho para a conscientização ecológica.
Em última análise, é imperativo reconhecer a intrincada complexidade das relações
entre ser humano, sociedade e natureza. A busca por um equilíbrio entre o progresso
tecnológico e a conservação ambiental deve ser informada por uma compreensão holística das
interconexões em jogo.
Nesse sentido, Andrew Feenberg, estudioso da Filosofia da Tecnologia, se revela como
um autor que ofereceu perspectivas para essa discussão. Durante os anos 1960, Feenberg foi
um dos seguidores de Herbert Marcuse nos Estados Unidos, e Marcuse, por sua vez, estudou
sob a tutela de Martin Heidegger na Universidade de Friburgo, na Alemanha. Para Feenberg,
esses dois pensadores desempenham um papel fundamental como as raízes mais antigas de seu
próprio pensamento, com Marcuse mantendo uma posição de destaque nesse contexto. No
entanto, Feenberg reconhece que sua teoria está enraizada na tradição da crítica social da Escola
de Frankfurt, incluindo seus desenvolvimentos subsequentes liderados por Habermas
(FEENBERG, 2005a).
A proposta de A. Feenberg se materializa na sua concepção da tecnologia e na Teoria
Crítica da Tecnologia por ele formulada. Através dessa teoria, a tecnologia é abordada como
uma ambivalência que oscila entre sua dimensão funcional e sua dimensão social.
Diante desse contexto, o propósito deste artigo é explorar a Teoria Crítica da Tecnologia
de Feenberg como uma abordagem para examinar a conexão entre ensino tecnológico e
educação ambiental. Feenberg (2004) postula que a tecnologia não se constitui como um
Diálogos e reflexões fundamentadas na teoria crítica da tecnologia de Feenberg: Abordagens para o ensino tecnológico e educação
ambiental
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determinante absoluto do progresso social, mas sim como uma construção social moldável e
sujeita a transformações por meio da intervenção humana. Nesse sentido, incorporar a educação
ambiental no âmbito do ensino tecnológico adquire uma relevância primordial, uma vez que a
tecnologia desempenha um papel fundamental na configuração de nossa interação com o meio
ambiente. Através de uma análise crítica das tecnologias existentes, é possível discernir como
elas repercutem sobre o ambiente natural e buscar alternativas que se pautem pela
sustentabilidade.
Procedimentos Metodológicos
Este estudo adota o método de pesquisa bibliográfica interpretativa, o qual envolve uma
análise reflexiva de fontes bibliográficas pertinentes para compreender as complexidades e
nuances do tema em discussão. Stumpf (2011) percebe que a pesquisa bibliográfica culmina na
produção de um texto sistematizado, abordando a literatura examinada pelo pesquisador e
dando voz tanto às ideias dos autores pesquisados quanto às perspectivas do próprio
investigador.
A pesquisa bibliográfica vai além da geração de novos conhecimentos, promovendo a
imersão em um campo específico e tornando-se um dos principais veículos de atualização e
desenvolvimento intelectual do pesquisador, conforme afirmam Lakatos e Marconi (2003). Por
dessa pesquisa, busca-se reunir e analisar uma ampla gama de fontes, incluindo livros, artigos
acadêmicos e documentos relacionados à Teoria Crítica da Tecnologia de Feenberg, ensino
tecnológico, educação ambiental, inovação e sustentabilidade. A análise interpretativa vai além
da coleta de informações, explorando conexões, tendências e implicações subjacentes presentes
nas obras selecionadas.
Boccato (2006) destaca que a pesquisa bibliográfica tem como objetivo o levantamento
e a crítica dos documentos publicados sobre o tema investigado, visando atualizar e aprimorar
o conhecimento, contribuindo assim de maneira efetiva para o desenvolvimento da pesquisa.
Ao utilizar este método, a pesquisa busca não entender os conceitos essenciais da Teoria
Crítica da Tecnologia, conforme descrito por Feenberg (2004), mas também interpretar suas
repercussões no ensino tecnológico e na educação ambiental. A pesquisa bibliográfica
interpretativa possibilita uma visão mais abrangente e enriquecedora do assunto, contribuindo
para a construção de uma compreensão sólida e fundamentada das abordagens propostas.
Márcio Silveira NASCIMENTO e Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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Intersecções entre Ciência, Tecnologia e Sociedade: explorando relações complexas
A interligação entre sociedade e tecnologia é tão intrínseca quanto indispensável,
constituindo um elo indissociável que molda e é moldado mutuamente. Essa conexão complexa,
embora necessária, também revela uma contingência marcante. No entanto, merece destaque o
fato de que, dentro dessa interação, a tecnologia frequentemente emerge em uma posição de
protagonismo, assumindo uma perspectiva determinista. Isso é claramente explicado como uma
teoria social que argumenta não apenas pela importância física e biológica da tecnologia, mas
também pelo seu papel nas relações humanas e práticas sociais (MACKENZIE; WAJCMAN,
1999).
A constatação de que a sociedade e a tecnologia são interdependentes é fundamental
para compreender a dinâmica contemporânea. A tecnologia não é apenas uma ferramenta neutra
que a sociedade utiliza; é, na verdade, um componente inseparável que influencia as maneiras
pelas quais interagimos, comunicamos, trabalhamos e vivemos. A tecnologia molda nossa
cultura, valores e comportamentos, e, por sua vez, é influenciada pelas necessidades e desejos
da sociedade.
No entanto, essa relação não é unidirecional. A tecnologia também pode ser percebida
como um fator que influencia e até determina a organização social e os padrões de vida. A visão
determinista da tecnologia sugere que seu desenvolvimento e adoção podem direcionar
mudanças em vários aspectos da sociedade, desde a economia até as estruturas de poder.
Mackenzie e Wajcman (1999) ressaltam a dimensão teórica dessa relação complexa.
Sua abordagem argumenta que a tecnologia não é apenas um conjunto de ferramentas físicas,
mas também desempenha um papel significativo na configuração das interações sociais e das
práticas diárias. Essa perspectiva amplia a compreensão da tecnologia como algo mais do que
objetos físicos, reconhecendo seu impacto nas interações humanas, nas normas culturais e nas
dinâmicas sociais.
Segundo Baumgarten (2006), a tecnologia pode ser descrita de maneira genérica como
uma atividade socialmente coordenada, fundamentada em planos e de natureza
primordialmente prática. Portanto, a tecnologia engloba conjuntos de conhecimentos e
informações empregados na criação de produtos e serviços derivados de diversas fontes, como
descobertas científicas e inovações, adquiridas por meio de variados métodos e alinhadas com
metas específicas e fins práticos. Similar a qualquer criação humana, é fundamental abordar a
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tecnologia considerando seu enraizamento nas relações sociais e em seu progresso histórico
(BAUMGARTEN, 2006).
Em relação à definição abrangente de tecnologia, esta concepção a considera como um
empreendimento profundamente entrelaçado com a sociedade, sendo conduzido por planos
deliberados e objetivos práticos. A noção de que a tecnologia consiste em conhecimentos e
informações aplicados na produção de bens e serviços reflete sua natureza aplicada e sua
relevância para a vida cotidiana. A ênfase na contextualização social e histórica ressalta que a
tecnologia não é isolada, mas sim moldada por fatores sociais, econômicos e culturais em
evolução ao longo do tempo. Essa perspectiva ampla oferece um entendimento mais abrangente
de como a tecnologia é uma força que transcende o aspecto técnico e está entrelaçada com a
experiência humana em várias dimensões.
A afirmação de que não existe sociedade sem tecnologia e vice-versa é uma lembrança
constante da intrincada relação entre esses dois elementos. A visão determinista da tecnologia,
ao destacar sua influência nas práticas sociais, destaca a relevância de compreender não apenas
o desenvolvimento tecnológico em si, mas também como ele molda e é moldado pela sociedade.
Isso enfatiza a importância de uma abordagem interdisciplinar que integre as dimensões sociais
e tecnológicas para uma compreensão mais completa do nosso mundo em constante evolução.
A abordagem de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) engloba a análise das
interações complexas entre ciência, tecnologia e sociedade, configurando um domínio que se
destina tanto à pesquisa acadêmica quanto às formulações de políticas públicas. Esse campo
tem suas raízes em novas correntes investigativas na filosofia e sociologia, focalizando a
compreensão da interconexão entre ciência, tecnologia e sociedade (BAZZO et al., 2000).
Quanto a ciência, Kuhn (2013) propôs que a compreensão do que constitui a ciência
requer uma reavaliação dos aspectos dinâmicos da disciplina, originando uma mudança
revolucionária na abordagem do problema a partir de uma análise histórica real da ciência. O
autor também argumentou que o avanço científico ocorre em saltos, não seguindo uma
progressão linear, visto que a ciência experimenta fases de estabilidade, denominadas de
ciência normal, bem como períodos de revoluções científicas”, nos quais emergem
paradigmas alternativos.
A perspectiva de ciência, tecnologia e sociedade reconhece que a ciência e a tecnologia
não existem em um vácuo isolado, mas são intrinsecamente moldadas e influenciadas pelas
dinâmicas sociais, econômicas e culturais. Essa abordagem examina como as decisões
científicas e tecnológicas afetam as vidas das pessoas e as comunidades, bem como os valores
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e as necessidades da sociedade influenciam a direção da pesquisa científica e o
desenvolvimento tecnológico.
De acordo com Pinto (2005), a compreensão do caráter social da tecnologia conduz a
uma percepção da tecnologia como uma realização humana que está profundamente imbuída
de dimensões sociais. Feenberg (2005b) também corrobora essa visão, ressaltando que esse
aspecto social da tecnologia não é inerente à sua lógica interna de funcionamento, mas sim à
maneira como essa lógica interage com um contexto social.
A ideia expressa nessa afirmação é que a tecnologia não é um fenômeno isolado,
operando de forma independente do ambiente em que está inserida. Em vez disso, ela é
influenciada e influência o contexto social em que é desenvolvida e utilizada. As decisões
tecnológicas não são puramente técnicas, elas refletem valores, interesses e poderes presentes
na sociedade.
Echeverría (2003), oferece uma definição abrangente de tecnologia, caracterizando uma
realização tecnológica ou aplicação como um conjunto de ações regulamentadas, de cunho
industrial e vinculadas à ciência. Estas ações são executadas por agentes específicos, que fazem
uso de instrumentos para atingir seus objetivos. Essa ação é orientada de maneira intencional
para a transformação de outros sistemas, com o propósito de alcançar resultados de valor, ao
mesmo tempo que se busca evitar quaisquer consequências negativas ou riscos indesejados
(ECHEVERRÍA, 2003, p. 58). A definição de Echeverria sublinha a intrincada e propositada
natureza da tecnologia, ao mesmo tempo que destaca seu impacto multifacetado nas diferentes
esferas da sociedade.
Arocena (2004) amplia essa perspectiva, enfatizando que a tecnologia tem
desempenhado um papel importante ao multiplicar e qualitativamente transformar o poder de
produzir e destruir, de curar e causar danos, de enriquecer a cultura humana e gerar riscos para
a vida. Esse poder, juntamente com seus potenciais perigos, não está uniformemente distribuído
social e regionalmente, apresentando uma disparidade marcante.
Essa desigualdade na distribuição do poder vinculado à tecnologia é aprofundada por
Arocena (2004), ao evidenciar que esse poder tem se concentrado nas mãos de um grupo restrito
de indivíduos. Esse aspecto é crucial para compreendermos como a ciência e a tecnologia,
apesar de seu potencial transformador e benéfico, também podem ser fonte de desigualdades e
desequilíbrios no âmbito social.
Ressalta-se a importância de considerar não apenas os benefícios, mas também as
consequências e as distribuições desiguais de poder que a tecnologia pode trazer. Isso nos
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lembra que a reflexão sobre ciência e tecnologia deve abranger não apenas o progresso em si,
mas também os impactos sociais e éticos que emanam de seu uso e desenvolvimento.
Ao compreender a interconexão entre ciência, tecnologia e sociedade, a perspectiva CTS
promove uma visão mais ampla e contextualizada da inovação e do avanço tecnológico. Isso
viabiliza a análise crítica das ramificações éticas, sociais, econômicas e ambientais das escolhas
relacionadas à ciência e à tecnologia. Além disso, ela ressalta a importância de envolver o
público e diversos atores sociais no processo de decisão que envolve questões tecnológicas e
científicas.
Bazzo (1998) destaca que é inquestionável a contribuição que a ciência e a tecnologia
têm oferecido nos últimos anos. No entanto, é fundamental não depositar excessiva confiança
nelas, a ponto de nos tornarmos insensíveis devido à comodidade diária proporcionada por seus
dispositivos e equipamentos técnicos. Essa atitude pode ser perigosa, visto que, nesse
entorpecimento que a fascinação pela modernidade tecnológica nos induz, corremos o risco de
negligenciar que a ciência e a tecnologia incorporam aspectos sociais, éticos e políticos.
Nesse contexto, a abordagem CTS desempenha um papel essencial ao reconhecer que a
ciência e a tecnologia são atividades inseridas na sociedade, e que a compreensão de suas
interações com o contexto social é fundamental para uma avaliação abrangente e responsável
do impacto da inovação tecnológica em nossas vidas.
Teoria Crítica da Tecnologia de Feenberg: fundamentos e princípios
A seleção de tecnologias é frequentemente justificada pela sua eficiência técnica,
fundamentando-se na lógica da racionalidade instrumental e sendo considerada um indicador
de sucesso. No entanto, segundo a perspectiva de Feenberg (2005b), a eficiência técnica não é
o fator determinante nesse processo decisório. Ele argumenta que as escolhas tecnológicas são
profundamente influenciadas por questões sociais. Nesse contexto, diferentes conjuntos de
valores orientam as escolhas, gerando uma variedade de opções viáveis que competem entre si.
A abordagem de Feenberg (2004) destaca a natureza complexa e multifacetada do
processo de seleção tecnológica, questionando a primazia da eficiência cnica como único
critério. Suas ideias ressoam com a noção de que a tecnologia não é apenas um produto da
ciência e da engenharia, mas também é moldada por valores culturais, interesses políticos e
dinâmicas sociais.
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A consideração de valores distintos no processo de seleção de tecnologias enfatiza a
importância de levar em conta não apenas a sua funcionalidade técnica, mas também os
impactos sociais, éticos e ambientais que elas podem acarretar. O argumento de Feenberg nos
convida a questionar como as tecnologias são escolhidas, quem influencia essas escolhas e quais
são as implicações mais amplas de tais decisões.
A Teoria Crítica da Tecnologia de Feenberg (2004) é uma abordagem que busca
entender a relação entre tecnologia, sociedade e cultura, analisando como as decisões
tecnológicas moldam e são moldadas por valores humanos, estruturas sociais e contextos
culturais. Algumas das principais ideias presentes nessa teoria incluem:
Tecnologia como construção social: Feenberg argumenta que a tecnologia não é um
objeto neutro ou uma força externa, mas sim um produto da ação humana e das escolhas
sociais. Ela é moldada por decisões que refletem interesses e valores, e por isso pode ser
transformada através da intervenção humana (FEENBERG, 2004).
Neutralidade tecnológica é um mito: a noção de que a tecnologia é neutra ou imparcial é
rejeitada pela Teoria Crítica da Tecnologia. Feenberg argumenta que as tecnologias
incorporam decisões sobre como elas funcionam, para quem são projetadas e como são
usadas. Essas decisões não são isentas de valores e têm implicações sociais
(FEENBERG, 2004). A Teoria Crítica da Tecnologia é marcada por sua ausência de
neutralidade, uma vez que ela incorpora os valores que estão intrínsecos à sua criação e
é sujeita ao controle humano, estando submissa aos seus interesses (DAGNINO, 2007).
Política da tecnologia: Feenberg propõe que as tecnologias sejam vistas como arenas
políticas onde diferentes grupos e interesses lutam por influência. A forma como as
tecnologias são projetadas, implementadas e usadas reflete relações de poder e tomadas
de decisão políticas (FEENBERG, 2004).
Participação pública: a Teoria Crítica da Tecnologia ressalta a significância da
participação pública nas determinações tecnológicas. Feenberg sustenta que aqueles
impactados por uma tecnologia devem ser incluídos nas escolhas que moldam seu
desenvolvimento e aplicação, visando ampliar a responsabilidade e a justiça
(FEENBERG, 2004). Contudo, a configuração da tecnologia pode inadvertidamente
perpetuar um sistema que privilegia um pequeno grupo em detrimento da maioria
(FEENBERG, 2006).
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Dimensões sociais e éticas: a análise tecnológica deve considerar não apenas os aspectos
técnicos, mas também as dimensões sociais e éticas. Isso envolve avaliar os impactos
culturais, econômicos, políticos e ambientais das tecnologias (FEENBERG, 2004).
Construção de alternativas: a Teoria Crítica da Tecnologia defende a ideia de que é
possível construir tecnologias alternativas que atendam a valores e objetivos diferentes.
Isso implica em reimaginar e reformular tecnologias para que elas atendam a
necessidades humanas e sociais de maneira mais apropriada (FEENBERG, 2004).
Conscientização tecnológica: a teoria incentiva a conscientização sobre as influências
ocultas nas tecnologias e como elas moldam nossas vidas. Isso envolve uma educação
que capacita as pessoas a entenderem as complexidades e implicações das tecnologias
que utilizam (FEENBERG, 2004).
No geral, a Teoria Crítica da Tecnologia de Feenberg oferece uma perspectiva crítica e
socialmente engajada sobre a relação entre humanos e tecnologia, buscando promover a
compreensão, a responsabilidade e a capacitação para moldar o desenvolvimento tecnológico
de maneira mais alinhada com valores humanos e necessidades sociais.
A relação entre o social e o técnico é caracterizada por uma interdependência recíproca,
um vínculo que o enfoque técnico convencional não conseguiu reconhecer (Latour, 2002). O
autor aponta para a ideia de que a inovação não ocorre isoladamente, mas sim dentro de um
contexto mais amplo, que envolve fatores sociais, culturais e tecnológicos. O agente inovador
não pode simplesmente introduzir uma nova tecnologia sem considerar como ela se encaixa e
é influenciada pelo ambiente em que será implementada.
Sugere-se que a relação entre o social e o cnico é mais complexa do que o pensamento
tradicional tendia a assumir, ressaltando a necessidade de uma abordagem mais abrangente para
entender como a tecnologia e a sociedade interagem de maneira mútua. Isso destaca a
importância de considerar as implicações sociais e culturais ao se realizar inovações
tecnológicas.
É essencial destacar que a humanidade está atualmente dotada de um nível sem
precedentes de conhecimento, tecnologia, criatividade e recursos. No entanto, para garantir um
aproveitamento justo desses elementos por todos, é necessário introduzir novos conceitos e
valores que incentivem a colaboração coletiva. Este processo demanda uma revisão do nosso
paradigma de desenvolvimento tecnológico, juntamente com o compromisso ético de reafirmar
valores como igualdade, equidade e solidariedade no contexto econômico (SACHS, 2008).
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A Teoria Crítica da Tecnologia, desenvolvida por Feenberg (2004), argumenta que em
qualquer situação em que as interações sociais sejam mediadas pela tecnologia moderna, é
possível implementar controles mais democráticos e reconfigurar a tecnologia para incorporar
uma maior diversidade de conhecimentos especializados e iniciativas (FEENBERG, 2004, p.
2-3).
A proposição da teoria de Feenberg incorpora uma abordagem de natureza crítica para
a apreensão da conexão entre tecnologia, sociedade e meio ambiente. Feenberg (2004) defende
que a tecnologia não é inerentemente neutra; ao contrário, é modelada por valores humanos, o
que a torna suscetível a reconfiguração e adaptação. Ele sublinha a relevância de contemplar a
dimensão ética e social da tecnologia, enfatizando como as escolhas tecnológicas geram
impactos tanto diretos quanto indiretos na sustentabilidade ambiental.
Na prática, uma reflexão essencial abrange a conscientização acerca dos efeitos
ambientais das tecnologias empregadas. Um exemplo ilustrativo é a produção e descarte de
dispositivos eletrônicos, capazes de gerar quantidades substanciais de resíduos e contribuir para
a poluição do meio ambiente. Nesse contexto, destaca-se a importância de fomentar práticas de
consumo responsável e promover a reciclagem e a reutilização desses equipamentos.
Feenberg, (2004) ao apresentar sua crítica à tecnologia, salienta que sua análise não é
fundamentalmente ontológica, embora seja influenciada pela crítica ontológica de Herbert
Marcuse, com quem teve a oportunidade de estudar. Seu enfoque estende as investigações
realizadas pela Escola de Frankfurt, buscando reestruturar a concepção de socialismo por meio
de uma perspectiva filosófica profundamente radical sobre a tecnologia (CUPANI, 2004).
Essas ideias nos levam a entender a complexidade da abordagem adotada pelo autor.
Sua análise não se limita apenas à tecnologia, mas também incorpora a influência de destacados
pensadores, como Marx e neomarxistas como Marcuse, Habermas, Hawls e Adorno, entre
outros. Isso demonstra a ampla gama de influências que moldaram sua crítica à tecnologia e
evidência como sua perspectiva está enraizada em um contexto abrangente de pensamento
crítico.
É relevante enfatizar a maneira como o autor aborda sua crítica à tecnologia, destacando
sua conexão com as análises realizadas pela Escola de Frankfurt. Sua perspectiva é enraizada
em uma profunda filosofia da tecnologia e é influenciada por diversas correntes de pensamento
crítico. Esse aspecto amplifica a complexidade e a profundidade de sua argumentação,
conferindo-lhe uma base sólida e abrangente que transcende os limites de uma análise
superficial.
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Perspectivas da Teoria Crítica da Tecnologia no Âmbito Educacional
A adoção da Teoria Crítica da Tecnologia no âmbito do ensino tecnológico e da
educação ambiental pode se mostrar uma estratégia altamente eficaz para promover uma
abordagem mais consciente e ética em relação à inovação. Isso implica em questionar a suposta
neutralidade da tecnologia, examinar os impactos ambientais das inovações e incentivar a
participação pública nas decisões tecnológicas.
Ao abordar a Teoria Crítica da Tecnologia no ensino tecnológico, os estudantes não
apenas adquirem competências técnicas, mas também se tornam conscientes dos aspectos
sociais, culturais e éticos que permeiam o desenvolvimento e aplicação das tecnologias. Isso
lhes permite serem participantes ativos na tomada de decisões relacionadas à tecnologia,
compreendendo como suas escolhas podem influenciar a sociedade e o meio ambiente.
Na educação ambiental, a Teoria Crítica da Tecnologia se encaixa de forma intrínseca.
Ao examinar os vínculos entre tecnologia, sociedade e meio ambiente, os alunos são
incentivados a refletir sobre como as inovações tecnológicas afetam a sustentabilidade e a saúde
do planeta. Eles aprendem a analisar as implicações das suas decisões tecnológicas no contexto
mais amplo das preocupações ambientais e a buscar soluções que promovam a harmonia entre
o avanço tecnológico e a preservação ambiental.
Na visão dos educadores, mesmo não sendo um consenso absoluto, a defesa pela
reestruturação do currículo e da abordagem metodológica se destaca como uma demanda clara
em direção a uma educação voltada para a cidadania. Isso implica na adoção de uma perspectiva
crítica sobre as interações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade (LEDERMAN, 1992).
A inserção da Educação Ambiental nas discussões de Ciência, Tecnologia e Sociedade
amplia a abordagem crítica, abrangendo não apenas as dimensões sociais e tecnológicas, mas
também os impactos no meio ambiente. Compreender como as ações humanas, muitas vezes
mediadas pela tecnologia, influenciam os ecossistemas e a sustentabilidade é essencial para a
formação de cidadãos responsáveis e conscientes.
A reorganização curricular e metodológica sob essa perspectiva visa capacitar os alunos
não apenas a compreenderem as interconexões complexas entre ciência, tecnologia, sociedade
e meio ambiente, mas também a avaliarem criticamente os desafios éticos, ambientais e
culturais decorrentes dessas interações. Dessa forma, a educação para a cidadania se estende
para além das esferas individuais e sociais, incorporando uma preocupação mais ampla com o
futuro sustentável do planeta.
Márcio Silveira NASCIMENTO e Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033 13
A iniciativa de introduzir a discussão sobre as interações entre ciência, tecnologia e
sociedade no contexto educacional tem sido disseminada por meio dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), inserindo-se no âmbito da Educação Tecnológica. Essa abordagem não se
restringe à mera criação de objetos, mas busca também promover a compreensão da origem e
propósito desses objetos, bem como dos conceitos subjacentes à sociedade contemporânea.
A temática das interações entre ciência, tecnologia e sociedade está incorporada na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos eixos temáticos que atravessam toda a
Educação Básica no Brasil. A BNCC reconhece a necessidade de compreender as intricadas
relações entre esses três elementos e enfatiza a importância de capacitar os alunos para analisar
de maneira crítica os impactos sociais, éticos, econômicos e ambientais da ciência e tecnologia
em suas vidas e na sociedade como um todo.
A inclusão dessa temática na BNCC reflete uma abordagem educacional
contemporânea, que transcende a mera transmissão de conhecimentos técnicos e busca
desenvolver habilidades de análise, interpretação e reflexão crítica. O objetivo é formar
cidadãos informados e capazes de tomar decisões embasadas diante dos desafios e dilemas
decorrentes das contínuas inovações científicas e tecnológicas.
Nesse contexto, a BNCC propõe uma abordagem transversal das interações entre
ciência, tecnologia e sociedade em diversas disciplinas, como Ciências, Física, Química,
Biologia, Filosofia, Sociologia e outras áreas do conhecimento. Isso permite aos estudantes
compreender como o avanço científico e tecnológico afeta o mundo à sua volta, influencia o
desenvolvimento social e cultural e traz consigo desafios éticos e morais.
Em resumo, a inclusão do debate sobre as interações entre ciência, tecnologia e
sociedade na BNCC reforça a relevância de uma educação que transcenda o conteúdo técnico,
promovendo a formação de cidadãos críticos e conscientes das complexidades do mundo
contemporâneo. Eles estarão capacitados a participar ativamente das discussões e decisões que
moldam o futuro da sociedade.
Para alcançar esse propósito, é fundamental desenvolver a educação tecnológica de
acordo com a visão proposta por Palacios et al. (1996). Nessa perspectiva, os estudantes são
guiados para compreenderem a dimensão social da ciência e tecnologia, explorando desde os
contextos sociais que as moldam até as consequências sociais e ambientais que delas advêm.
Em suma, é necessário abordar a Educação Tecnológica considerando os fatores sociais,
políticos e econômicos que moldam as transformações científicas e tecnológicas, bem como as
implicações éticas, ambientais e culturais decorrentes dessas mudanças. Essa abordagem
Diálogos e reflexões fundamentadas na teoria crítica da tecnologia de Feenberg: Abordagens para o ensino tecnológico e educação
ambiental
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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proporciona aos estudantes uma compreensão mais abrangente e crítica das intrincadas
interações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Considerações finais
À luz dos pressupostos delineados ao longo deste artigo, emerge uma clara percepção
de que a Teoria Crítica da Tecnologia de Feenberg (2004) proporciona um arcabouço conceitual
inestimável para contemplar a incorporação da educação ambiental no contexto do ensino
tecnológico. A adoção dessa perspectiva crítica se traduz em uma oportunidade para promover
a conscientização acerca dos impactos ambientais das tecnologias.
Para além disso, a Teoria Crítica da Tecnologia também nos convoca a questionar as
dinâmicas de poder intrínsecas à produção e ao uso das tecnologias. Nesse sentido, é imperativo
refletir sobre quem colhe os benefícios de determinadas tecnologias e quem é prejudicado, seja
em âmbito social ou ambiental. Essa reflexão, por sua vez, impulsiona a busca por soluções que
nutram a equidade e a justiça no âmbito ambiental.
A integração da educação ambiental no âmbito do ensino tecnológico oferece uma gama
diversificada de abordagens. A possibilidade de inserir conteúdos voltados à sustentabilidade e
à preservação ambiental nos currículos das disciplinas tecnológicas é uma via tangível.
Ademais, a concepção de projetos práticos que abordem questões ambientais, como a
elaboração de tecnologias verdes ou a análise do ciclo de vida de produtos tecnológicos,
também se afigura como estratégia eficaz.
Igualmente relevante é estimular uma postura crítica e reflexiva no que tange à
tecnologia. É imperativo encorajar os estudantes a interpelar os desdobramentos ambientais das
tecnologias preexistentes, incitando-os a buscar inovações capazes de contribuir de maneira
concreta para a sustentabilidade.
Portanto, o diálogo entre da Teoria Crítica da Tecnologia com a educação ambiental e
o ensino tecnológico não apenas amplia o entendimento dos alunos sobre as complexas relações
entre tecnologia, sociedade e ambiente, mas também os capacita a se tornarem agentes de
mudança informados e responsáveis. Essa abordagem ajuda a formar uma geração de
indivíduos capazes de analisar criticamente as tecnologias, considerar seus impactos e
contribuir para um desenvolvimento tecnológico mais ético, sustentável e socialmente justo.
Márcio Silveira NASCIMENTO e Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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Márcio Silveira NASCIMENTO e Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não aplicável.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis para acesso.
Contribuições dos autores: Todos os autores contribuíram igualmente para este trabalho.
Fornecendo revisão teórica, coleta de dados, análise e interpretação de dados, escrita e
revisão final.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: 1
DIALOGUES AND REFLECTIONS BASED ON FEENBERG'S CRITICAL THEORY
OF TECHNOLOGY: APPROACHES TO TECHNOLOGICAL TEACHING AND
ENVIRONMENTAL EDUCATION
DIÁLOGOS E REFLEXÕES FUNDAMENTADAS NA TEORIA CRÍTICA DA
TECNOLOGIA DE FEENBERG: ABORDAGENS PARA O ENSINO TECNOLÓGICO E
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
DIÁLOGOS Y REFLEXIONES A LA LUZ DE LA TEORÍA CRÍTICA DE LA
TECNOLOGÍA DE FEENBERG: APROXIMACIONES A LA ENSEÑANZA
TECNOLÓGICA Y A LA EDUCACIÓN AMBIENTAL
Márcio Silveira NASCIMENTO1
e-mail: marciosn.geo@gmail.com
Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA2
e-mail: prof.acsouza@gmail.com
How to reference this paper:
NASCIMENTO, M. S.; SOUZA, A. C. R. Dialogues and reflections
based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to
technological teaching and environmental education. Nuances:
Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00,
e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033
| Submitted: 05/09/2023
| Revisions required: 17/10/2023
| Approved: 10/11/2023
| Published: 30/12/2023
Prof. Dr. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal Institute of Amazonas (IFAM), Manaus AM Brazil. Graduate Program in Technological Education.
Doctoral degree candidate in Technological Education (IFAM).
2
Federal Institute of Amazonas (IFAM), Manaus AM Brazil. Graduate Program in Technological Education.
Doctoral degree in Social History (PUC-SP).
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10033 2
ABSTRACT: In the contemporary scenario, in which technological advances and environmental
issues intertwine, there is an urgency to explore the relationship between technological teaching
and environmental education. The reflections on Andrew Feenberg's Critical Theory of Technology
stand out as tools for understanding the implications of this encounter. By examining the
interactions between technology, society, and nature, this approach offers a critical view of how the
teaching of technologies can promote ethical awareness and make citizens capable of facing
environmental challenges. This study uses interpretative bibliographic research to explore
reflections on this convergence, highlighting the importance of critical perspectives in technological
education for a more sustainable approach. The conclusions highlight the complex interconnection
between technology and the environment, emphasizing that technological decisions have profound
repercussions on the ecosystem, and it is essential to understand this relationship to deal with
environmental problems.
KEYWORDS: Sustainability. Science. Technology. Technological Education. Environmental
education.
RESUMO: No cenário contemporâneo, em que avanços tecnológicos e questões ambientais se
entrelaçam, uma urgência em explorar a relação entre ensino tecnológico e educação
ambiental. As reflexões da Teoria Crítica da Tecnologia de Andrew Feenberg se destacam como
ferramentas para compreender as implicações desse encontro. Ao examinar as interações entre
tecnologia, sociedade e natureza, essa abordagem oferece uma visão crítica para analisar como o
ensino das tecnologias pode promover uma conscientização ética e formar cidadãos capazes de
enfrentar os desafios ambientais. Este estudo utiliza pesquisa bibliográfica interpretativa para
explorar as reflexões dessa convergência, destacando a importância de perspectivas críticas no
ensino tecnológico para uma abordagem mais sustentável. As conclusões ressaltam a interconexão
complexa entre tecnologia e meio ambiente, enfatizando que as decisões tecnológicas têm
repercussões profundas no ecossistema, sendo decisivo compreender essa relação para lidar com
as problemáticas ambientais.
PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade. Ciência. Tecnologia. Ensino Tecnológico. Educação
Ambiental.
RESUMEN: En el escenario contemporáneo, en el que los avances tecnológicos y las cuestiones
ambientales se entrelazan, existe la urgencia de explorar la relación entre la enseñanza tecnológica
y la educación ambiental. Las reflexiones sobre la Teoría Crítica de la Tecnología de Andrew
Feenberg se destacan como herramientas para comprender las implicaciones de este encuentro. Al
examinar las interacciones entre tecnología, sociedad y naturaleza, este enfoque ofrece una visión
crítica para analizar cómo la enseñanza de tecnologías puede promover una conciencia ética y
formar ciudadanos capaces de enfrentar los desafíos ambientales. Este estudio utiliza una
investigación bibliográfica interpretativa para explorar reflexiones sobre esta convergencia,
destacando la importancia de perspectivas críticas en la educación tecnológica para un enfoque
más sostenible. Las conclusiones destacan la compleja interconexión entre la tecnología y el medio
ambiente, enfatizando que las decisiones tecnológicas tienen profundas repercusiones en el
ecosistema, y es esencial comprender esta relación para hacer frente a los problemas ambientales.
PALABRAS CLAVE: Sostenibilidad. Ciencia. Tecnología. Educación Tecnológica. Educación
ambiental.
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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Introduction
The relationship between human beings and the environment has always resulted in
significant impacts. The intertwining of science, technique, and technology with the
exploitation of natural resources and human intervention in the environment has reached
proportions that require deep analysis. Many of these actions have exceeded the limits of
sustainable resource use, creating dangers and threats to life on our planet. Two main
perspectives emerge: one that sees technology as a necessary evil and another that recognizes
environmental education as a vital space for critical and reflective debates that promote an
ethical understanding of the environment.
An essential question that arises is whether technology can play a beneficial role in
environmental preservation. In this sense, technological education emerges as a hope, preparing
teachers and students to create and apply new knowledge productively, adjusting and
integrating them into the new social context that surrounds us. This is a path to ecological
awareness.
Ultimately, it is imperative to recognize the intricate complexity of the relationships
between humans, society, and nature. The pursuit of a balance between technological progress
and environmental conservation must be informed by a holistic understanding of the
interconnections at play.
In this regard, Andrew Feenberg, a scholar of Philosophy of Technology, emerges as an
author who has offered perspectives for this discussion. During the 1960s, Feenberg was one
of Herbert Marcuse's followers in the United States, and Marcuse, in turn, studied under Martin
Heidegger at the University of Freiburg, Germany. For Feenberg, these two thinkers play a
fundamental role as the oldest roots of his own thought, with Marcuse holding a prominent
position in this context. However, Feenberg acknowledges that his theory is rooted in the
tradition of the social critique of the Frankfurt School, including its subsequent developments
led by Habermas (FEENBERG, 2005a).
A. Feenberg's proposal materializes in his conception of technology and the Critical
Theory of Technology he formulated. Through this theory, technology is approached as an
ambivalence that oscillates between its functional and social dimensions.
In this context, the purpose of this article is to explore Feenberg's Critical Theory of
Technology as an approach to examine the connection between technological education and
environmental education. Feenberg (2004) posits that technology is not constituted as an
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
education
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absolute determinant of social progress, but rather as a malleable social construct subject to
transformations through human intervention. In this sense, incorporating environmental
education within the scope of technological education becomes of paramount relevance, as
technology plays a fundamental role in shaping our interaction with the environment. Through
a critical analysis of existing technologies, it is possible to discern how they impact the natural
environment and seek alternatives based on sustainability.
Methodological Procedures
This study adopts the method of interpretative bibliographic research, which involves a
reflexive analysis of relevant bibliographic sources to understand the complexities and nuances
of the topic under discussion. Stumpf (2011) perceives that bibliographic research culminates
in producing a systematized text, addressing the literature examined by the researcher and
giving voice to both the ideas of the researched authors and the perspectives of the investigator.
Bibliographic research goes beyond the generation of new knowledge, promoting
immersion in a specific field and becoming one of the main vehicles for the researcher's
intellectual updating and development, as affirmed by Lakatos and Marconi (2003). This
research aims to gather and analyze a wide range of sources, including books, academic articles,
and documents related to Feenberg's Critical Theory of Technology, technological education,
environmental education, innovation, and sustainability. The interpretative analysis goes
beyond collecting information and exploring connections, trends, and underlying implications
in the selected works.
Boccato (2006) highlights that bibliographic research aims at surveying and critiquing
published documents on the investigated topic, aiming to update and enhance knowledge, thus
contributing effectively to research development. By using this method, the research seeks not
only to understand the essential concepts of the Critical Theory of Technology, as described by
Feenberg (2004) but also to interpret its repercussions on technological education and
environmental education. Interpretative bibliographic research enables a broader and more
enriching view of the subject, contributing to the construction of a solid and grounded
understanding of the proposed approaches.
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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Intersections between science, technology, and society: exploring complex relationships
The interconnection between society and technology is as intrinsic as it is indispensable,
constituting an inseparable link that shapes and is mutually shaped. This complex connection,
though necessary, also reveals a striking contingency. However, it is noteworthy that within
this interaction, technology often emerges in a position of protagonism, assuming a
deterministic perspective. This is clearly explained as a social theory that argues not only for
technology's physical and biological importance but also for its role in human relations and
social practices (MACKENZIE; WAJCMAN, 1999).
The realization that society and technology are interdependent is fundamental to
understanding contemporary dynamics. Technology is not just a neutral tool that society uses;
it is, in fact, an inseparable component that influences the ways we interact, communicate,
work, and live. Technology shapes our culture, values, and behaviors and is, in turn, influenced
by society's needs and desires.
However, this relationship is not unidirectional. Technology can also be perceived as a
factor that influences and even determines social organization and patterns of life. The
deterministic view of technology suggests that its development and adoption can drive changes
in various aspects of society, from the economy to power structures.
Mackenzie and Wajcman (1999) emphasize the theoretical dimension of this complex
relationship. Their approach argues that technology is not just a set of physical tools but also
plays a significant role in shaping social interactions and daily practices. This perspective
broadens the understanding of technology as more than physical objects, recognizing its impact
on human interactions, cultural norms, and social dynamics.
According to Baumgarten (2006), technology can be broadly described as a socially
coordinated activity, grounded in plans and primarily practical in nature. Therefore, technology
encompasses sets of knowledge and information employed in creating products and services
derived from various sources, such as scientific discoveries and innovations, acquired through
various methods and aligned with specific goals and practical purposes. Similar to any human
creation, it is essential to approach technology considering its roots in social relations and its
historical progress (BAUMGARTEN, 2006).
Regarding the comprehensive definition of technology, this conception considers it as
an endeavor deeply intertwined with society, driven by deliberate plans and practical objectives.
The notion that technology consists of knowledge and information applied in producing goods
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
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and services reflects its applied nature and relevance to everyday life. The emphasis on social
and historical contextualization highlights that technology is not isolated but shaped by
evolving social, economic, and cultural factors over time. This broad perspective offers a more
comprehensive understanding of how technology is a force that transcends the technical aspect
and is intertwined with human experience in various dimensions.
The assertion that there is no society without technology and vice versa is a constant
reminder of the intricate relationship between these two elements. By highlighting its influence
on social practices, the deterministic view of technology underscores the importance of
understanding not only technological development itself but also how it shapes and is shaped
by society. This emphasizes the importance of an interdisciplinary approach integrating social
and technological dimensions for a more comprehensive understanding of our constantly
evolving world.
The Science, Technology, and Society (STS) approach encompasses the analysis of the
complex interactions between science, technology, and society, shaping a domain intended for
academic research and public policy formulations. This field has its roots in new investigative
currents in philosophy and sociology, focusing on understanding the interconnection between
science, technology, and society (BAZZO et al., 2000).
Regarding science, Kuhn (2013) proposed that understanding what constitutes science
requires a reassessment of the dynamic aspects of the discipline, originating a revolutionary
change in the approach to the problem from a real historical analysis of science. The author also
argued that scientific advancement occurs in leaps, not following a linear progression, as
science experiences phases of stability, termed "normal science," as well as periods of
"scientific revolutions," in which alternative paradigms emerge.
The perspective of science, technology, and society recognizes that science and
technology do not exist in an isolated vacuum but are intrinsically shaped and influenced by
social, economic, and cultural dynamics. This approach examines how scientific and
technological decisions affect people's lives and communities, as well as how the values and
needs of society influence the direction of scientific research and technological development.
According to Pinto (2005), understanding the social nature of technology leads to a
perception of technology as a human achievement deeply imbued with social dimensions.
Feenberg (2005b) also supports this view, emphasizing that this social aspect of technology is
not inherent to its internal logic of operation, but rather to the way this logic interacts with a
social context.
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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The idea expressed in this statement is that technology is not an isolated phenomenon,
operating independently of the environment in which it is embedded. Instead, it is influenced
by and influences the social context in which it is developed and used. Technological decisions
are not purely technical; they reflect values, interests, and powers present in society.
Echeverría (2003) offers a comprehensive definition of technology, characterizing a
technological achievement or application as a set of regulated actions, of an industrial nature,
and linked to science. Specific agents carry out these actions and use instruments to achieve
their goals. This action is intentionally directed towards the transformation of other systems,
with the purpose of achieving valuable results, while seeking to avoid any negative
consequences or unwanted risks (ECHEVERRÍA, 2003, p. 58). Echeverría's definition
underlines technology's intricate and purposeful nature, while highlighting its multifaceted
impact on different spheres of society.
Arocena (2004) expands on this perspective, emphasizing that technology has played a
significant role in multiplying and qualitatively transforming the power to produce and destroy,
heal and harm, enrich human culture, and generate risks to life. This power, along with its
potential dangers, is not evenly distributed socially and regionally, presenting a striking
disparity.
This inequality in the distribution of power linked to technology is deepened by Arocena
(2004), who highlights that this power has been concentrated in the hands of a restricted group
of individuals. This aspect is crucial for understanding how science and technology, despite
their transformative and beneficial potential, can also be a source of inequalities and imbalances
in the social sphere.
It is essential to consider not only the benefits but also the consequences and unequal
distributions of power that technology can bring. This reminds us that the reflection on science
and technology should encompass progress and the social and ethical impacts emanating from
their use and development.
By understanding the interconnection between science, technology, and society, the STS
perspective promotes a broader and contextualized view of innovation and technological
advancement. This enables critical analysis of the ethical, social, economic, and environmental
ramifications of choices related to science and technology. Furthermore, it underscores the
importance of involving the public and various social actors in the decision-making process
involving technological and scientific issues.
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education
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Bazzo (1998) highlights the undeniable contribution that science and technology have
made in recent years. However, it is essential not to place excessive trust in them to the point
of becoming insensitive due to the daily convenience provided by their devices and technical
equipment. This attitude can be dangerous because, in this numbness induced by a fascination
with technological modernity, we risk neglecting that science and technology incorporate
social, ethical, and political aspects.
In this context, the STS approach plays an essential role in recognizing that science and
technology are activities embedded in society, and that understanding their interactions with
the social context is crucial for a comprehensive and responsible assessment of the impact of
technological innovation on our lives.
Feenberg's Critical Theory of Technology: Fundamentals and Principles
The selection of technologies is often justified by their technical efficiency, based on
the logic of instrumental rationality, and considered an indicator of success. However,
according to Feenberg's perspective (2005b), technical efficiency is not the determining factor
in this decision-making process. He argues that social issues deeply influence technological
choices. In this context, different sets of values guide the choices, generating a variety of viable
options that compete with each other.
Feenberg's approach (2004) highlights the complex and multifaceted nature of the
technological selection process, questioning the primacy of technical efficiency as the sole
criterion. His ideas resonate with the notion that technology is not only a product of science and
engineering but is also shaped by cultural values, political interests, and social dynamics.
Considering distinct values in the process of selecting technologies emphasizes the
importance of taking into account not only their technical functionality but also the social,
ethical, and environmental impacts they may entail. Feenberg's argument invites us to question
how technologies are chosen, who influences these choices, and the broader implications of
such decisions.
Feenberg's Critical Theory of Technology (2004) is an approach that seeks to understand
the relationship between technology, society, and culture, analyzing how technological
decisions shape and are shaped by human values, social structures, and cultural contexts. Some
of the key ideas present in this theory include:
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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Technology as a social construction: Feenberg argues that technology is not a neutral
object or an external force, but rather a product of human action and social choices. It is
shaped by decisions that reflect interests and values and, therefore, can be transformed
through human intervention (FEENBERG, 2004).
Technological neutrality is a myth: The Critical Theory of Technology rejects the notion
that technology is neutral or impartial. Feenberg argues that technologies incorporate
decisions about how they function, who they are designed for, and how they are used.
These decisions are not value-free and have social implications (FEENBERG, 2004).
The Critical Theory of Technology is marked by its lack of neutrality, as it incorporates
the values intrinsic to its creation and is subject to human control, being subservient to
human interests (DAGNINO, 2007).
Politics of technology: Feenberg proposes that technologies be seen as political arenas
where different groups and interests vie for influence. The way technologies are
designed, implemented, and used reflects power relations and political decision-making
(FEENBERG, 2004).
Public participation: The Critical Theory of Technology emphasizes the significance of
public participation in technological determinations. Feenberg contends that those
impacted by technology should be included in the choices that shape its development
and application, aiming to broaden accountability and justice (FEENBERG, 2004).
However, the configuration of technology may inadvertently perpetuate a system that
privileges a small group at the expense of the majority (FEENBERG, 2006).
Social and ethical dimensions: Technological analysis should consider not only the
technical aspects but also the social and ethical dimensions. This involves assessing
technologies' cultural, economic, political, and environmental impacts (FEENBERG,
2004).
Building alternatives: The Critical Theory of Technology advocates the idea that it is
possible to construct alternative technologies that serve different values and objectives.
This implies reimagining and reformulating technologies to meet human and social needs
more appropriately (FEENBERG, 2004).
Technological awareness: The theory encourages awareness of the hidden influences of
technologies and how they shape our lives. This involves education that empowers
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
education
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people to understand the complexities and implications of the technologies they use
(FEENBERG, 2004).
Overall, Feenberg's Critical Theory of Technology offers a critical and socially engaged
perspective on the relationship between humans and technology, seeking to promote
understanding, accountability, and empowerment to shape technological development more in
line with human values and social needs.
The social and technical relationship is characterized by reciprocal interdependence, a
bond that conventional technical focus has failed to recognize (LATOUR, 2002). The author
points to the idea that innovation does not occur in isolation but within a broader context
involving social, cultural, and technological factors. The innovating agent cannot simply
introduce a new technology without considering how it fits into and is influenced by the
environment in which it will be implemented.
It is suggested that the relationship between the social and the technical is more complex
than traditional thinking tends to assume. This underscores the need for a more comprehensive
approach to understanding how technology and society mutually interact and highlights the
importance of considering the social and cultural implications when undertaking technological
innovations.
It is essential to emphasize that humanity is currently endowed with unprecedented
knowledge, technology, creativity, and resources. However, to ensure fair utilization of these
elements by all, it is necessary to introduce new concepts and values that encourage collective
collaboration. This process demands a reevaluation of our technological development
paradigm, along with the ethical commitment to reaffirm values such as equality, equity, and
solidarity in the economic context (SACHS, 2008).
The Critical Theory of Technology, developed by Feenberg (2004), argues that in any
situation where social interactions are mediated by modern technology, it is possible to
implement more democratic controls and reconfigure technology to incorporate a greater
diversity of specialized knowledge and initiatives (FEENBERG, 2004, p. 2-3).
Feenberg's theory proposition incorporates a critical approach to understanding the
connection between technology, society, and the environment. Feenberg (2004) argues that
technology is not inherently neutral; rather, it is shaped by human values, making it susceptible
to reconfiguration and adaptation. He underscores the relevance of contemplating the ethical
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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and social dimensions of technology, emphasizing how technological choices generate both
direct and indirect impacts on environmental sustainability.
In practice, an essential reflection encompasses awareness of the environmental effects
of employed technologies. An illustrative example is the production and disposal of electronic
devices, capable of generating substantial amounts of waste and contributing to environmental
pollution. In this context, the importance of promoting responsible consumption practices and
encouraging the recycling and reuse of these equipment is highlighted.
Feenberg (2004), in presenting his critique of technology, emphasizes that his analysis
is not fundamentally ontological, although it is influenced by Herbert Marcuse's ontological
critique, with whom he had the opportunity to study. His focus extends the investigations
carried out by the Frankfurt School, seeking to restructure the conception of socialism through
a deeply radical philosophical perspective on technology (CUPANI, 2004).
These ideas lead us to understand the complexity of the approach adopted by the author.
His analysis is not limited solely to technology but also incorporates the influence of prominent
thinkers, such as Marx, and neo-Marxists like Marcuse, Habermas, Hawls, and Adorno, among
others. This demonstrates the wide range of influences that have shaped his critique of
technology and illustrates how his perspective is rooted in a comprehensive context of critical
thinking.
It is relevant to emphasize how the author approaches his critique of technology,
highlighting its connection to the analyses conducted by the Frankfurt School. His perspective
is rooted in a deep technology philosophy and influenced by various currents of critical thought.
This aspect amplifies the complexity and depth of his argumentation, endowing it with a solid
and comprehensive foundation that transcends the boundaries of superficial analysis.
Perspectives of Critical Theory of Technology in Educational Context
The adoption of the Critical Theory of Technology within the realms of technological
education and environmental education is a highly effective strategy for promoting a more
conscious and ethical approach to innovation. This entails questioning technology's presumed
neutrality, examining innovations' ecological impacts, and encouraging public participation in
technological decisions.
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
education
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By addressing the Critical Theory of Technology in technological education, students
not only acquire technical skills but also become aware of the social, cultural, and ethical
aspects that permeate the development and application of technologies. This enables them to
actively participate in technology-related decision-making, understanding how their choices
can influence society and the environment.
In environmental education, the Critical Theory of Technology fits intrinsically. By
examining the links between technology, society, and the environment, students are encouraged
to reflect on how technological innovations affect the sustainability and health of the planet.
They learn to analyze the implications of their technological decisions in the broader context of
environmental concerns and to seek solutions that promote harmony between technological
advancement and environmental preservation.
In the view of educators, while not an absolute consensus, the advocacy for restructuring
the curriculum and methodological approach stands out as a clear demand for an education
focused on citizenship. This implies adopting a critical perspective on the interactions between
Science, Technology, and Society (LEDERMAN, 1992).
Incorporating Environmental Education into discussions of Science, Technology, and
Society broadens the critical approach, encompassing social and technological dimensions and
environmental impacts. Understanding how human actions, often mediated by technology,
influence ecosystems and sustainability is essential for the formation of responsible and
conscious citizens.
The curricular and methodological reorganization under this perspective aims to
empower students not only to understand the complex interconnections between science,
technology, society, and the environment but also to critically evaluate the ethical,
environmental, and cultural challenges arising from these interactions. Thus, education for
citizenship extends beyond individual and social spheres, incorporating a broader concern for
the sustainable future of the planet.
The initiative to introduce discussions about the interactions between science,
technology, and society in the educational context has been disseminated through the National
Curriculum Parameters (PCNs), fitting within the scope of Technological Education. This
approach is not limited to the mere creation of objects but also seeks to promote an
understanding of the origin and purpose of these objects, as well as the underlying concepts of
contemporary society.
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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The theme of interactions between science, technology, and society is incorporated into
the National Common Curricular Base (BNCC) as one of the thematic axes that cut across all
levels of Basic Education in Brazil. The BNCC acknowledges the need to understand the
intricate relationships among these three elements and emphasizes the importance of
empowering students to critically analyze the social, ethical, economic, and environmental
impacts of science and technology in their lives and in society as a whole.
The inclusion of this theme in the BNCC reflects a contemporary educational approach
that goes beyond the mere transmission of technical knowledge and seeks to develop skills in
analysis, interpretation, and critical reflection. The goal is to educate informed citizens capable
of making informed decisions in the face of the challenges and dilemmas arising from ongoing
scientific and technological innovations.
In this context, the BNCC proposes a cross-cutting approach to the interactions between
science, technology, and society across various disciplines, such as Science, Physics,
Chemistry, Biology, Philosophy, Sociology, and other areas of knowledge. This enables
students to understand how scientific and technological advances affect the world around them,
influence social and cultural development, and bring with them ethical and moral challenges.
In summary, the inclusion of the debate on interactions between science, technology,
and society in the BNCC reinforces the relevance of education that transcends technical content,
promoting the formation of critical and conscious citizens aware of the complexities of the
contemporary world. They will be equipped to actively participate in discussions and decisions
that shape the future of society.
To achieve this purpose, it is crucial to develop technological education according to
the vision proposed by Palacios et al. (1996). In this perspective, students are guided to
understand the social dimension of science and technology, exploring the social contexts that
shape them to the social and environmental consequences that arise from them. In summary, it
is necessary to address technological education by considering the social, political, and
economic factors that shape scientific and technological transformations, as well as the ethical,
environmental, and cultural implications resulting from these changes. This approach provides
students with a more comprehensive and critical understanding of the intricate interactions
between science, technology, and society.
Dialogues and reflections based on Feenberg's critical theory of technology: Approaches to technological teaching and environmental
education
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Final considerations
In light of the assumptions outlined throughout this article, there emerges a clear
perception that Feenberg's Critical Theory of Technology (2004) provides an invaluable
conceptual framework for incorporating environmental education into the context of
technological education. The adoption of this critical perspective translates into an opportunity
to raise awareness about the environmental impacts of technologies.
Moreover, the Critical Theory of Technology also calls us to question the power
dynamics inherent in the production and use of technologies. In this sense, it is imperative to
reflect on who benefits from certain technologies and who is harmed, whether socially or
environmentally. This reflection, in turn, drives the search for solutions that nurture equity and
justice in the environmental realm.
The integration of environmental education within the scope of technological education
offers a diverse range of approaches. The possibility of incorporating sustainability and
environmental preservation content into the curricula of technological disciplines is a tangible
avenue. Furthermore, the conception of practical projects addressing environmental issues, such
as the development of green technologies or the analysis of the life cycle of technological
products, also emerges as an effective strategy.
Equally relevant is to encourage a critical and reflective stance regarding technology. It
is imperative to prompt students to question the environmental consequences of existing
technologies, urging them to seek innovations capable of concretely contributing to
sustainability.
Therefore, the dialogue between Critical Theory of Technology and environmental
education within technological education not only enhances students' understanding of the
complex relationships between technology, society, and the environment but also empowers
them to become informed and responsible agents of change. This approach helps shape a
generation of individuals capable of critically analyzing technologies, considering their
impacts, and contributing to a more ethical, sustainable, and socially just technological
development.
Márcio Silveira NASCIMENTO and Ana Cláudia Ribeiro de SOUZA
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: The authors declare no conflicts of interest.
Ethical approval: Not applicable.
Data and material availability: The data and materials used in the work are available for
access.
Author’s contributions: All authors contributed equally to this work. Providing theoretical
review, data collection, data analysis and interpretation, writing, and final review.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.